terça-feira, 27 de novembro de 2012

COP18 DOHA 2012



Protocolo de Kyoto gera impasse na Conferência do clima de número 18


Começou ontem em Doha, no Qatar, a COP-18, conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas).
Com cerca de 17 mil participantes de quase 200 países, a nova rodada de negociações discutirá, nas próximas duas semanas, como caminhar rumo a um sonhado novo acordo global do clima, meta ainda distante.

Na cerimônia de abertura, o presidente da COP-18, Abdullah Bin Hamad Al-Atttiyah, ex-ministro da energia do Catar, disse que "o fenômeno da mudança climática é um desafio comum para a humanidade" e que a conferência é uma "oportunidade de ouro, e devemos usá-la".


Um dos principais tópicos do encontro será a discussão do futuro do Protocolo de Kyoto, único pacto já firmado entre as nações do planeta para a redução das emissões de carbono.


O protocolo, cujo primeiro período expira em 31 de dezembro deste ano, compromete países industrializados (como a União Europeia e o Japão) a reduzirem em 5% as emissões de gases do efeito estufa em relação aos níveis produzidos em 1990.


Críticos dizem que o acordo de Kyoto é falho, pois não inclui EUA e China, os maiores emissores do mundo.


Uma declaração do grupo das cem nações mais pobres e sob risco disse que "o Protocolo de Kyoto é mais do que um tratado. É o fundamento sobre o qual repousa o esforço multilateral para enfrentar a mudança climática".


"Os países mais responsáveis pela crise climática devem concordar com um segundo período de compromissos sob o Protocolo de Kyoto, que vai trazer benefícios reais para a questão do clima. Atualmente, o que está sobre a mesa está muito aquém das necessidades."


A União Europeia, a Austrália e outros signatários, que são 15% do total de emissões globais, têm dito que aceitariam compromissos com o segundo período, mas Nova Zelândia, Canadá, Japão e Rússia têm recusado.


Um relatório sobre o clima encomendado pelo Banco Mundial e apresentado na última semana apontou que, mesmo que as atuais medidas de redução na emissão de gases do efeito estufa sejam cumpridas, há cerca de 20% de chance de a temperatura do planeta aumentar 4º C até o fim do século.



Fonte: FOLHA.COM | AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS





TERRA Notícias

Clima: em Doha, pequenas ilhas temem desastre 'épico'

27 de novembro de 2012 12h32 atualizado às 13h02

"Estamos diante de um desastre de proporções épicas" e precisamos agir de maneira "urgente": é com esta exortação das pequenas ilhas, muito vulneráveis ao aquecimento global, que os trabalhos sobre o relatório central de Kyoto 2 começaram nesta terça-feira na conferência de Doha. Um acordo sobre a segunda fase do Protocolo de Kyoto, que expira no fim de dezembro, é essencial para o sucesso das negociações na ONU, envolvendo mais de 190 países de 26 novembro a 7 dezembro.
"Nós não podemos mais fingir que não é a nossa responsabilidade agir e com urgência", disse Marlene Moisés, representante da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS, 44 membros) vulneráveis à elevação do nível das águas, durante a sessão de abertura dos trabalhos.
"Por sete anos", os países industrializados "falam, falam e falam" de seus compromissos para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa (GEE) após o primeira fase do Protocolo, de 2008 a 2012, declarou. "Mas chega um ponto em que você tem que trabalhar. E essa hora chegou", acrescentou.
Assinado em 1997, o Protocolo de Kyoto é o único tratado legalmente vinculante que define metas para a redução das emissões de gases do efeito estufa nos países industrializados.
Os países em desenvolvimento são particularmente importantes para este ato II de Kyoto, "em nome da responsabilidade histórica" do norte nas mudanças climáticas, lembrou nesta terça-feira o representante da China, falando também para outros emergentes, Índia, Brasil e África do Sul. Um fracasso de Kyoto 2 "só vai aumentar a falta de confiança entre países desenvolvidos e em desenvolvimento", nas longas e difíceis negociações sobre a luta contra a mudança climática lançadas em 1995, acrescentou o delegado da Gâmbia, em nome dos países menos desenvolvidos.
A duras penas No final de 2011, a comunidade internacional se comprometeu com o princípio de uma segunda fase. Mas esse acordo foi concluído com muita dificuldade, já que muitos países industrializados consideram injusto e improdutivo serem os únicos a dar as mãos para reduzir os GEE.
Os Estados Unidos, o segundo maior emissor de CO2, nunca ratificaram o acordo. E a China, que está envolvida com as metas obrigatórias por fazer parte dos "países em desenvolvimento", decolou e se tornou o maior poluidor do mundo.
Assim, o princípio de Kyoto 2 foi oficialmente registrado em troca da promessa de um acordo global, envolvendo todos os países, planejado para entrar em vigor em 2020.
Em uma primeira dimensão simbólica, Kyoto 2 deve cobrir apenas 15% das emissões globais de gases de efeito estufa, os da União Europeia e da Austrália, já que o Canadá abandonou o protocolo e a Rússia e Japão não querem uma segunda etapa.
"A economia mundial mudou substancialmente desde a assinatura do protocolo, e a quota de emissões abrangidas só vai diminuindo", resumiu o representante australiano. Este tratado "deve ser apenas uma parte de uma ação mais ampla para o clima", acrescentou.
O debate deve agora se concentrar nos detalhes de Kyoto 2. Os países em desenvolvimento e os principais países emergentes querem que países voluntários revisem para cima as metas que pretendem ser incluídas no Ato II do Protocolo.
A Austrália quer reduzir as suas emissões em 5% e a UE, em 20% até 2020. Os AOSIS insistem em um prazo de, no máximo, até 2017, a fim de não manter metas longas demais que sejam baixas demais. A UE indicou que estes valores devem ser uma "partida" e "não um teto", pedindo por uma oportunidade de revisar para cima durante o período.

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