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domingo, 16 de março de 2014

A FORTE QUEDA DE GRANIZO EM SANTA CATARINA

 DIÁRIO GAÚCHO
11/03/2014 | 23h24Atualizada em 11/03/2014 | 23h24

"Se o radar detectou tão forte, foi uma tempestade incrível", diz meteorologista

Profissionais do centro de monitoramento climático do Paraná se impressionam com chuva de granizo detectada por instrumento a 288 quilômetros de Urubici


O Estado de Santa Catarina teve um início de semana experimentando fenômenos intensos de clima, com fortes pancadas de chuva, vento e uma tempestade de granizo de 15 minutos em que o gelo interditou ruas no município de Urubici, na Serra catarinense.

O destempero ainda vai atravessar esta quarta e a quinta-feira, provocado pelo ar quente e úmido que mantém a nebulosidade. As pancadas de chuva podem ocasionar precipitações de 50 até 80mm em boa parte das regiões do Estado.

Na segunda-feira, uma imagem mostrou a dimensão de uma tempestade de granizo em Urubici muito além do branco que cobriu as ruas.



Às 16h45min da mesma tarde, um radar a 288,2 quilômetros do município gerou na tela do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), responsável pela previsão oficial do tempo no Estado vizinho, a mancha em rosa que indicava uma forte precipitação concentrada sobre o município da Serra catarinense.

O radar fica na cidade de Teixeira Soares, a oeste de Curitiba, e tem raio de cobertura de 480 quilômetros.

— Foi muito forte, pela concentração. Em 10 anos no Simepar, a tempestade foi a que mais me chamou a atenção pelo granizo. Igual a ela, só em julho de 2003, em Curitiba —  comparou a meteorologista Sheila Paz, do Simepar.

A surpresa também se deu porque a distância de quase 300 quilômetros do radar não deixa dúvidas:

—  Se ele detectou Urubici tão forte é porque realmente foi uma tempestade incrível —  reforçou Sheila.



O meteorologista Marcelo Martins, do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia do Estado (Ciram), da Epagri, explica que a ocorrência de granizo da segunda-feira foi intensificada pelo fato de Urubici estar em uma região muito alta, mais de mil metros acima do nível do mar e, portanto, com a superfície mais próxima da base da nuvem.

— Havendo instabilidade associada ao calor e ao aquecimento, pode ter granizo, que é algo muito comum no verão e na primavera no Sul do país, mas não na intensidade com que caiu em Urubici. Podemos dizer que a cada dois ou três meses acontece um fenômeno semelhante em algum lugar da região, mas na maioria das vezes ninguém vê ou registra — explicou.

O acúmulo de granizo nas ruas chegou a 30 centímetros. Máquinas da prefeitura rasparam o gelo para liberar o trânsito e os prejuízos calculados pela prefeitura, que decretou emergência, chegam a R$ 2 milhões, com cem casas atingidas e plantios perdidos.

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