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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

FORTE AÇÃO HUMANA NAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS


29/11/2012 17h56 - Atualizado em 29/11/2012 17h59

ONU vê sinais 'mais fortes' de ação humana na mudança climática

Estudo divulgado na COP 18 afirma que temperaturas continuam subindo.
Brasil e Índia disseram em conferência esperar 'empenho' de nações ricas.

Do G1, com agências internacionais*

Representantes de 190 países estão reunidos em Doha, no Qatar, para a COP 18. (Foto: AFP)Representantes de 190 países estão reunidos em Doha, no Qatar, para a COP 18 (Foto: AFP)
 
Os indícios de que o aquecimento global seja causado por seres humanos estão se tornando mais fortes, disse o chefe de uma comissão científica da ONU, Rajendra Pachauri, em um novo golpe para os céticos que tentam atribuir a mudança climática a variações naturais. A informação foi divulgada por agências internacionais nesta quinta-feira (29).
Presente na conferência climática da COP 18, em Doha, no Qatar, onde cerca de 200 países discutem como limitar as emissões de gases causadores do efeito estufa, Pachauri disse que o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), a ser divulgado em 2013, deve citar uma possibilidade ainda mais forte que associe a atividade humana e as mudanças climáticas.
No relatório anterior do IPCC, em 2007, os cientistas estimaram em "pelo menos 90%" a chance de que o clima esteja sendo afetado pela queima de combustíveis fósseis e outras atividades do homem.
"Certamente temos uma quantidade substancial de informação disponível com a qual esperamos poder estreitar certas lacunas, elevar o grau de certeza das nossas conclusões", disse ele.
"Desta vez teremos muito mais informações sobre o degelo da Groenlândia e Antártica. Espero termos um pouco mais de informações sobre o aumento do nível dos mares", acrescentou.
O último relatório do IPCC previa uma elevação de 18 a 59 centímetros no nível médio dos mares até 2100, devido ao derretimento das calotas polares. Essa elevação representa uma grande ameaça para populações de lugares baixos, de cidades do Bangladesh a Nova York. A cifra anterior não levava em consideração a possível aceleração do degelo na Antártica e Groenlândia, onde restavam grandes incertezas.
Alguns cientistas céticos questionam a influência humana no clima, lembrando que há variações naturais na Terra e na atividade solar. Eles também sugerem que o aquecimento global pode estar se estabilizando, com base em dados mostrando que 1998, 2005 e 2010 estão empatados como os anos mais quentes desde o início dos registros, em meados do século 19.
Mas um estudo divulgado em Doha ampara as projeções do IPCC de que as temperaturas continuam subindo, e que o nível do mar se eleva com mais rapidez do que em estimativas anteriores. O principal objetivo da COP 18 é aprovar uma prorrogação do Protocolo de Kyoto, que expira no final deste ano.
Esse tratado internacional previa que nações desenvolvidas deveriam reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em pelo menos 5,2% no período de 2008-2012, com relação aos índices de 1990.
Ficha COP 18 (Foto: Editoria de Arte/G1)
'Pouco empenho'
Representantes do Brasil e da índia afirmaram, nesta quinta-feira (29), que as nações ricas estão demonstrando "pouco empenho" na reunião climática da COP 18, em Doha, No Qatar. "Muitos países desenvolvidos não estão se concentrando no seu principal problema, que é em geral a energia", afirmou o líder da delegação brasileira, o embaixador André Corrêa do Lago.
Lago avaliou que o Brasil está controlando seu principal problema climático, já que o desmatamento da Amazônia caiu neste ano ao menor nível desde o início do monitoramento, em 1988.
Já a chefe da delegação indiana em Doha, Mira Mahrishi, disse estar decepcionada com os países ricos. "Estamos desapontados por os países desenvolvidos estarem no processo de se fecharem em ambições baixas", afirmou.
Os EUA e a União Europeia, principais emissores de gases do efeito estufa no mundo desenvolvido, dizem que não vão elevar suas metas de redução de emissões até 2020, como parte de um esforço mais amplo para a migração do uso de combustíveis fósseis para energias renováveis.
Por outro lado, essas nações desejam mais ação de países emergentes com grande crescimento - a Índia é o terceiro maior emissor mundial de gases do efeito estufa, atrás de China e EUA, enquanto o Brasil está aproximadamente em 17º lugar.
As emissões mundiais de dióxido de carbono, o principal dos gases do efeito estufa, cresceu cerca de 3% no ano passado, em grande parte devido à forte expansão das economias emergentes, e apesar da desaceleração econômica de muitas nações ricas.
Enquanto cada lado tenta marcar posição, as negociações patinam em seus esforços para reduzir uma tendência de aquecimento global, que cientistas da ONU alertam que deverá causar mais inundações, ondas de calor, secas e elevação do nível dos mares.

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