Imagem animada dos dias 11 e 12.12.2014 mostram na costa oeste dos Estados Unidos uma forte frente fria associada a um ciclone extratropical que causam fortes ventos, chuva intensa e neve nas partes mais altas. Na mesma imagem, vemos abaixo a direita as nuvens que chegam do El Niño sobre o México.
Abaixo na imagem do Radar Doppler vemos em verde, as chuvas na costa oeste dos Estados Unidos no dia 12.12.2014. Em azul, a neve.
exame.abril.com.br
12/12/2014 06:42
Pior temporal em cinco anos causa estragos na Califórnia
REUTERS/Robert Galbraith
Pedestre passa por rua alagada em San Francisco
Da EFE
Funcionário
recolhe cabos de energia após a queda de um poste em San Leandro, na
Califórnia (Foto: AP Photo/Bay Area News Group, Aric Crabb)
Segundo a imprensa americana, esta foi a pior tempestade na Califórnia nos últimos cinco anos, e, paradoxalmente, aconteceu durante a seca crônica que afeta o estado há três anos.
Na região da baía de San Francisco, uma das mais atingidas pelo temporal, 100 mil casas estão sem eletricidade e vários serviços de transporte público foram suspensos. Além disso, 236 voos foram cancelados desde a madrugada no aeroporto de San Francisco, segundo o site 'Flightaware.com'.
Já os bombeiros informaram que foram registradas mais de 100 ocorrências, a maioria delas devido à queda de árvores, que interditaram ruas, destruíram carros, telhados e, inclusive, prenderam uma criança que precisou ser resgatada em Santa Cruz.
Por causa da previsão de temporal, a maioria das escolas de San Francisco, Oakland e Berkeley cancelaram suas aulas e várias empresas dispensaram seus funcionários para evitar problemas maiores no distrito financeiro de San Francisco.
Fora da cidade, lugares como os condados vinícolas de Napa e Sonoma também foram fortemente atingidos pelo temporal. Partes da cordilheira de Sierra Nevada, no interior da Califórnia, permanecem em atenção pelo risco de tempestades de neve e fortes ventos.
Nos arredores do Lago Tahoe, em Sierra Nevada, o Serviço Nacional de Meteorologia registrou rajadas de vento de até 236 km/h.
Fora da Califórnia, o temporal também foi bastante intenso no estado do Oregon, onde os fortes ventos levaram à interdição de muitas estradas, após a queda de árvores e postes elétricos.
Equipe
de segurança tenta desobstruir um trecho alagado da Highway 101, em San
Francisco, na Califórnia (Foto: AP Photo/Noah Berger)
wunderground.com
Torrential Rains Dent Califonia's Worst Drought in at Least 1,200 Years
More detailed blog posts made this week on the research attempting to quantify the potential human contribution to California's drought are available from Dana Nuccitelli at the Guardian's "Climate Consensus - the 97% blog, and from Dr. Michael Mann at Huffington Post.
Figure 1. Kevin Anchukaitis (left) and Daniel Griffin (right) used tree-rings from centuries-old blue oak like the one pictured to provide long-term context for the ongoing California drought. 2014 image by Megan Lundin.
Figure 2. Super Soaker: A massive drought-denting extratropical storm soaks the U.S. West Coast as seen in this 4 pm PST December 10, 2014 satellite image. Image credit: NASA/GSFC.
Yosemite Park waterfalls resume flowing
Yosemite National Park's big waterfalls--Yosemite Falls, Bridalveil Fall, and Cascade Fall--resumed flowing again on December 3 after two days of significant rainfall in California's Yosemite area. "To see Yosemite Falls coming to life this morning is truly exhilarating," stated Don Neubacher, Yosemite National Park Superintendent on December 3. "This is a wonderful time to visit Yosemite National Park and the waterfalls just add to the magnificence of the park." The falls slowed to a trickle in mid-July and were completely dry for most of August, September, October, and November due to California's exceptional drought. You can view the falls on the Yosemite Falls webcam. Today's rains are sure to make the waterfall roar big-time!
Figure 3. Yosemite Falls on December 4, 2014 after a round of heavy rains got them flowing again (top) and what the falls looked like on December 1, 2014 during the peak of California's record drought (bottom.) Image credit: Yosemite Conservancy.
BRASIL
Subúrbio desértico de Lima enfrenta seca com 'unidades de dignidade'
Lima, que sedia até esta sexta a 20ª reunião da ONU sobre o clima, é
também uma amostra dos desafios provocados pelo baixo suprimento de
água.
A capital peruana é tida como a segunda maior cidade do
mundo construída sobre um deserto, ficando atrás apenas do Cairo, no
Egito. As chuvas na capital peruana costumam somar apenas 50 mm de água
por ano (equivalente à média histórica de chuvas em São Paulo apenas no
mês de junho).Perto dali, a uma hora de distância da capital, a comunidade de Nuevo Pachacutec ilustra tanto as dificuldades dos moradores em obter água quanto a descoberta de possíveis soluções que podem servir de referência para outras comunidades do mundo, inclusive no Brasil, onde cidades como São Paulo vivem a pior crise hídrica de sua história.
Em um dia recente em Nuevo Pachacutec, a rotina de dezenas de milhares de pessoas envolve esperar um caminhão-pipa para encher barris plásticos com água, a custos que muitas vezes pesam no bolso dos mais pobres.
Os primeiros dos 160 mil moradores da região chegaram ali nos anos 1980, em resposta a políticos que lhes prometeram terras em troca de votos.
Muitos ainda não têm um título legal que lhes garanta a propriedade da terra.
Alguns quilômetros ao sul de Nuevo Pachacutec, um riacho sujo serpenteia sob uma rodovia, margeado por sacos de lixo. Trata-se do rio Chillon, a única fonte de água para cerca de 2 milhões de pessoas ao norte de Lima.
Mudanças climáticas
As águas do Chillon vêm de geleiras dos Andes. E isso é motivo de preocupação."Estamos preocupados aqui no Peru porque as mudanças climáticas já estão tendo um grande impacto no nosso acesso à agua", diz Armando Mendoza, pesquisador da ONG Oxfam no país.
"Nos últimos 40 anos, a cobertura glacial recuou mais ou menos 40%, por causa do aumento das temperaturas globais. As previsões são de que, no futuro, o acesso à água ficará ainda mais difícil, e os pobres estão mais vulneráveis a isso."
Essas questões de longo prazo, porém, não são a prioridade imediata em Nuevo Pachacutec.
Apesar de 80% das casas da região serem feitas de madeira, as rendas e as aspirações estão crescendo por ali. As poeirentas ruas da comunidade estão repletas de placas indicando postos para lavar carros e escolas particulares.
Só que o acesso à água é crucial para continuar esse desenvolvimento, assim como em outras comunidades ainda carentes do mundo.
Com financiamento do governo alemão, um grupo ecológico chamado Alternativa tem ajudado a construir redes de tanques de água, conectados por uma tubulação subterrânea que leva a água diretamente para as casas.
Também instalaram 900 pontos externos de distribuição de água ao longo da comunidade.
Até agora, esses esforços têm permitido o abastecimento de 9 mil casas.
Por ali, a água não é apenas uma substância vital para a vida - é um indicador de status social e progresso.
Saúde e sujeira
Daniza Cruz Navarro mora em uma parte do bairro onde ficam as "casas azuis" - diante de cada uma delas há um barril de plástico azul, alguns com tampas. Os barris são abastecidos pelos caminhões-pipa que passam pela região.Mas esses barris são, também, usados por mosquitos para depositar seus ovos.
"Você vê os efeitos da forma como a água é armazenada na saúde das crianças", conta Daniza.
Ela desistiu dos barris e agora tem um tanque mais eficiente, que comprou com a ajuda da Alternativa.
No entanto, como Daniza ainda depende dos caminhões-pipa, acaba pagando mais pela água do que seus vizinhos.
Ela gasta o equivalente a R$ 90 por mês pelo preciso líquido, cerca de 10% de sua renda familiar.
Os que estão conectados à tubulação subterrânea pagam apenas o equivalente a R$ 9 por mês.
As diferenças de gastos acabam causando tensões entre os vizinhos. Apesar disso, especialistas dizem que muitos progressos foram obtidos em Nuevo Pachacutec, sobretudo em termos de empoderamento das pessoas.
"Mesmo que (a situação) não esteja perfeita, melhorou consideravelmente", afirma o engenheiro Osvaldo Caceres, da Alternativa.
"A infraestrutura é gerenciada por eles, para eles. A população local sabe o que quer, mas entende que tem de participar para consegui-lo."
"Quando chegamos aqui, era tudo deserto - não havia estradas, apenas areia", diz Ycella Bonilla, outra moradora de Nuevo Pachacutec.
Ela mostra, orgulhosa, cômodos recém-construídos em sua casa: um banheiro e uma lavanderia, que ela fez com a ajuda de microcrédito.
Ycella diz que são "unidades de dignidade".
Mas, apesar desse avanço, ela e sua família ainda pagam caro pela água. Ela tem uma mangueira e uma chave, que acopla a cada ponto de água. Paga cerca de R$ 60 por mês.
O esforço pelo desenvolvimento e a necessidade de contar com recursos como a água não se restringe a Nuevo Pachacutec.
Perto dali, em Lima, negociadores do clima tentam buscar alternativas para dilemas semelhantes que se repetem em diversos lugares do mundo.
Em reunião da Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que se encerra nesta sexta-feira no Peru, os negociadores debatem como conciliar as necessidades de uma população mundial crescente com as ameaças que isso causa ao planeta.
O engenheiro Osvaldo Caceres diz que, assim como os problemas da água começam a ser equacionados em Nuevo Pachacutec, a batalha climática global talvez possa ser vencida, se todos fizerem sua parte.
"Cada agente dessa cadeia tem de assumir responsabilidade pelo que tem de fazer", opina. "Governos, autoridades e obviamente o povo, todos têm de agir. Não há outro modo."
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