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quarta-feira, 24 de julho de 2013

RECORDES DE FRIO


atualizado às 09h49

São Paulo tem nesta quarta-feira a madrugada mais fria desde 2000

Pedestre enfrentou forte frio no largo Santa Cecília, em São Paulo, nesta quarta-feira Foto: Nico Nemer / Futura Press
Pedestre enfrentou forte frio no largo Santa Cecília, em São Paulo, nesta quarta-feira
Foto: Nico Nemer / Futura Press


A capital paulista enfrentou a madrugada mais fria do ano nesta quarta-feira. A estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 5,2ºC. A cidade não tinha uma temperatura tão baixa desde 18 de julho de 2000, quando a estação no Mirante de Santana marcou 4,1ºC, segundo a Climatempo. 


Na avenida Paulista, os termômetros de rua chegaram a registrar 5ºC e na estação operada pelo Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), 4ºC em Parelheiros, zona sul de São Paulo. Para comparativo, no entanto, a Climatempo usa apenas os dados oficiais de medição do Inmet. 

Nos aeroportos da capital, as mínimas foram 6ºC em Congonhas e 7ºC no Campo de Marte. Ontem, a cidade teve a tarde mais fria desde 2004, segundo o Inmet. A medição da temperatura às 15h foi de 10,6°C no Mirante de Santana.

Inverno evidencia diferenças climáticas pelo País


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23/07/2013 18h34 - Atualizado em 23/07/2013 21h25

Onda de frio leva neve a mais de cem cidades do Sul do país

Período frio é o mais prolongado desde julho de 2000, segundo Inmet.
Temperaturas também caíram no Centro-Oeste e em 2 estados do Norte.

Do G1, em São Paulo

Neve no Brasil 23.7 20h45 (Foto: Debora Duffeck/VcnoG1)
A massa de ar polar que passou pela Argentina antes de chegar ao Brasil, no fim de semana passado, fez nevar em mais de cem cidades do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul nesta segunda (22) e terça-feira (23). A onda de frio, que atinge Sul, Sudeste, Centro-Oeste e até dois estados do Norte do país (Acre e Rondônia), é a mais prolongada dos últimos 13 anos, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
De acordo com a meteorologista Lucia Gularte, do Inmet, só em julho do ano 2000 houve temperaturas tão baixas registradas por tantos dias consecutivos.
"Foram 17 dias ao todo. Agora, já estamos há sete dias com temperaturas abaixo de zero, e certamente isso vai continuar até sexta-feira, o que deve atrapalhar muito a agricultura, principalmente plantações de citrus e alface, além de trazer problemas de saúde", diz.
Entre os locais atingidos pela neve, estão as regiões metropolitanas de duas capitais: Curitiba e Florianópolis. Em Curitiba, o registro de neve feito nesta terça pelo Instituto Meteorológico Simepar é o primeiro desde 1975. Flocos de neve e chuva congelada foram vistos em vários bairros da capital paranaense, além de cidades como Araucária, Campo Largo, Lapa e São José dos Pinhais, incluindo o Aeroporto Internacional Afonso Pena.
Já em Santa Catarina, a Epagri/Ciram registrou neve na região do Morro do Cambirela, em Palhoça, na Grande Florianópolis. É a primeira ocorrência do tipo em 29 anos, vista também em outras cidades da região metropolitana, como Alfredo Wagner, Angelina e Rancho Queimado, e várias partes do estado. Ao todo, pelo menos 88 cidades catarinenses tiveram neve. Até as 6h30 desta terça, a menor temperatura havia sido em Bom Jardim da Serra, na região serrana, com -7° C. Em São Joaquim, na mesma região, fez -4° C, o que deixou árvores congeladas.
Interdição de rodovias e aula cancelada
A neve no Sul do país também chegou a interditar rodovias federais (BR-116, BR-280 e  BR-282) e estaduais (SC-350, SC-390 e SC-280) em Santa Catarina, por causa do acúmulo de gelo na pista. Às 17h desta terça (23), não havia mais nenhum trecho bloqueado devido ao acúmulo de neve. Somente na BR-116 em São Bento do Sul, no Norte do estado, o trânsito estava em meia pista por causa da queda de uma barreira.

Além disso, a neve e o frio extremo provocaram o cancelamento de aulas em São Joaquim. Um morador de rua morreu em Biguaçu, na Grande Florianópolis, em decorrência do frio. E duas cidades do estado – São Joaquim e São José, na Grande Florianópolis – estão em situação de emergência para compra de cobertores e mantimentos às famílias mais pobres.
No Paraná, a pista escorregadia causou nesta segunda um acidente entre um carro e um caminhão na BR-277, deixando duas pessoas mortas e três feridas. A rodovia foi bloqueada por volta da meia-noite, entre os km 302 e 388. Em Guarapuava, os telhados de uma loja e de um ginásio de esportes desmoronaram por causa do peso na neve. Apesar do susto, ninguém se feriu.
No Rio Grande do Sul, até as 12h desta terça, não havia informações sobre incidentes ou bloqueio de rodovias por causa da neve.
Neve no sul do PR é rara
De acordo com o meteorologista Marcelo Schneider, do Inmet, a neve que atinge Santa Catarina e o Paraná é uma das maiores em décadas. Em algumas cidades, como Curitiba, a última ocorrência havia sido há 38 anos.

"O acúmulo de neve no sul do Paraná também é raro. E o que chama a atenção são a duração dos dias frios, a permanência do ar polar e a neve, e não as temperaturas mínimas absolutas", explica Schneider.
Para o meteorologista Henri Rossi Pinheiro, do Inpe, em 2010 e 2011 houve muito mais neve nas serras gaúcha e catarinense. Por outro lado, desta vez nevou muito em Guarapuava, no Paraná, como não nevava há 50 anos.
Frio no Centro-Oeste e Norte
Segundo Pinheiro, essa foi a onda de frio mais intensa do ano, e não deve ter outra massa assim até dezembro.

"Essa massa provocou 14° C em Rio Branco, no Acre, e chegou até o Espírito Santo. A partir de sexta, o ar frio deve começar a perder intensidade e se deslocar em direção ao oceano. Aí o país deve sofrer um leve aumento nos termômetros", explica o meteorologista.
Schneider, do Inmet, também destaca a situação no Centro-Oeste, onde predomina o clima quente e seco. "Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, registramos 4,6° C, com sensação térmica de 0° C, e Cuiabá chegou a 9° C, com sensação de 4° C, por causa do vento", ressalta.
Em São Paulo, a menor mínima do ano foi registrada pelo Inmet nesta terça, no Mirante de Santana, Zona Norte da capital: 9,2° C. O recorde anterior de 2013 havia sido obtido no dia 9 de maio: 10,2° C. A menor temperatura já registrada na cidade foi em 1955: -2,1° C.
"Em pleno inverno, São Paulo ainda não havia baixado dos 10° C. E, em 70 anos, isso só ocorreu cinco vezes aqui. A sensação térmica chegou a 6° C", diz Schneider. E o que chama a atenção são as temperaturas máximas baixas, em torno de 11° C entre esta terça e quarta.
Nos próximos dias, até sexta (26), ainda pode gear nos três estados do Sul, com previsão de chuvas isoladas. Neve mesmo só deve cair ainda nesta terça – a partir desta quarta (24), fica mais improvável. As temperaturas mínimas para o RS nesta quarta devem girar em torno de -6° C; -7° C em SC; e -5° C no PR. A sensação térmica menor vai depender de outros fatores, como vento e umidade, apontam o Inmet e o Inpe.
Neve no Brasil mapa 23.7 21h25 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Colaboraram G1 PR, G1 SC e G1 RS
 
 
#frioSC23/07/2013 | 17h24Atualizada em 23/07/2013 | 18h07

Neve nunca foi registrada em tantas cidades em Santa Catarina

Flocos brancos surpreenderam catarinenses de pelo menos 85 cidades do Estado



Neve nunca foi registrada em tantas cidades em Santa Catarina Andre G. Martins/Arquivo Pessoal
Vista do Cambirela coberto por neve na visão do Ribeirão da Ilha, na Capital Foto: Andre G. Martins / Arquivo Pessoal
Gabrielle Bittlebrun
Em meio ao verde da Serra do Tabuleiro, um tom incomum: o branco. A neve que caiu na Serra, no Oeste e no Vale do Itajaí, caiu também na Grande Florianópolis. Flocos brancos surpreenderam catarinenses de pelo menos 85 cidades. Não se sabe se em algum outro momento o fenômeno tenha sido encontrado em tanta frequência. Mas meteorologistas atentam para a espacialidade da neve desta vez e para a abundância de registros, em fotos e gravações. O gelo deve permanecer hoje, só que na forma de geada.
Keila Salsi, 31 anos, abriu a janela de casa, em Palhoça, e viu os morros do Tabuleiro cobertos de branco. Conferiu na internet e na rádio que era mesmo neve e foi com o marido, Valdecir, 32, ver a paisagem mais de perto.
— Foi uma surpresa ter esse cartão postal tão perto de casa! — contou a autônoma, em Palhoça.
A situação só foi possível por uma combinação de fatores, nas várias regiões. A nebulosidade causada por sistemas de vento em altas camadas da atmosfera e por áreas de baixa pressão, junto a temperaturas próximas à 0ºC, sob influência de uma onda de ar polar, foram a porta de entrada para a neve em 25% de SC — e no Paraná, Rio Grande do Sul, Chile, Argentina e Uruguai.
Até aqui, a Epagri/Ciram nunca tinha computado neve em tantos locais do Estado. Os últimos anos com mais registros foram em 2010, com o fenômeno em 23 municípios, e 2011, com neve em 16 cidades, números bem inferiores aos de agora. Os episódios desta semana poderão ficar para a história, então, pela amplitude, como explica o meteorologista do órgão Marcelo Martins. Mas não se pode confirmar se o cenário de neve em tantos lugares é inédito, já que o fator tecnológico contribui para os levantamentos.


Foto: Luiza Wiggers / Arquivo pessoal
— Não dá para dizer que não teve tantas cidades do Estado com neve antes. Em anos anteriores, não tinha tanta gente mandando informação por celular, o número de informações e de estações é bem maior — pondera Gilsânia Cruz, também da Epagri.
Mesmo assim, para a tristeza de quem quer ter os flocos ao alcance das mãos, as ocorrências como desta semana deverão demorar a se repetir.
— É um caso excepcional ter neve em tantos lugares, precisa de fatores específicos. Não é o que vai se observar toda hora — relata Gilsânia.
Por enquanto, a Epagri tem cerca de 200 estações que medem fatores como ventos, temperatura e radiação e pelo menos 15 pontos de observação de fenômenos meteorológicos, além de contar com fotos e filmagens do público em geral na coleta dos dados.

Foto: Géssica Silva / Arquivo pessoal


Grande Florianópolis e Vale do Itajaí

Os registros de neve foram renovados em muitos pontos do Estado, como no Vale do Itajaí, em que não se registrava o fenômeno há pelo menos 13 anos. No Morro do Cambirela, na Serra do Tabuleiro, a última neve registrada foi em1984. Mas, para o aposentado Antonio Clementino Vieira, 86, ontem foi mais bonito.
— Desta vez, foi abrindo o sol e a neve foi aparecendo mais. Parece coisa de filme— comenta o aposentado, que acordou às 6h para admirar os morros brancos em frente à própria casa, em Águas Mornas.

Foto: Aline Rachadel / Arquivo pessoal
 

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