Frio27/07/2013 | 14h50
Neve que caiu no Estado nos últimos dias é resultado de fenômeno raro no mundo
Registrada em apenas 8% das formações, conjunção rara de condições explica o branco que tingiu 107 municípios
Neve como a que caiu em Rancho Queimado teve formação rara
Foto:
Guto Kuerten / Agencia RBS
Carolina Dantas e Sâmia Frantz
A neve que tingiu Santa Catarina de branco esta semana nunca foi
registrada de forma oficial em tantas cidades ao mesmo tempo. Mas é por
outro motivo que o fenômeno ficará guardado para sempre na história de
Santa Catarina: a forma como os flocos de gelo nasceram na atmosfera, em
uma formação considerada rara pela meteorologia _ a friagem.
O mais comum é a neve nascer do encontro de dois ciclones, um no sentido horário _ mais úmido, que vem do oceano Atlântico _ e outro no sentido antihorário _ mais seco e mais frio, que vem de países como Argentina e Uruguai. Mas desta vez, outras situações atmosféricas provocaram o fenômeno.
Tudo começou por causa de uma frente fria estacionada entre a costa de São Paulo e o noroeste do Rio Grande do Sul. A chegada de um ar mais gelado vindo da Argentina instabilizou a atmosfera e formou nuvens de gelo, que deram início ao fenômeno na segunda-feira. Somente 8% das nevadas se formam assim.
Essa formação é o que explica, também, o fato da neve ter caído em menor quantidade, mas espalhada pelo Estado _ 107 municípios registraram o fenômeno, segundo a Epagri/Ciram. Em 2010, quando 23 cidades foram atingidas, a espessura da neve era maior porque a formação ocorreu do método tradicional, do cruzamento de dois ciclones.
Segundo o pesquisador Alexandre Aguiar, sócio-diretor da MetSul Meteorologia, há pelo menos 30 anos não se via um fenômeno assim.
_ Essa semana foi completamente atípica. Foi um aprendizado para qualquer um que trabalha com meteorologia. É o fenômeno mais incrível no Sul do país desde as enchentes de 2008 _ explica.
Doutora em meteorologia, a pesquisadora Márcia Fuentes, explica que o Estado já viu outros dois momentos com formação similar, mas não tão intensa: de 1970 a 1975 e no ano 2000. No primeiro período, nevou cinco vezes em cinco anos. Mas como existiam poucas estações meteorológicas na década de 70, o registro feito pelos órgãos não chegou nem perto do que ocorreu neste ano.
_ Agora, as redes sociais e a fotografia digital têm papel fundamental para a meteorologia. As informações chegam com rapidez e podemos deslocar os observadores para outros lugares. Checar os fenômenos é mais fácil _ diz Márcia, que pesquisa todos os registros de neve na região Sul do Brasil ocorridos desde 1948.
Hoje, a Epagri tem cerca de 200 estações que medem fatores como ventos, temperatura e radiação e pelo menos 15 pontos de observação de fenômenos meteorológicos.
O mais comum é a neve nascer do encontro de dois ciclones, um no sentido horário _ mais úmido, que vem do oceano Atlântico _ e outro no sentido antihorário _ mais seco e mais frio, que vem de países como Argentina e Uruguai. Mas desta vez, outras situações atmosféricas provocaram o fenômeno.
Tudo começou por causa de uma frente fria estacionada entre a costa de São Paulo e o noroeste do Rio Grande do Sul. A chegada de um ar mais gelado vindo da Argentina instabilizou a atmosfera e formou nuvens de gelo, que deram início ao fenômeno na segunda-feira. Somente 8% das nevadas se formam assim.
Essa formação é o que explica, também, o fato da neve ter caído em menor quantidade, mas espalhada pelo Estado _ 107 municípios registraram o fenômeno, segundo a Epagri/Ciram. Em 2010, quando 23 cidades foram atingidas, a espessura da neve era maior porque a formação ocorreu do método tradicional, do cruzamento de dois ciclones.
Segundo o pesquisador Alexandre Aguiar, sócio-diretor da MetSul Meteorologia, há pelo menos 30 anos não se via um fenômeno assim.
_ Essa semana foi completamente atípica. Foi um aprendizado para qualquer um que trabalha com meteorologia. É o fenômeno mais incrível no Sul do país desde as enchentes de 2008 _ explica.
Doutora em meteorologia, a pesquisadora Márcia Fuentes, explica que o Estado já viu outros dois momentos com formação similar, mas não tão intensa: de 1970 a 1975 e no ano 2000. No primeiro período, nevou cinco vezes em cinco anos. Mas como existiam poucas estações meteorológicas na década de 70, o registro feito pelos órgãos não chegou nem perto do que ocorreu neste ano.
_ Agora, as redes sociais e a fotografia digital têm papel fundamental para a meteorologia. As informações chegam com rapidez e podemos deslocar os observadores para outros lugares. Checar os fenômenos é mais fácil _ diz Márcia, que pesquisa todos os registros de neve na região Sul do Brasil ocorridos desde 1948.
Hoje, a Epagri tem cerca de 200 estações que medem fatores como ventos, temperatura e radiação e pelo menos 15 pontos de observação de fenômenos meteorológicos.
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