Taxa de desmatamento da Amazônia é a menor já registrada
A derrubada ilegal de árvores na Amazônia Legal atingiu a menor taxa anual de desmatamento desde que a região começou a ser monitorada pelo governo, em 1988.
A
 derrubada ilegal de árvores na Amazônia Legal atingiu a menor taxa 
anual de desmatamento desde que a região começou a ser monitorada pelo 
governo, em 1988. De acordo com os dados divulgados hoje (26) pela 
ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a expansão da área 
desmatada caiu de 6,4 mil quilômetros quadrados para 4,6 mil quilômetros
 quadrados por ano.
Os resultados se 
referem ao período de agosto de 2011 a julho deste ano comparado aos 12 
meses anteriores. “É a menor taxa de desmatamento da história. Tem o 
grande marco que é jogar o desmatamento abaixo dos 5 mil quilômetros 
quadrados”, comemorou a ministra.
“Ouso
 dizer que esta é a única boa noticia ambiental que o planeta teve este 
ano do ponto de vista de mudanças do clima. Em relação aos compromissos 
de metas voluntárias de redução de emissões estamos bastante avançados”,
 acrescentou.
A meta voluntária 
definida pelo governo brasileiro é reduzir a expansão anual da área de 
desmatamento ilegal da Amazônia para 3,9 mil quilômetros quadrados até 
2020. Com o novo índice, fica falando apenas redução de 4% para que a 
área ambiental atinja a meta, oito anos antes do prazo.
A
 redução da área registrada por satélites do Instituto Nacional de 
Pesquisas Espaciais (Inpe) representa queda de 27% da área degradada por
 madeireiros ilegais, na comparação com o mesmo período anterior. O 
intervalo desses 12 meses é consolidado anualmente no Projeto de 
Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), do Inpe.
Os
 dados mostram que o desmatamento aumentou apenas em três estados. Em 
Tocantins, a derrubada ilegal de árvores aumentou 33%, chegando a 53 
quilômetros quadrados por ano. No Amazonas, a degradação aumentou 29%, 
chegando a 646 quilômetros quadrados e, no Acre, a ação dos infratores 
avançou 10% na região, atingindo 308 quilômetros quadrados.
De
 acordo com a ministra, embora não tenham sido identificadas todas as 
causas da elevação do desmatamento nesses estados, no Tocantins o 
problema está associado ao Cerrado Amazônico, que permite reserva legal 
de 35%. “Como os estados ainda não tornam disponíveis as informações do 
que é legal e do que é ilegal, não conseguimos identificar quanto do 
aumento desse desmatamento está associado a incremento de infraestrutura
 e de supressões legais”, informou.
No
 Amazonas, segundo Izabella Teixeira, ainda existe forte pressão de 
migração em torno da BR-317, na região de Apuí, onde existem denúncias 
de grilagem de terra. Conforme a ministra, a região está sendo 
monitorada. Com relação ao Acre, disse que não há informações.
“Possivelmente,
 trata-se de expansão urbana ou incremento de ocupação de território. 
Estamos perguntando ao governo do estado o que está sendo autorizado e o
 que os autos de infração do Ibama mostram, o que não tem licença ou que
 está com atividade ilegal. Por exemplo, [o agricultor] tem autorização 
para suprimir 10 hectares e suprimiu 30 hectares”.
O
 estado do Pará continua sendo o mais atingido pelos criminosos. A área 
de desmatamento ilegal no estado é a maior da região, chegando a quase 
1,7 mil quilômetros quadrados. Ainda assim, na comparação entre os 
períodos de 12 meses, o desmatamento foi reduzido em 44%.
No
 período monitorado pelo Prodes, os fiscais do Ibama apreenderam 329 
caminhões, 95 tratores, 143 outros veículos e 111 motosserras, além de 
mais de 130 mil metros cúbicos de madeira e 12 mil metros cúbicos de 
carvão. As operações de combate e prevenção ao desmatamento na região 
também resultaram na emissão de 3,4 mil autos de infração, somando o 
valor de R$ 1,6 bilhão.
A arrecadação
 de multas é um dos pontos mais frágeis das ações de fiscalização. Por 
ainda haver limitações tecnológicas, detalhes como erro nas coordenadas 
que apontam o local flagrado pelos fiscais fazem com que algumas multas 
sejam suspensas. Os infratores usam os erros nas infrações como manobra 
para anular a cobrança.
Segundo 
Izabella Teixeira, a partir do ano que vem, a fiscalização será feita 
eletronicamente. Ao apresentar um novo aparelho que será utilizado pelos
 agentes ambientais, a ministra destacou que as operações ambientais vão
 entrar em um novo patamar a partir do ano que vem.
“À
 medida que reduzimos o desmatamento, o desafio cresce. A partir de 
2013, as ações serão marcadas por uma nova visão de operar tecnologia e 
planejamento estratégico e inteligência do monitoramento da Amazônia. Os
 modelos estão sendo revistos e nosso objetivo é acabar com a 
ilegalidade do desmatamento na Amazônia”, disse.
O
 novo projeto, que vai garantir precisão aos dados, custou R$ 15 milhões
 aos cofres públicos. As equipes de fiscais ainda estão sendo 
capacitadas para usar os aparelhos eletrônicos de infração e, segundo 
Izabella Teixeira, a partir de janeiro do ano que vem todas as equipes 
federais distribuídas no país terão um aparelho com tecnologia similar a
 de um celular, ligado diretamente a um banco de dados.
 
 
 
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