Publicado em 6.06.2011 

Os mamutes-lanosos (Mammuthus primigenius) viveram no nosso planeta há mais de um milhão de anos entre a Europa, norte da Ásia e até na América do Norte, mas sumiram há cerca de 10 mil anos.
Apesar da espécie viver geralmente na fria região da tundra, o mamute colombiano (Mammuthus columbi) preferia lugares temperados como o sudeste da América do Norte. Ele era até uma vez e meia maior que seus “parentes” do frio.
“Estamos falando de duas espécies totalmente diferentes”, disse o pesquisador Hendrik Poinar, da Universidade de Hamilton, do Canadá. “Temos praticamente um milhão de anos de separação entre os dois. Os colombianos podem ter derivado de uma migração da América do Norte que aconteceu há aproximadamente 1,5 milhões de anos, e os lanosos teriam emigrado de lá 400 mil anos atrás”.
Poinar e seus colegas analisaram o DNA das mitocondrias das células de ossos e dentes de fósseis dos animais do tipo colombiano. Eles descobriram que o genoma era muito parecido, quase indiscernível, de exemplares do lanoso.
“Primeiro pensamos que a amostra havia sido contaminada”, disse Poinar. Contudo, qualquer contaminação que pudesse encontrar explicaria as evidências genéticas que eles descobriram, então, decidiram replicar a experiência em outro laboratório. “Para mim, estamos olhando para uma espécie híbrida”, disse o pesquisador Jacob Enk.
O que eles supõem é que, quando o frio da era glacial ficou muito difícil de suportar, os lanosos migraram para locais de temperaturas mais amenas, onde entraram em contato com os colombianos. Segundo Poinar, a prole resultante da mistura era perfeitamente fértil.
As descobertas poderiam explicar porque alguns fósseis de mamute tinham características intermediárias entre aquelas duas espécies, apesar do genoma das duas espécies ter de ser sequenciado para dizer com absoluta certeza.[LiveScience]
naturlink.sapo.pt
Um meteorito provocou a última idade do Gelo

Há
 12.800 anos o clima na Terra sofreu um repentino arrefecimento, que 
durou 1.300 anos, cuja origem era pouco clara para a ciência. A teoria 
de que se deveu ao impacto de um meteorito na América do Norte volta 
agora tomar força, depois de uma equipa internacional de investigadores 
ter conseguido identificar o lugar, no México, em que colidiu um grande 
meteorito precisamente nessa época.
Os cientistas, uma equipa de 16 investigadores de várias 
universidades, encontraram, no Lago Cuitzeo, no centro do país, uma 
camada de sedimento muito fina com uma composição muito estranha, com 
precisamente 13.000 anos. De acordo com este estudo, publicado na 
revista científica  “Proceedings of National Academy of Science”, seria o
 resultado do impacto de um objeto cósmico contra a terra.Esta colisão, que deixou uma capa negra rica em carbono e nanodiamantes, de uns 10 centrímetros, estaria na origem dessa alteração climática, que iniciou o período gélido conhecido como Dryas Recente. As últimas hipótese apontavam para uma alteração da corrente do Golfo México, que teria descarregado demasiada água doce no Norte Atlântico, mas este trabalho dá “asas” a outra possibilidade. De facto, há 65 milhões de anos um impato, muito maior, provocou as alterações climáticas que acabaram com os dinossauros.
Os cientistas, dirigidos por Isabel Israde-Alcántara, da Universidade de Michoacana (México), recolheram provas que consideram conclusivas, a 2,8 metros de profundidade. Os nanodiamantes, argumentam, são de uma família compatível com uma grande colisão cósmica. Para além disso, os investigadores identificaram as pequenas esferas (pequenas bolas), que devem ter chocado a grande velocidade durante o impato.
Nenhum evento provocado pelo ser humano, vulcões ou outros fenómenos naturais pode explicar estes sedimentos, asseguram. “Estes materiais formam-se somente com um impacto extraterrestre”, afirma James Kennett, da Universidade de California, coautor do trabalho.
Os dados do Lago Cuitzeo sugerem que foi um asteróide ou um cometa de grandes dimensões fragmentado em pedaços, que deverá ter entrado na atmosfera num ângulo muito baixo, provocando tanto calor que a colisão queimou toda a vegetação que existia ao seu redor e derreteu inclusivamente as rochas da superfície. Como consequência, houve uma importante alteração no clima.
“Estes resultados são consistentes com outras descobertas na América do Norte, como a rápida extinção da megafauna que houve nesta altura, as modificações que existiram no ecossistema e inclusive a redução das populações humanas e as transformações culturais”, assinala Kennett.
Aceda ao artigo científico ou ao seu resumo aqui.
Fonte: www.elmundo.es
Cientistas afirmam que a nova mini-era do gelo poderia ocorrer em meses
29 de novembro de 2009
No filme, “The Day After Tomorrow”
 o mundo entra no aperto gelado de um novo período glacial no espaço de 
poucas semanas. Agora uma nova pesquisa mostra que este cenário pode não
 estar tão longe da verdade afinal.
William Patterson,
 da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, e seus colegas demonstraram
 que interromper a circulação do Atlântico Norte pode forçar o 
hemisfério norte a entrar numa “mini-era do gelo” em questão de meses. O
 trabalho anterior tinha indicado que este processo levaria dezenas de 
anos.
William Patterson
Cerca de 12.800 
anos atrás o hemisfério norte foi atingido por uma mini-era do gelo, 
conhecida pelos cientistas como o Younger Dryas, e apelidado de “Big 
Freeze”, que durou cerca de 1.300 anos. Evidências geológicas mostram 
que o Big Freeze foi provocado por um súbito afluxo de água doce, quando
 o lago Agassiz na América do Norte transbordou e verteu para o 
Atlântico Norte e o Oceano Ártico. Este grande volume, maior do que 
todos os Grandes Lagos da América do Norte combinados, diluído do Norte 
foi para o Atlântico e trouxe-o a um impasse.
Sem a influência 
do aquecimento do oceano as temperaturas de circulação em todo o 
hemisfério Norte despencaram, mantos de gelo cresceram e a civilização 
humana se desfez.
 
 
Evidências 
anteriores de núcleos de gelo na Groenlândia indicaram que essa mudança 
repentina no clima ocorreu no espaço de uma década ou mais. Agora novos 
dados mostram que a mudança foi surpreendentemente abrupta, ocorrendo ao
 longo de alguns meses ou um ano ou dois no máximo.
Patterson e seus 
colegas criaram o registro da mais alta resolução de eventos do ‘Big 
Freeze’ até à data, a partir de um núcleo de lama tirada de um antigo 
lago, Lough Monreagh, na Irlanda. Usando camadas de bisturi, elas foram 
fatiadas a partir do núcleo, apenas 0,5 milímetros de espessura, o que 
representa um período de tempo de um a três meses.
Patterson estudando sedimentos em lagos
Isótopos de 
carbono em cada fatia revelaram como produtivo o lago era, enquanto os 
isótopos de oxigênio deram uma imagem de temperatura e precipitação. No 
início do “Big Freeze” o panorama mostra que as temperaturas despencaram
 e a produtividade do lago parou ao longo de poucos anos. “Seria como pegar a Irlanda hoje e deslocá-la até Svalbard, criando condições de gelo num período muito curto de tempo”,
 diz Patterson, que apresentou as descobertas na conferência da Fundação
 Europeia da Ciência BOREAS em seres humanos no Ártico, em Rovaniemi, 
Finlândia.
Enquanto isso, seu registro de isótopo a partir do final do Big Freeze mostra que ele tomou em torno de dois séculos para o lago e clima se recuperarem, ao invés de uma década abrupta ou de modo os núcleos de gelo indicassem. “Isso faz sentido porque levaria tempo para o oceano e a circulação atmosférica se ligarem novamente“, diz Patterson.
Enquanto isso, seu registro de isótopo a partir do final do Big Freeze mostra que ele tomou em torno de dois séculos para o lago e clima se recuperarem, ao invés de uma década abrupta ou de modo os núcleos de gelo indicassem. “Isso faz sentido porque levaria tempo para o oceano e a circulação atmosférica se ligarem novamente“, diz Patterson.
Olhando para o futuro Patterson diz que não há razão para que um “Big Freeze” não ocorra novamente. “Se o gelo da Groenlândia derreter de repente, seria catastrófico“, diz ele.
Este estudo faz 
parte de uma ampla rede de 38 equipes de investigação individuais da 
Europa, Rússia, Canadá e EUA fazem “Histórias do Norte – ambientes, 
movimentos, narrativas dos European Science Foundation (programa 
EUROCORES BOREAS). Esta iniciativa altamente interdisciplinar reuniu 
cientistas de uma ampla gama de disciplinas, incluindo ciências humanas,
 sociais, médicas, ciências ambientais e climáticas.
Fontes: Despierta al Futuro, Artigo original da ESF – European Science Foundationreproduzido na NewsScientist, The Guardian e The Sunday Times
 

 
  
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário