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quinta-feira, 24 de abril de 2014

ICEBERG SE DESPRENDE DA ANTÁRTICA

23/04/2014 14h08 - Atualizado em 23/04/2014 14h08

Nasa monitora iceberg que 'nasceu' na Antártica e segue para mar aberto

Bloco de gelo gigante se desprendeu da geleira Pine Island.
Segundo a Nasa, iceberg é seis vezes o tamanho de Manhattan.

Do G1, em São Paulo

Fotos tiradas em 28 de outubro (esquerda) e 13 de novembro de 2013 (direita) mostram o iceberg se soltando do glaciar Pine Island (Foto: Nasa/Reuters)Fotos tiradas em 28 de outubro (esquerda) e 13 de novembro de 2013 (direita) mostram o iceberg se soltando do glaciar Pine Island (Foto: Nasa/Reuters)
Um satélite da agência espacial americana (Nasa) flagrou o iceberg B-31 se desprendendo do glaciar Pine Island, na Antártica, e está se dirigindo para o oceano aberto. Segundo a Nasa, o iceberg tem seis vezes o tamanho de Manhattan, em Nova York (EUA), e se dirige para uma área que não é muito usada por navios. As fotos foram tiradas em 28 de outubro e 13 de novembro de 2013.
Em outubro de 2013, bloco de gelo começou a se soltar do glaciar na Antártica (Foto: Nasa/Reuters)Em outubro de 2013, bloco de gelo começou a se soltar do glaciar na Antártica (Foto: Nasa/Reuters)
Duas semanas depois, o iceberg já aparecia mais distante do glaciar, seguido rumo ao oceano (Foto: Nasa/Reuters)Duas semanas depois, o iceberg já aparecia mais distante do glaciar, seguido rumo ao oceano (Foto: Nasa/Reuters)


27/01/2014 06h30 - Atualizado em 27/01/2014 06h30

Mudanças climáticas ameaçam espécies marinhas na Antártida

Estudo argentino mostra que alterações afetam a vida no leito do mar.
Recuo de geleiras dificulta alimentação de espécies que vivem na região.

Da EFE e G1

Antártica pode abrigar diamantes, dizem cientistas (Foto: BBC/Reuters)Diversidade de espécies que habitam Antártica está em perigo devido ao recuo das geleiras (Foto: Reuters)
A grande diversidade de espécies marítimas que habita a península antártica está em perigo devido ao aquecimento global e à ação dos homens, segundo uma pesquisa de cientistas argentinos.
As substâncias liberadas na atmosfera pelas atividades industriais e agropecuárias no mundo todo terminam, pela própria ação da natureza, nas regiões polares e provocam um aumento nas temperaturas da área.
Esse é um dos fenômenos que contribuiu para transformar a península antártica no ponto austral onde as temperaturas se elevaram com maior rapidez nos últimos 50 anos, o que ainda intriga os analistas.
"Isso se vê acelerado por oscilações anualizadas associadas ao fenômeno do El Niño e à mudança dos centros de alta e baixa pressão que ocorre no Atlântico Sul, motivo pelo qual os ventos predominantes foram do mar, que tem maior temperatura, ao continente", explicou à Agência EFE o pesquisador Ricardo Sahade, do Instituto Antártico Argentino.
Essas mudanças profundas, somadas à atividade nas bases instaladas no continente gelado, afetaram o ecossistema, sobretudo o meio submarino bentônico, ou seja, a vida que habita o leito do mar.
Professor da Universidade Nacional de Córdoba e pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET), Sahade integra uma equipe de especialistas que se dedica, desde 1994, a estudar na enseada Potter, da base argentina Carlini, as consequências do aquecimento global nessas comunidades submarinas.
"90% das geleiras da península retrocede e na enseada Potter foi muito evidente. Há uma geleira que, em 1996, terminava no mar e agora retrocedeu ao ponto de deixar uma nova ilha descoberta", acrescentou.
Esse retrocesso causou a entrada de sedimentos da terra no mar, o que dificulta a alimentação das espécies bentônicas que se nutrem de filtrar partículas de água.
"Aí vimos grandes mudanças nessas comunidades em um tempo muito curto, o que era absolutamente inesperado", ressaltou Sahade.
As espécies que mais sofreram as consequências foram as ascídias, conhecidas como "batatas do mar", embora também tenham sido afetadas as esponjas, os corais e algumas algas marinhas.
"É a primeira mudança que se observa desta magnitude pela mudança climática", especificou o pesquisador argentino, que admitiu que o maior conhecimento do impacto na vida animal se observa nos arredores das bases.
"Os fiordes, como o espaço analisado na enseada Potter, praticamente não foram estudados e o que estamos vendo é que isso pode estar ocorrendo ao longo de toda a península", disse.
Além disso, os cientistas tentam esclarecer as incógnitas sobre a ilha recém descoberta após o retrocesso da geleira, que apareceu cheia de microorganismos.
Os cientistas se perguntam se esses microorganismos já viviam sob o gelo ou se desenvolveram nos seis anos que demoraram desde que a geleira deixou descoberta o lugar até que tomaram as mostras para analisar.
"Na Antártida, todos os processos biológicos, como a colonização, são muito lentos" e qualquer das duas opções tem desconcertados os especialistas, acrescentou Sahade. "Este lugar sempre nos traz surpresas", concluiu o cientista.

brasil247.com/pt

Um rebocador puxa um imenso iceberg. A longa viagem o levará das águas frias do Ártico até algum ponto quente e desértico na zona do Equador.
Um rebocador puxa um imenso iceberg. A longa viagem o levará das águas frias do Ártico até algum ponto quente e desértico na zona do Equador.


Por: Equipe Oásis

O aquecimento global tem levado um número cada vez maior de icebergs a desprender-se da Groenlândia e da Antártida e rumar para águas mais quentes, atrapalhando a navegação até desfazer-se no oceano. Enquanto isso, mais de 1,1 bilhão de pessoas sofrem com a escassez de água potável no mundo e 2,5 bilhões não têm acesso a sistemas de purificação de água. A ideia parece inevitável: não seria possível conduzir icebergs, com sua água puríssima, às regiões áridas do planeta? Até alguns anos atrás, quase ninguém levaria a proposta a sério. Mas a moderníssima tecnologia 3D pode ter mudado essa avaliação.
O principal responsável por essa revisão de conceito é um engenheiro francês, Georges Mougin, autor do Project Iceberg, o qual já executou todos os cálculos teóricos necessários à concretização da façanha. Ainda nos anos 1970, ele fazia parte de uma equipe convocada pelo príncipe Mohammad al-Faisal, da Arábia Saudita, para tornar realidade o projeto “Iceberg Transport International” – um plano de envolver um iceberg de 100 milhões de toneladas em lona e plástico e levá-lo das regiões árticas ao Mar Vermelho. As imensas dificuldades previstas para a execução do trabalho e o custo mínimo de US$ 100 milhões assustaram até mesmo os megamilionários sauditas e o projeto não foi adiante, mas Mougin não descartou a ideia e continuou em contato com glaciologistas, oceanógrafos e meteorologistas. Agora, cerca de três décadas e meia depois, o engenheiro – aos 88 anos de idade – já tem meios de provar que a empreitada pode ser realizada.
No projeto de Mougin, um rebocador arrasta o iceberg através dos oceanos até o seu destino. Um iceberg contem milhões de litros de água doce (Ilustração)
No projeto de Mougin, um rebocador arrasta o iceberg através dos oceanos até o seu destino. Um iceberg contem milhões de litros de água doce (Ilustração)
Simulação virtual
Um programa de tevê mostrou o novo caminho a Mougin. Nele, um arquiteto explicava uma teoria sobre a construção das pirâmides egípcias com o auxílio de um programa da empresa de design francesa Dassault Systémes, especializada na elaboração de sofisticadas simulações em 3D. Mougin procurou então a companhia e fez contato com o diretor de projetos Cédric Simard. Conquistado pela ideia, Simard pôs sua equipe a reunir dados e a preparar uma simulação virtual solidamente fincada no mundo real.
Havia diversos fatores a considerar: o abastecimento do barco encarregado do trabalho, a taxa de derretimento do iceberg, as condições específicas do oceano – ventos, correntes marinhas, ondas, redemoinhos e por aí afora. Esses complicadores exigiram cerca de dois anos de Mougin e da equipe da Dassault Systèmes, mas o sucesso veio, enfim, no primeiro semestre deste ano. A partir de seus estudos para preparar as simulações tridimensionais, eles estabeleceram um roteiro para rebocar icebergs:

Um iceberg têm mais de 80% da sua massa submersa. Apenas uma pequena parte dele permanece acima da superfície. Na imagem, a baleia serve para a comparação dos tamanhos.
Um iceberg têm mais de 80% da sua massa submersa. Apenas uma pequena parte dele permanece acima da superfície. Na imagem, a baleia serve para a comparação dos tamanhos.
1) Há uma estação do ano mais adequada para capturar icebergs. Um glaciologista pode ajudar o interessado a identificá-la.
 2) O iceberg não pode ser muito grande nem muito pequeno. Também deve ser do tipo tabular (plano na parte de cima), que apresenta risco mínimo de fratura e é mais fácil de rebocar.
 3) O iceberg escolhido deve receber ao seu redor uma espécie de cinto de geotêxtil (manta não tecida de filamentos de polipropileno), tensionado com o auxílio de uma série de estacas fixadas no gelo. Estendendo-se por seis metros acima do nível da água e por outros seis metros abaixo dela, o cinto defende o iceberg de ondas que podem corroê-lo.

Mougin, à direita, sobrevoa de helicóptero uma região da Groenlândia conhecida por ser grande produtora de icebergs
Mougin, à direita, sobrevoa de helicóptero uma região da Groenlândia conhecida por ser grande produtora de icebergs

4) Ainda buscando preservar ao máximo o iceberg, ele deve ser envolvido por uma “saia” de geotêxtil. Mougin e a equipe da Dassault Systèmes calcularam que o ideal é que essa saia tenha 160 metros de altura, “vestindo” basicamente a parte submersa do iceberg. (Como a parte emersa representa apenas cerca de 10% do iceberg e tem grande capacidade de reflexão da luz solar, sua perda de gelo é pequena.) As correntes oceânicas aplainam a superfície do iceberg, o que torna pouco provável que a saia seja rasgada.
5) Sozinho, um rebocador nunca conseguiria puxar um iceberg. A estratégia de Mougin e seus colegas é facilitar a tarefa com o auxílio das correntes marinhas, de dados coletados por satélite e de previsões meteorológicas. Como lembrou Simard em uma entrevista, vistos pelas câmeras de um satélite, os oceanos parecem um “grande mapa de saliências e buracos”. Para ser bem-sucedido, o rebocador, tal qual um esquiador, teria de escolher bem sua trajetória diante desses obstáculos.
As paredes emersas desse iceberg têm cerca de 80 metros de altura
As paredes emersas desse iceberg têm cerca de 80 metros de altura
Na primeira tentativa de simulação com os dados básicos reunidos – um iceberg capturado na costa da Terra Nova (leste do Canadá) e destinado às Ilhas Canárias, na costa noroeste da África –, o rebocador ficou semanas num redemoinho e sua carga derreteu por completo. Mougin e seus colegas decidiram experimentar mudar em algumas semanas a data de início do transporte, e bastou essa alteração para tudo dar certo.
O sucesso fez a experiência ser transformada em um documentário, levado ao ar pela tevê francesa em maio de 2011. Animado com a repercussão obtida, Mougin pôs-se a trabalhar para concretizar esse sonho. O preço comentado – o transporte de um iceberg de 7 milhões de toneladas custaria cerca de US$ 10 milhões – pode viabilizar comercialmente a operação, sobretudo em regiões ricas e secas.
Os preparativos para rebocar um mini-iceberg por uma pequena distância já estão sendo tomados, e uma jornada completa de transporte poderá ocorrer ainda nos próximos anos.


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