sábado, 12 de janeiro de 2013

RESERVATÓRIOS SOBEM COM CHUVAS

Brasil

11/1/2013 às 20h00 (Atualizado em 11/1/2013 às 20h01)

Nível de reservatórios sobe pela primeira vez no ano

Relatório do ONS mostra oscilação de 28,31% para 28,57% nas represas do SE e CO



Filippo Cecilio, do R7


Na última quinta-feira (10), o nível dos reservatórios de água das regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentou sua primeira elevação desde o início do ano. A informação está nos boletins diários a respeito da situação das represas que o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) elabora para monitorar a situação dos principais reservatórios do País.
As duas regiões são responsáveis por cerca de 70% da energia produzida no País. O nível nas duas regiões saltou de 28,31% da capacidade na última quarta-feira (9) para 28,57% na quinta.
A marca supera os 28,55% de junho de 2001, quando o Brasil começou a enfrentar um racionamento de energia. O uso limitado de luz durou até fevereiro de 2002 e atingiu as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste e parte do Norte.
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Esta é a primeira alta desde o dia 1º de janeiro, quando os reservatórios estavam operando com 28,9% de sua capacidade. Desde então, o nível de represamento de água no sistema Sudeste/Centro-Oeste caiu de maneira constante, até atingir os 28,3% registrados na última quarta.
De acordo com o relatório do ONS, na região Sul os reservatórios estão com 46,57% da capacidade na quinta, contra 45,33% do dia anterior. Em junho de 2001, esse nível era de 92,90%.
Conheça as principais usinas do País
No Norte o número está em 40,39%, e no Nordeste 29,61%.
As termelétricas do País já estão ligadas e são responsáveis, atualmente, por um quarto da energia distribuída no País. Vale lembrar que essa energia é mais cara que a gerada nas hidrelétricas, e o custo é repassado invariavelmente ao consumidor.
Agora, pelo menos 60 usinas termelétricas estão despachando energia, por meio do SIN, de todos os tipos de fontes: eólica, a carvão, a óleo diesel e combustível, nuclear e a gás natural.
Na última quarta, o ministro Lobão assegurou que o sistema elétrico brasileiro vai dar conta do recado e fornecerá luz para todo o território brasileiro, mesmo com os reservatórios das usinas hidrelétricas no nível mais baixo dos últimos dez anos.


11/01/2013 às 13h07min - Atualizada em 11/01/2013 às 13h07min
Autoria: em 11 janeiro, as 5:20 Em Brasil




É preciso chover o dobro para encher 
reservatórios, diz hidrólogo


 O baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas era previsível e não deve ser resolvido neste período úmido, mesmo que as chuvas fiquem na média histórica até o fim de março.

"Para compensar a chuva que não caiu antes, é necessário agora chover quase o dobro do normal", afirma Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo.

Para janeiro, a consultoria prevê que as chuvas cheguem a, no máximo, 350 milímetros no Sudeste -onde estão localizados os principais reservatórios-, ante a média histórica de 200 milímetros a 400 milímetros para o mês.

No melhor cenário previsto pela Climatempo, choverá 650 milímetros entre janeiro e março. Para que os reservatórios voltem a uma situação confortável, no entanto, são necessários mais 1.000 milímetros, estima Nascimento.

"Não vai ser um janeiro tão ruim. O problema é que as chuvas não serão suficientes para compensar dezembro e o ano atípico que foi 2012."

Opinião semelhante tem Marco Antônio dos Santos, meteorologista da Somar Meteorologia. "Para compensar os meses anteriores, deveria chover 40 dias seguidos."

As chuvas estão abaixo da normalidade desde fevereiro de 2012. De lá para cá, só em maio e em junho choveu dentro ou acima do normal.

PREOCUPAÇÃO

Segundo meteorologistas, a situação dos reservatórios começou a preocupar em setembro, mas havia a aposta de que o período úmido, de novembro a março, recuperaria os meses anteriores.

As chuvas no fim do ano, no entanto, também ficaram abaixo do esperado. Em dezembro, choveu de 100 a 200 milímetros no Sudeste, dependendo da região, abaixo da média histórica de 200 a 300 milímetros para o mês.

Como o nível dos reservatórios já estava abaixo do desejado, a falta de chuvas agravou a situação.

Além disso, as altas temperaturas da primavera e do início do verão tornaram a situação mais preocupante, pois aceleraram a evaporação da água, baixando mais o nível dos reservatórios, e aumentaram a demanda de energia.

PORQUE NÃO CHOVE?

O resfriamento das águas do Pacífico, a partir de julho de 2012, impediu que frentes frias chegassem à região central do Brasil, diz Santos. "A umidade vem da Amazônia. Mas a frente fria organiza a umidade para a formação de chuvas generalizadas."

Para o especialista em hidrologia Antonio Carlos Zuffo, professor da Unicamp, a atividade solar intensa, que em dezembro atingiu o pico em 11 anos, formou massas de ar quente que impediram a chegada das frentes frias.

Sem elas, as precipitações se limitaram a pancadas de chuva rápidas e isoladas nos últimos meses, o que não é suficiente para abastecer os reservatórios das usinas.

Para enchê-los, são necessárias "chuvas frontais". Ocasionadas pela chegada de frentes frias ou quentes, elas são de longa duração e de baixa a média intensidade.

E precisam cair sobre a cabeceira dos rios e afluentes que abastecem os principais reservatórios. Os mais relevantes estão entre MG e GO.

Portanto, as chuvas que nos últimos dias caíram nos grandes centros urbanos, como São Paulo, não refrescam a situação dos reservatórios.

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