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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

EVOLUÇÃO DO FENÔMENO EL NIÑO DESACELERA

EVOLUÇÃO DO FENÔMENO EL NIÑO DESACELERA SOBRE O PACÍFICO EQUATORIAL

A previsão climática de consenso para o trimestre novembro e dezembro de 2012 e janeiro de 2013 (NDJ/2013) continua indicando maior probabilidade de ocorrência de chuvas na categoria abaixo da faixa normal (40%) em uma grande área que engloba o leste da Região Norte e o centro-norte da Região Nordeste. Para o leste da Região Sul, a previsão indica maior probabilidade de chuvas na categoria acima da normal (40%), devido à previsão de persistência do aquecimento das águas superficiais adjacentes à costa das Regiões Sul e Sudeste do Brasil nos próximos meses. Nas demais áreas do Brasil, a previsão indica o padrão climatológico, com igual probabilidade de chuva para as três categorias (abaixo, normal e acima da normal climatológica). As temperaturas estão sendo previstas entre as categorias normal e acima da normal climatológica para o centro-norte do País, em associação com a previsão de déficit de chuvas em parte das Regiões Norte e Nordeste do Brasil no trimestre NDJ/2013. Nas demais áreas, as temperaturas estão sendo previstas dentro da normalidade, com aumento climatológico dos valores observados no final da primavera.

 


De meados de setembro para o início de outubro, houve uma notável reversão na evolução do padrão de anomalias de TSM no Pacífico equatorial, em virtude da mudança de tendência de aquecimento que vinha sendo observada desde abril para um padrão recente de resfriamento, mostrando decaimento das condições para o desenvolvimento do episódio El Niño. Embora ainda haja predomínio de anomalias positivas próximas à Linha de Data, segue em vigência a fase neutra do fenômeno ENOS. No Atlântico tropical sul (norte) destacam-se anomalias negativas (positivas) de TSM, enquanto que em latitudes subtropicais, nas proximidades da costa sudeste da América do Sul, persiste um aquecimento nas águas superficiais. 

http://img0.cptec.inpe.br/~rclima/enso/tsm/mensal/tsmmov_grande.gif
 

Recentemente houve um evidente enfraquecimento das anomalias positivas de temperatura da superfície do mar (TSM) ao longo do Oceano Pacífico equatorial, que nas primeiras semanas de outubro apresentaram-se com valores levemente superiores a 0,5°C acima da média apenas a oeste da Linha de Data. Por outro lado, no setor leste do Pacífico, águas mais frias voltaram a predominar desde o final de setembro (em média com valores superiores a 0,5°C abaixo da média histórica para essa região). Em camadas subsuperficiais, destaca-se a ocorrência de um rápido resfriamento na porção leste do Pacífico equatorial durante setembro e início de outubro, enquanto que no setor oeste persistem anomalias positivas da ordem de 0,5°C a 2,0°C na camada até 200 metros de profundidade. Apesar da persistência do aquecimento das águas do mar próximo à Linha de Data desde agosto e, também em grande parte da porção central entre junho e meados de setembro, neste ano ainda não houve a configuração típica de um episódio quente (El Niño) do fenômeno acoplado oceano-atmosfera El Niño-Oscilação Sul (ENOS) no Pacífico. Este fato esteve associado a ausência de padrões típicos de El Niño na circulação de grande escala e da recente reversão na evolução do padrão de anomalias de TSM, ou seja, de uma tendência de aquecimento que vinha sendo observada desde abril, para um padrão de resfriamento a partir de setembro. Por esta razão, seguem em vigência condições de neutralidade do fenômeno ENOS.

No Atlântico tropical sul nota-se um padrão de anomalias negativas de TSM próximo à Região Nordeste (pouco acima de 0,5°C abaixo da média), em contraste com anomalias positivas no Atlântico norte (em torno de 0,5°C a 1°C), acima da latitude de 10°N. Em latitudes subtropicais do Atlântico sul, ressalta-se ainda a persistência de anomalias positivas próximas à costa do setor sudeste da América do Sul.


Tendo em vista a solução produzida pela maioria dos modelos climáticos e o recente decaimento das condições oceano-atmosféricas para o desenvolvimento do El Niño, a tendência para os próximos meses é de que em grande parte do Pacífico equatorial haja a continuidade de um padrão mais próximo à normalidade nas águas superficiais, embora não seja descartada a possibilidade de estabelecimento de condições de El Niño de fraca intensidade. No Atlântico, a previsão dos modelos indica a manutenção de um padrão desfavorável ao regime de precipitação das Regiões Norte e Nordeste do Brasil, com anomalias positivas (negativas) de TSM no Atlântico tropical norte (sul), e também a persistência de anomalias positivas próximas à costa da Região Sul, o que pode contribuir para excessos de precipitação de algumas áreas dessa região.


Texto atualizado em 22/10/2012 



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