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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Degelo no Ártico e aumento de gelo na Antártida

 

Mudanças climáticas podem aumentar gelo antártico

12/10/2012 21:18,  Por Esquerda.net
Num estudo que está a ser desenvolvido no continente gelado, cientistas descobriram que o crescimento da camada de gelo na Antártica também é uma consequência das mudanças climáticas.

 Artigo de Jéssica Lipinski do Instituto CarbonoBrasil.Artigo |13 Outubro, 2012 – 00:14  
Plataforma de gelo da Antártida – 
 
Muitos céticos do clima costumam alegar que o aquecimento global é uma falácia devido ao facto de que a quantidade de gelo na Antártica está a aumentar, o que “compensaria” o degelo que está a ocorrer no Ártico. Mas num estudo que está a ser desenvolvido no continente gelado, cientistas descobriram que o crescimento da camada de gelo na Antártica também é uma consequência das mudanças climáticas.

Segundo os investigadores, esse aumento está a ocorrer porque as mudanças climáticas estão a causar alterações nos padrões eólicos da região, dificultando a saída de ar frio do continente. Além disso, variações na camada de ozónio na área também estão por trás do crescimento da camada de gelo.
“Parece absurdo, mas a Antártica também é parte do aquecimento”, explicou Ted Scambos, do Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo do Colorado. “Um mundo mais quente pode ter consequências complexas e às vezes surpreendentes”, acrescentou Ted Maksym, do Instituto Oceanográfico de Woods Hole de Massachusetts.
No entanto, ao contrário do que justificam os céticos, esse aumento não está “compensando” o derretimento do gelo Ártico. Em primeiro lugar, pela própria questão da quantidade de gelo formada e derretida em cada região. Para se ter uma ideia, para cada quilómetro quadrado de gelo ganho na Antártica, quase seis quilómetros quadrados são perdidos no Ártico.
Há também a questão das consequências para a humanidade. Embora ambos os fenómenos afetem ecossistemas, o degelo no Ártico pode comprometer a população do Hemisfério Norte, causando impactos como um maior risco de extremos climáticos nos países do norte. Já na Antártica, por outro lado, não há consequências diretas para a população.

Imagens da Groelândia e Antártida

“Cientificamente, a mudança não é nem perto tão importante como o que vemos no Ártico. Mas isso não significa que não deveríamos dar atenção a isso e que não deveríamos estar falando sobre isso”, comentou Waleed Abdalati, especialista em gelo da NASA.
A recente descoberta coloca novo enfoque sobre o papel da Antártica para os estudos sobre mudanças climáticas. Outro grupo de investigadores está a desenvolver agora o primeiro mapa tridimensional da superfície de gelo da região, ajudando a entender o impacto das mudanças climáticas no continente.
“Podemos realmente obter uma imagem 3D completa do que estamos medindo. Isso nunca foi feito antes e é realmente emocionante”, observou Jan Lieser, glaciologista marinho, à Reuters.
Combinando dados de robôs submarinos sobre a espessura do gelo marinho com medições aéreas de gelo e neve, os cientistas podem agora medir precisamente as mudanças na espessura do gelo e entender melhor os efeitos do aquecimento global.
“A espessura do gelo é considerada pelos cientistas climáticos como o cálice sagrado para determinar mudanças no sistema. Se pudermos determinar a alteração na espessura do gelo marinho, poderemos estimar a taxa de variação determinada pelo aquecimento global”, concluiu Lieser.
Artigo de Jéssica Lipinski do Instituto CarbonoBrasil


 

Aquecimento global

Nasa afirma que camada de gelo encolhe no Ártico, mas se expande na Antártida

Estudo mostra que a quantidade de gelo na Antártida nunca foi tão grande. Mesmo assim, ela não chega perto da quantidade de gelo perdida no Ártico

Antártida
Antártida: Satélites da Nasa descobriram que a cobertura de gelo na região está aumentando desde 1979 (NASA/Michael Studinger )
Os satélites da Nasa mostraram dois fenômenos opostos ao analisar as camada de gelo no norte e no sul da Terra. Enquanto no Ártico a quantidade de gelo diminuiu nas últimas décadas, ela está se expandindo na Antártida. "Houve um aumento geral na camada de gelo marinho na Antártida, que é o contrário do que acontece no Ártico", afirmou Claire Parkinson, cientista do Centro Goddard da Nasa e autora principal do estudo.
Segundo a pesquisa, entre 1978 e 2010 a extensão da Antártida cresceu 17 mil quilômetros quadrados por ano, batendo seu recorde de extensão no último mês de setembro. Essa taxa de crescimento, no entanto, é muito menor do que a taxa de diminuição do Ártico, e não chega a animar os cientistas.
Ao norte do planeta, a camada de gelo analisada em setembro de 2012 tinha 3,4 milhões de quilômetros quadrados a menos do que a média registrada entre os anos de 1979 e 2000. Segundo os cálculos dos pesquisadores, a área perdida nesse período equivale a dois Alascas. Os cientistas afirmam que a diferença entre o comportamento entre as camadas de gelo das duas regiões se deve à geografia de cada área.
ASA/Goddard Space Flight Center Scientific Visualization Studio
Ártico
A área amarela mostra a cobertura média de gelo entre 1979 e 2010. Em branco, a cobertura de gelo atual
Geografia - O Oceano Ártico está rodeado pela América do Norte, a Groenlândia e a Eurásia. Essa grandes massas de terra absorvem a maior parte do gelo que se concentra e se retira da região ciclicamente, segundo as estações do ano. Uma grande parte do gelo mais antigo e mais resistente já desapareceu nas últimas três décadas, deixando as camadas atuais expostas à ação da água escura do oceano, que absorve a luz solar e se aquece, levando à perda de ainda mais gelo.
A Antártida, ao contrário, é um continente rodeado de águas abertas, que permitem ao gelo marinho expandir-se durante o inverno, mas também oferecem menos proteção durante a temporada de degelo. A maior parte do gelo da região cresce e se retira a cada ano, resultando em uma pequena quantidade de gelo perene na área. Os autores do estudo acreditam que o padrão misto de crescimento e perda de gelo ao redor do Oceano Antártico poderia ocorrer devido a mudanças na circulação atmosférica.
Claire Parkinson avisa, no entanto, que a descoberta não contradiz a teoria da mudança climática. "O clima não muda de maneira uniforme. A Terra é muito grande e a expectativa, sem dúvida, seria que houvesse mudanças diferentes nas distintas regiões do mundo", diz a pesquisadora.
Segundo a Nasa, este estudo, que usou dados do satélite ICESat, é o primeiro a calcular a espessura do gelo marinho em todo o Oceano do Sul a partir do espaço.
(Com Agência EFE)

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