http://info.abril.com.br/25/12/2013 10h52
IPCC reitera que ação humana é causa do aquecimento global
afp.com
No final de setembro, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) divulgou relatório mostrando que a influência humana no clima é a principal causa do aquecimento global observado desde meados do século 20.
O Sumário para os Formuladores de Políticas do Grupo de Trabalho 1 do IPCC informou que o aumento das temperaturas é evidente e cada uma das últimas três décadas tem sido sucessivamente mais quentes.
Segundo o documento, há 95% de probabilidade de que mais da metade da elevação média da temperatura da Terra entre 1951 e 2010 tenham sido causadas pelo homem. Os gases de efeito estufa contribuíram para o aquecimento entre 0,5 e 1,3 grau Celsius (ºC) no período entre 1951 e 2010.
Informações do relatório ressaltam que, até o fim do século 21, há pelo menos 66% de chances de a temperatura global se elevar pelo menos 2ºC em comparação com o período entre 1850 e 1900.
A mudança na temperatura da superfície da Terra no final do século 21 pode exceder 1,5ºC no melhor cenário e, provavelmente, deve exceder 2ºC nos dois piores cenários. Na perspectiva mais pessimista, a temperatura pode alcançar 4,8ºC até 2100.
“Há poucas surpresas no relatório, mas o aumento da certeza sobre muitas das observações dos cientistas apenas valida aquilo que observamos ao nosso redor.Desde que o IPCC lançou o seu último grande relatório, em 2007, a perda de massas de gelo terrestre e o aumento do nível dos oceanos se aceleraram de forma dramática, principalmente no verão ártico, onde a perda de gelo é maior do que a projetada anteriormente. Concluiu-se também que a última década foi a mais quente desde 1850,” disse a líder da Iniciativa Global de Clima e Energia da rede WWF, Samantha Smith.
Segundo ela, a comunidade internacional não pode ignorar essa realidade e precisa agir, caso contrário, terá que enfrentar impactos assustadores.
“Sabemos que a maior parte das emissões de gases que causam o aquecimento global vem da queima de combustíveis fósseis. A rede WWF demanda dos governos e investidores que parem de investir em energia suja e que passem a uma transição imediata para investimentos em energias renováveis e sustentáveis,” concluiu Samanta.
TV nos EUA evita debate sobre aquecimento global
24/12/2013 na edição 778
Tradução: Pedro Nabuco, edição de Leticia Nunes. Informações de Catherine Taibi [“Media Still Doesn't Like Talking About Climate Change: Study”, The Huffington Post, 18/12/13]
Um levantamento realizado pela organizaçãoFAIR, Clareza e Precisão na Reportagem, mostrou que os principais canais de notícias americanos não discutiram em 2013 as mudanças climáticas. De acordo com a FAIR, apesar de reportagens sobre mudanças extremas no clima terem dominado a mídia neste ano, as redes de notícias quase não mencionaram a influência humana nestes fenômenos.
De janeiro a setembro de 2013, os telejornais CBS Evening News, NBC Nightly News e ABC World Newslevaram ao ar, juntos, 450 segmentos sobre questões climáticas. Porém, de acordo com a FAIR, apenas 4% dessas reportagens mencionaram os termos “mudanças climáticas”, “aquecimento global” e “efeito estufa”.
Aquecimento global
Há tempos, a cobertura sobre as mudanças no clima tem sido escassa na mídia americana. Relatórios similares sobre a negligência da mídia no debate sobre o aquecimento global surgiram nos dias após o furacão Sandy, no ano passado, quando os canais CNN e Fox News praticamente não citaram as mudanças climáticas.
A Fox News, inclusive, já foi criticada diversas vezes pornegar a influência humana nas mudanças no clima e, segundo um estudo realizado em agosto, quanto mais os telespectadores assistem a notícias em veículos conservadores, mais propensos estão a se tornar céticos sobre a ciência climática.
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