Imagens animadas mostram a evolução das TSM no Pacífico e observa-se o início do fenômeno El Niño, quando as águas mais quentes chegam às Américas Central e do Sul causando mais evaporação, consequentemente mais chuvas e alteração dos ventos.
Abaixo, a evolução das anomalias de TSM no Pacífico.  
Aqui temos as TSM do Pacífico e no Gráfico abaixo vemos que já está acima da média(acima do zero), portanto caracteriza o fenômeno El Niño. 
Imagem animada das TSM em todos os oceanos.
Aqui uma comparação da TSM de 23 de março de 2013 com a TSM de 23 de março de 2014. Percebe-se como diminuíram mais ainda as TSM no nordeste do Brasil e aumentaram mais no sul e sudeste do Brasil.
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| Chuvas no Sul e no Sudeste podem voltar ao normal só 2016 | ||||
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A
 origem da crise energética provocada pela estiagem no Sul e no Sudeste 
no início do ano pode estar do outro lado do mundo. Segundo 
meteorologistas ouvidos pela Agência Brasil, o país está sendo afetado 
por um ciclo natural de resfriamento do Oceano Pacífico, que se reflete 
em alterações climáticas em grande parte do planeta. Para o Brasil, o 
fenômeno indica a possibilidade de as chuvas no centro-sul do país só 
voltaram ao normal no verão de 2016. 
Chamado
 de oscilação interdecadal do Pacífico ou oscilação decadal do Pacífico 
(PDO, na sigla em inglês), o processo caracteriza-se pela sucessão entre
 fases quentes e frias na área tropical do Oceano Pacífico. Os ciclos 
duram de 20 a 30 anos e são mais amplos que os fenômenos El Niño e La 
Niña, que se alternam de dois a sete anos. Em 1999, o oceano entrou numa
 fase fria, que deve durar até 2025 e se reflete em El Niños brandos e 
La Niñas mais intensos. 
Atualmente,
 o Pacífico está no auge do ciclo de resfriamento, o que, segundo os 
especialistas, historicamente provoca quatro anos seguidos de verões com
 chuvas abaixo do normal na região Centro-Sul do Brasil. “Desde 2012, 
tem chovido abaixo da média no Sul, no Sudeste e em parte do 
Centro-Oeste durante o verão. A princípio, o que está sendo desenhado é 
as chuvas só voltarem à média em 2016”, diz o meteorologista Alexandre 
Nascimento, especialista em análises climáticas da Climatempo. 
A
 partir do segundo semestre, os modelos climáticos apontam a chegada de 
um novo El Niño, com chuvas no Sul e seca no Nordeste. No entanto, por 
causa do resfriamento do Oceano Pacífico, o El Niño deverá ser mais 
fraco que o normal e insuficiente para recompor os reservatórios. “O 
próximo verão deverá ter mais chuva que o anterior, mas as chuvas tendem
 a continuar irregulares no Sul e no Sudeste”, adverte Nascimento. 
O
 El Niño é o aquecimento do Oceano Pacífico na região equatorial. 
Pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mary 
Kayano estudou a relação entre esse fenômeno e a oscilação decadal do 
Pacífico e constatou um padrão. “Em fases frias da PDO, os El Niños são 
mais brandos. Tanto que o último El Niño forte ocorreu em 1997, quando o
 Oceano Pacífico estava numa fase quente”, diz. Ela, no entanto, evita 
fazer prognósticos sobre o próximo verão. Segundo a pesquisadora, o Inpe
 emite previsões somente para os próximos três meses. 
O
 comportamento histórico, no entanto, indica que o resfriamento do 
Pacífico está afetando o Brasil. Segundo o diretor-geral da MetSul 
Meteorologia, Eugenio Hackbart, o Brasil enfrentou uma sequência de 
verões com estiagem entre o fim dos anos 1950 e o início da década de 
1960, quando o Pacífico atravessava um pico de temperaturas baixas. “Os 
padrões de circulação atmosférica hoje estão semelhantes aos daquela 
época”, compara. 
Além
 das chuvas irregulares durante o verão, o resfriamento do Oceano 
Pacífico traz efeitos distintos conforme as regiões do país, com 
invernos mais rigorosos no Sul e no Sudeste. “Ano passado, chegou a 
nevar perto de Florianópolis”, lembra Hackbart. O fenômeno provoca ainda
 cheias acima da média no Amazonas e no Pará. No entanto, esclarece o 
diretor da MetSul, não está relacionado à cheia do Rio Madeira, 
decorrente de chuvas atípicas na Bolívia. 
Apesar
 das chuvas acima da média na maior parte do país em março, Nascimento, 
da Climatempo, considera que os reservatórios não devem voltar a subir 
com rapidez por causa do tipo de chuva que tem atingido a região e da 
chegada da estação seca ao Centro-Sul nos próximos meses. “A verdade é 
que os reservatórios só enchem com chuvas generalizadas, que duram 
vários dias e são constantes. Até agora, temos registrado pancadas, que 
podem ser fortes, mas são eventos isolados”, explica. 
Mesmo
 com a possibilidade de mais um verão com chuvas abaixo da média, os 
meteorologistas recomendam cuidado com os prognósticos. “A maioria dos 
estudos sobre os ciclos no Oceano Pacífico é recente. A gente precisa de
 séries históricas mais longas para compreender a extensão do fenômeno”,
 diz a pesquisadora do Inpe. Hackbart levanta dúvidas sobre a 
intensidade do próximo El Niño. “Alguns modelos e especialistas dizem 
que o próximo El Niño tem chances de ser forte. Nesse caso, as chuvas 
podem ser mais intensas e ajudar os reservatórios”, pondera. | ||||
 
 
 
 
 


 
 
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