BACIA DO PARAGUAI
BACIA DO PARANAÍBA
BACIA DO RIO DOCE
BACIA DO RIO GRANDE
BACIA DO TIETÊ
BACIA DO RIO URUGUAI
FONTE: CPTEC/INPE
Nas principais bacias hidrográficas do Brasil, se mantém em baixa, mesmo com as boas chuvas em novembro e dezembro. Ocorre que janeiro não estão ocorrendo chuvas suficientes para recuperar os reservatórios. Uma alta pressão tropical sobre o Atlântico, intensificada pelo resfriamento do mar na costa do Nordeste do Brasil impede a formação da ZCAS.
Essa situação não ocorre no sul do Brasil(Rio Uruguai) onde frentes frias ficaram estacionadas, formando um canal de umidade.
em.com.br
Brasil importa energia da Argentina um dia depois do apagão
Pela primeira vez em mais de quatro anos, ONS recorreu à Argentina em dois momentos na terça-feira para garantir o fornecimento no país e evitar repetir corte do dia anterior
O Brasil precisou importar energia da Argentina um dia após o apagão que deixou mais de 3 milhões de brasileiros sem luz em 10 estados e o Distrito Federal. Essa foi a primeira vez que o país teve que recorrer à importação de países vizinhos desde novembro de 2010. A decisão emergencial do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ocorreu enquanto o governo brasileiro ainda se esforçava para explicar os motivos do blecaute, insistindo que não falta eletricidade no país e que a interrupção do fornecimento foi causada por falhas técnicas.
Os dados, que constam do informativo preliminar diário de operação (IPDO) do ONS, apontaram que a carga — demanda de energia do país — atingiu 74.094 megawatts médios (MWmed) na terça-feira, 20 de janeiro. Na ocasião, o Sistema Interligado Nacional (SIN), que engloba a geração de energia hidrelétrica, nuclear, eólica, térmica e a proveniente de Itaipu, contribuiu com 73.929 MWmed. E, como faltaram 165 MWmed, o país precisou importar esse montante do país vizinho.
O pedido do operador à Argentina teve como propósito garantir o suprimento de energia. A explicação que consta no IPDO é que "houve intercâmbio internacional da Argentina para o Brasil, a pedido do ONS em tempo real, das 10h23min às 12h e das 13h às 17h02, entre 500 megawatts (MW) e 1 mil MW, para contribuir no atendimento à ponta do SIN". A interligação da energia importada ao sistema nacional ocorreu no município de Garruchos (RS).
A justificativa do ONS é que o Brasil tem acordos de cooperação bilateral com a Argentina e que, assim como importou na terça-feira, já exportou energia para o parceiro da América do Sul. No Ministério das Minas e Energia (MME), a explicação é a mesma. "Existe um acordo com a Cammesa (órgão equivalente ao ONS na Argentina) que permite a importação sem que para isso seja necessária qualquer autorização do Ministério de Minas e Energia", afirmou a assessoria de imprensa do MME.
O que deixa cada vez mais preocupados os agentes do setor elétrico, que desde o ano passado alertam para os riscos de racionamento, é isso ter ocorrido exatamente um dia depois do apagão. "Foi uma decisão de emergência, feita em silêncio, enquanto o governo insistia em ignorar a séria crise energética pela qual passa o país", destacou Walter Fróes, da CMU Comercializadora de Energia.
Presente numa reunião realizada ontem em Brasília, Fróes enfrentou o apagão que tomou conta da Asa Sul, na capital federal. "Os sinais são claros. Chegamos no colapso. Está faltando energia e o governo não admite. Precisaria, pelo menos, incentivar a população a economizar eletricidade. Só não estamos no caos total porque a indústria não está produzindo", ressaltou, referindo-se à recessão pela qual passa o setor que mais consome energia no país. Para o especialista, o novo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, precisa apresentar um plano de contigenciamento em 90 dias para colocar ordem no sistema elétrico nacional.
ILUSIONISMO No entender do professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP) Célio Bermann, a importação de energia da Argentina ilustra o que ele chama de "estratégia do ilusionismo" por parte do governo. "Primeiro, dizem solenemente que não houve qualquer problema de disponibilidade de energia e adotam o discurso de problemas técnicos. No dia seguinte, precisamos recorrer à Argentina", comentou. Para Bermann, o governo deu mais um sinal de que encontra dificuldades para assumir e esclarecer a crise do setor energético. "Estão brincando de faz-de-conta e, enquanto isso, nosso parque energético está operando no limite", emendou.
Se as chuvas continuarem escassas e os reservatórios persistirem em níveis baixíssimos, são grandes as chances de novas situações de emergência, como o da última segunda-feira, opina o professor da USP, alertando para os transtornos provocados pelos apagões nos grandes centros urbanos. "É lamentável que o ministro (de Minas e Energia) tenha atribuído a Deus a solução do problema. Uma das atribuições dele é levar à população informações realistas sobre o que será feito para evitar novas interrupções de energia pelo desequilíbrio entre oferta e demanda", acrescentou. (Colaborou Diego Amorim)
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