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sábado, 30 de agosto de 2014

NÃO TEM MAIS AQUECIMENTO GLOBAL?



Em apenas 15 segundos, este vídeo da NASA mostra o aquecimento da Terra entre 1950 e 2013.

info.abril.com.br
22/08/2014 09h14 - Atualizado em 22/08/2014 09h15

Cientistas afirmam que trégua no aquecimento global é aparente

Reprodução/YouTube/Nasa
Aquecimento Global
A aparente desaceleração do aquecimento na superfície terrestre nos últimos 15 anos pode ser atribuída a um aprisionamento do calor nas profundezas do Oceano Atlântico e dos mares do sul, afirmaram cientistas nesta quinta-feira.
O estudo, publicado na revista Science, sugere que tais ciclos têm ocorrido nos últimos 20 a 35 anos, e que o aquecimento global se intensificará novamente assim que o calor subir para a superfície da água.
"A cada semana há uma nova explicação para estas interrupções", afirmou o coautor da pesquisa, Ka-Kit Tung, professor de matemática aplicada e membro adjunto da faculdade de ciências atmosféricas da Universidade de Washington. "Temos acompanhado as observações no oceano para tentar encontrar a causa subjacente", prosseguiu.
Tung e Xianyao Chen, da Ocean University, da China, estudaram as temperaturas das profundezas a partir de amostras d'água coletadas até 2.000 metros de profundidade. Eles descobriram que, em 1999, a água começou a esquentar mais, bem quando o rápido aquecimento do século XX começou a decair.
Segundo os pesquisadores, o fato de que o calor se desloque para o fundo do mar explica porque a superfície permanece com temperaturas estáveis, da mesma forma que os gases de efeito estufa prendem mais o calor do sol na superfície da Terra.
Eles descobriram ainda que, diferentemente dos estudos anteriores, o calor não ficava preso no oceano Pacífico. "Esta descoberta é uma surpresa", disse Tung. "Mas os dados são bastante convincentes e mostram outra coisa", afirmou.
As mudanças climáticas coincidiram, ainda, com um aumento da salinidade e na densidade da água na superfície do norte do Atlântico, perto da Islândia. Esta dinâmica gera mudanças na velocidade das enormes correntes do Atlântico que circulam quentes através do planeta, acrescentou o estudo.
"Quando a água mais densa fica por cima da mais leve, ela cai muito rápido e sua temperatura aumenta por isso", disse Tung. "Há ciclos recorrentes impulsionados pela salinidade que podem armazenar o calor nas profundezas dos oceanos Atlântico e os mares do sul", acrescentou Tung.
"Depois de 30 anos de aquecimento acelerado na fase quente, agora é o momento da fase fria", prosseguiu.


23/07/2014 09h46 - Atualizado em 23/07/2014 09h47

5 sinais inquietantes de um mundo em aquecimento

Getty Images
MarEm alta: elevação do nível do mar é ameaça direta às populações costeiras em todo o mundo
 Glaciares em declínio, concentração recorde de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, temperaturas extremas, marés ameaçadoras, um tufão furioso chamado Haiyan... Os eventos climáticos de 2013 refletem o que os cientistas, há décadas, têm observado: o nosso planeta está se tornando um lugar mais quente.
É o que mostra o mais novo relatório da Sociedade Meteorológica Americana e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA).

Compilado por 425 cientistas de 57 países e divulgado anualmente, o estudo Estado do Clima de 2013 traz informações atualizadas sobre os indicadores globais relacionados às mudanças climáticas.
Conheça a seguir cinco importantes sinais que confirmam a tendência de aquecimento global no longo prazo.
Emissões nas alturas
Os gases de efeito estufa (GEE) continuaram a subir no ano passado. No Observatório Mauna Loa, no Havaí, a concentração diária de CO2, o GEE mais importante, ultrapassou 400 ppm em 9 de maio, pela primeira vez, desde que as medições começaram no local, em 1958.
Em média, a concentração anual de CO2 em 2013 situou-se em 395,3 ppm, um aumento de 27% em relação aos níveis pré-industriais. Os cientistas esperam que a média global anual irá alcançar o limite de 400 ppm dentro de alguns anos.
Por que isso é importante?
A cada ano, as atividades humanas produzem mais CO2 do que os processos naturais podem absorver. Isso significa que o valor líquido de dióxido de carbono atmosférico nunca diminui. Assim, o acúmulo anual do gás segue subindo a medida que população mundial queima mais e mais combustíveis fósseis.
Calor, muito calor
O ano de 2013 ficou entre os dez anos mais quentes desde que os registros modernos começaram, em 1850. A temperatura média da superfície global ficou cerca de 0,50 ° C acima da média de 1961-1990, e 0,03 °C a cima da média registrada entre 2001 e 2010.
Em apenas 15 segundos, este vídeo da NASA mostra o aquecimento da Terra entre 1950 e 2013.


Por que isso importa?
A temperatura da superfície é uma das variáveis de tempo e clima mais familiares e consistentemente medidas pelo cientistas - e tem conexão direta com as mudanças climáticas a longo prazo. Não podemos esquecer que, de todos os planetas, a Terra tem uma temperatura de superfície amigável à vida.
Essa característica resulta do equilíbrio entre a entrada de luz solar e a saída de energia térmica, o calor irradiado de volta para o espaço por todas as partes do ecossistema planetário, dos solos para os oceanos, para nuvens e, especialmente, pelos gases na atmosfera.
A triste constatação: a tendência de aquecimento de longo prazo da Terra mostra que o equilíbrio foi alterado.
A maré continua subindo
O nível médio do mar continuou a subir em 2013, seguindo o ritmo de elevação de 3,2 mm por ano registrado ao longo das últimas duas décadas. Parte do aumento é devido ao derretimento das geleiras e outra parte é devido ao aumento da temperatura da água, que se expande quando fica mais quente.
Além disso, cerca de 15% da tendência de alta do nível do mar ao longo das últimas duas décadas tem sido atribuída à variabilidade natural.
Gráfico mostra tendência de elevação do nível do mar:
Nível do Mar
Por que isso é importante?
A elevação do nível do mar é uma ameaça direta às populações costeiras em todo o mundo e já coloca em xeque a existência de micropaíses, como as Maldivas e Kiribati.
Globalmente, 8 das 10 maiores cidades do mundo também estão perto de uma costa, segundo o Atlas dos Oceanos da ONU.
Em se tratando do mundo natural, o aumento do nível do mar revela-se um elemento “estressor” sobre os ecossistemas costeiros que proporcionam proteção contra tempestades e habitat para peixes e outros animais.

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