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sábado, 22 de fevereiro de 2014

AS CORRENTES OCEÂNICAS

 
By Lucien Silvano Alhanati
As correntes oceânicas
As correntes oceânicas têm papel importante no transporte de energia do planeta e contribuem para reduzir a taxa de variação da temperatura ao longo do meridiano terrestre (gradiente meridional da temperatura).
Princípio físico 01
Quando a água é resfriada até 4oC a sua densidade aumenta.
Princípio físico 02
Quando um sal é dissolvido na água na água a densidade da solução cresce com a concentração.
Princípio físico 03
Dois fluidos (substâncias no estado líquido ou gasoso) de densidades diferentes atingirão uma posição de equilíbrio quando o fluido de maior densidade estiver abaixo do fluido de menor densidade.
Princípio físico 04
A temperatura de fusão de uma solução aquosa de um sal diminui quando aumenta a concentração.
Circulação termohalina.
O gelo marinho existente no ártico pode ser sazonal, isto é, aquele que se forma no inverno e derrete no verão ou permanente aquele que não se funde no verão.
O gelo marinho permanente com o passar do tempo expulsa o sal formando bolsas de salmoura muito concentrada que se escoa para o mar através de pequenos canais. Ao fim de dois ou mais anos o gelo permanente é praticamente constituído por água doce, podendo ser derretido e bebido.
Esta água salgada altamente concentrada e muito fria tem densidade elevada e ao atingir o mar afunda produzindo uma corrente descendente, acarretando uma corrente marinha profunda de água fria e muito salgada. Com o deslocamento a água vai sendo aquecida e misturada diminuindo a concentração salina e a densidade, dando origem a uma corrente ascendente de água aquecida e de baixa salinidade que por sua vez acarreta uma corrente marinha superficial que vai completar o espaço deixado pela imersão da água fria e altamente salina.
Esta circulação da água do mar é denominada de circulação termohalina e está mostrada esquematicamente na animação:
As correntes oceânicas são responsáveis em grande parte pela distribuição do calor e consequentemente do clima em muitas regiões do planeta.

A imagem mostra a corrente profunda fria em roxo e a corrente superficial aquecida em azul.


A imagem mostra em mais detalhes a corrente quente do Atlântico Norte (em vermelho) responsável pelo clima da Islândia e da Noruega que no seu resfriamento passa pelas cores laranja e amarelo. São mostradas as correntes frias em azul e verde.
O derretimento das geleiras e as correntes oceânicas.
O derretimento das geleiras lança grande quantidade de água doce no oceano reduzindo desta forma a concentração da água salgada formadora da circulação termohalina e consequentemente reduzindo a intensidade das correntes oceânicas resultantes, ocasionando alterações climáticas em todo o planeta.
A circulação oceânica é muito sensível à quantidade de água doce que participa nela. A presença de água doce desempenha um papel importante sobre a densidade da água do mar e, assim, sobre a sua capacidade de afundar mesmo quando se esfria. Se a água é demasiadamente doce, ela deixa de ser suficientemente densa para afundar, mesmo esfriando. Se a água não afundar nas altas latitudes, a Corrente do Golfo será induzida, apenas, pelo vento e a circulação dos oceanos ficará limitada.
Alguns modelos informatizados de clima  prevêem um esfriamento de aproximadamente 2ºC na Europa devido a diminuição da quantidade de calor vinda das Caraíbas, para o continente europeu, em conseqüência do enfraquecimento da Corrente do Golfo.
Os oceanos e o efeito estufa.
O aquecimento planetário corre o risco de ter um determinado número de conseqüências sobre os oceanos. Nos sabemos que o dióxido de carbono dissolve-se mais facilmente na água fria de que na água quente; assim, temperaturas mais elevadas reduzirão a capacidade dos oceanos de absorver o dióxido de carbono, o que poderá acentuar o efeito de estufa. A quantidade de água doce que alimenta os oceanos nas latitudes elevadas é, também, susceptível de aumentar. De fato, os modelos informáticos prevêem um aumento de pluviosidade nas latitudes médias e altas assim como a fusão do gelo.
Os ventos e as correntes superficiais.
As correntes superficiais são dirigidas pelo padrão de ventos superficiais.
A camada onde o oceano é influenciado pelos ventos superficiais é denominada de Camada Ekman.
A água é defletida da direção do vento de aproximadamente 45o na superfície em virtude da força de Coriolis (devida a rotação da Terra). A deflexão aumenta com a profundidade, como mostra a figura.
A ressurgência costeira e os ventos alísios
Os alísios são ventos constantes que sopram nas regiões tropicais. No hemisfério norte eles sobram de nordeste para sudoeste e no hemisfério sul de sudeste para noroeste, como mostra a figura.
Nas costas os ventos alísios fortes podem produzir ressurgência de águas profundas frias.
Os ventos alísios fortes formam correntes superficiais de água quente que se afastam da costa.
A ressurgência costeira de águas frias profundas ocorre para ocupar o espaço deixado por estas correntes. Veja na figura.
A água profunda fria é rica em nutrientes e alimenta um rico ecossistema (plâncton, peixes, pássaros ...)
O mapa abaixo mostra em azul escuro as principais regiões de ressurgência. É importante ressaltar a ressurgência que ocorre na região equatorial em todos os oceanos e a que ocorre próxima a Antártica.
Concluindo é sempre preciso ter em mente que o aquecimento planetário derretendo as geleiras compromete o regime normal das correntes oceânicas e os ventos, fazendo surgir com maior freqüência tempestades de graus 4 e 5 que deverão alterar as ressurgências mudando significativamente a fertilização das águas e a vida marinha nestas regiões. A redução da fertilização acarretará inevitavelmente a redução da pesca, afetando a economia e a alimentação de milhões de pessoas.


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