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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O CALOR RECORDE NO BRASIL

Publicado em segunda-feira, 27 de janeiro de 2014 às 07:05

Calor intenso aumenta as vendas de sorvetes


Leone Farias
Do Diário do Grande ABC

Nario Barbosa/DGABC
No janeiro mais quente do últimos 70 anos na região, segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), quem resiste a um sorvete, para refrescar? Comerciantes do segmento festejam o sol escaldante, que está trazendo para eles vendas até 300% maiores do que em outras épocas do ano, e até 100% superiores às do mesmo mês um ano atrás. Proprietários de sorveterias do Grande ABC relatam que o movimento é bem mais forte do que no mesmo período em 2013, quando as chuvas intensas e as temperaturas oscilantes não colaboraram para atrair a freguesia. “Tendo sol, vende. Neste ano, toda semana estamos fazendo pedidos para repor os estoques”, afirma Solange Drizlionoks, dona de uma franquia Bariloche no bairro Santa Paula, em São Caetano.
A empresária comemora o calor, principalmente nos fins de semana, quando o público costuma lotar o estabelecimento e enfrentar filas para degustar sabores como lambada (leite condensado com goiabada), pistache e outras 40 opções (a R$ 39,90 o quilo). No local são vendidos ainda crepes doces, salgados e sucos, que ajudam a manter o negócio também no clima frio. Mas o carro-chefe, sem dúvida, são os gelados. “A venda quadruplica em relação ao inverno”, afirma Solange.

Mirian Regina Thozi, dona da sorveteria Gudegula, localizada na Vila Bastos, em Santo André, igualmente tem motivos para festejar. Ela cita que, aos sábados e domingos, têm recebido até 1.000 pessoas. Ela faz o cálculo pelo número de colherzinhas oferecidas, nas vendas do sorvete, produto que é comercializado por peso (R$ 46,90 o quilo). “No inverno, a gente sobrevive, dá para pagar as contas, mas agora, no verão, desafoga”, diz a comerciante, que oferece ainda pizzas e crepes no estabelecimento.

PICOLÉS

Atuando há 36 anos no segmento, o aposentado Francisco Antonio Branco de Almeida complementa a renda fazendo picolés de sabores diversos (por exemplo, coco, milho verde, leite condensado, limão, uva e abacaxi) em sua casa, na Vila Guiomar, em Santo André, para vender e também vê os negócios irem de ‘vento em popa’ neste mês.

Ele concorda que as vendas no verão de 2014 estão bem melhores, por causa das temperaturas elevadas e do sol, que tem aparecido muito mais. “No ano passado, choveu muito. Em dias de chuva, a venda cai pela metade”, afirma. Ele relata ainda que, logo após a estação, a procura tem queda de 50% e, no inverno, chega a recuar 80%.

Almeida produz cerca de 1.500 a 2.000 picolés por dia, que comercializa no próprio local e também em outras partes da cidade (ruas, praças e parques), por meio de sete carrinhos. Neste caso, com a ajuda de autônomos (cada um abastecido com 150 sorvetes por dia, nesta época do ano), que fazem a venda ao público. O produto, com esses vendedores, sai por R$ 1,50 e, na casa do empresário, por R$ 1 (ou R$ 0,80, se o cliente comprar mais de dez unidades).


SUPERMERCADOS

Redes de supermercados com presença na região também tiveram forte impulso nas vendas de sorvetes neste início de ano, por causa do forte calor e também, segundo as empresas, de ações promocionais e da aposta em produtos especiais e sabores diferenciados.

É o caso das empresas Extra e Pão de Açúcar. Nos primeiros 20 dias do ano, a demanda desse item cresceu 60% em comparação ao mesmo período do ano passado.

O Walmart, por sua vez, estima ‘aquecer’ de 15% a 20% a venda de sorvetes em janeiro, comparado ao mesmo mês do ano passado. Com as altas temperaturas de dezembro, a empresa já havia registrado aumento de 6% na categoria de gelados.

A procura por esses produtos também tem sido grande na rede Coop. Se comparado ao mesmo período do ano passado, a expectativa da rede varejista sediada em Santo André é fornecer 15% a mais. 

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