Oceanos são heróis e vítimas do aquecimento global
Eles são os principais sumidouros de CO2 do planeta, mas já sofrem consequências que podem comprometer a própria vida marinha e seus ecossistemas
São Paulo – Como a água, que ajuda a regular a temperatura do corpo humano, os oceanos
são os maiores aliados da Terra para manutenção do seu equilíbrio
climático. Eles absorvem grande parte da radiação solar que atinge o
Planeta e também funcionam como sumidouros de dióxido de carbono (CO2).
Mas esses heróis do clima já se revelam vítimas do aquecimento global.
Segundo o novo relatório do IPCC, painel de experts em clima da ONU, desde a era pré-industrial, a temperatura média da terra e dos oceanos aumentou 0,85 graus Celsius.
O aquecimento dos oceanos domina o aumento da energia armazenada no
sistema climático, representando mais de 90% da energia acumulada entre
1971 e 2010. O saldo da conta é simples: os oceanos abosorvem calor e
desaceleram o aquecimento, segundo o Painel.
Veja também: A "febre" da Terra em grandes números, pelo IPCC
Mas este comportamento “heroico” pode desencadear uma verdadeira catástrofe nos oceanos a medida que estes se tornam mais ácidos, alertam os cientistas. A mudança no PH da água acontece à medida que o CO2 emitido pela atividade humana - originada fundamentalmente pela queima de combustíveis fósseis - é absorvido pelos oceanos.
Desde o início da era industrial, a acidez das águas do planeta aumentou 30% alcançando um nível sem igual nos últimos 55 milhões de anos. Várias formas de vida marinhas podem ser prejudicadas. Inúmeros estudos mostram que a acidificação interfere principalmente no desenvolvimento das espécies com carapaça ou esqueleto de carbonato cálcico, como corais e moluscos.
Os cientistas alertam que, embora as emissões de dióxido de carbono contribuam para um aumento sem precedentes da acidificação dos oceanos, elas reservam consequências imprevisíveis no longo prazo para a vida marinha.
Estudo feito pelo Australian Institute of Marine Science sugere que "no cenário mais otimista, com redução global de emissões de CO² e ação local pela conservação dos recifes, até o fim do século, os corais podem sofrer redução de pelo menos 50% em todo o planeta". No cenário pessimista, 95% dos corais correm o risco de desaparecer.
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Desde o início da era industrial, a acidez das águas do planeta aumentou 30% alcançando um nível sem igual nos últimos 55 milhões de anos. Várias formas de vida marinhas podem ser prejudicadas. Inúmeros estudos mostram que a acidificação interfere principalmente no desenvolvimento das espécies com carapaça ou esqueleto de carbonato cálcico, como corais e moluscos.
Os cientistas alertam que, embora as emissões de dióxido de carbono contribuam para um aumento sem precedentes da acidificação dos oceanos, elas reservam consequências imprevisíveis no longo prazo para a vida marinha.
Estudo feito pelo Australian Institute of Marine Science sugere que "no cenário mais otimista, com redução global de emissões de CO² e ação local pela conservação dos recifes, até o fim do século, os corais podem sofrer redução de pelo menos 50% em todo o planeta". No cenário pessimista, 95% dos corais correm o risco de desaparecer.
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