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quarta-feira, 26 de março de 2014

DEZ ANOS DO ÚNICO FURACÃO BRASILEIRO

24/03/2014 08h07 - Atualizado em 24/03/2014 08h07

Dez anos após o furacão Catarina, moradores relembram a tragédia

Em Passo de Torres, o telhado arrancado de fábrica continua destruído.
Fenômeno deixou 27,5 mil desalojados e 11 mortos em março de 2004.

Do G1 SC

A passagem do primeiro furacão que atingiu a costa do Atlântico Sul completa 10 anos nesta semana. Uma década mais tarde, ainda é possível perceber os efeitos do fenômeno em paisagens, imóveis e na vida de moradores da região Sul de Santa Catarina, conforme mostrou reportagem do Estúdio Santa Catarina deste domingo (23).
Em 28 de março de 2004, o furacão Catarina deixou mais de 27,5 mil desalojados, quase 36 mil casas danificadas, 518 feridos e 11 mortos. Os prejuízos totalizaram aproximadamente R$ 1 bilhão e 14 municípios decretaram estado de calamidade pública. A força do vento arrancou 115 árvores pela raiz.
Em Passo de Torres, o telhado de uma fábrica de imóveis foi arrancado por ventos de 180 quilômetros por hora e, ainda em 2014, o local continuava destruído. Já em outras cidades, o cenário é outro. Onde há dez anos árvores cobriam estradas, agora o caminho está livre. Telhados levados pela força dos ventos foram recuperados.
casa ficou virada com o teto para baixo (Foto: Reprodução/RBS TV)Casa ficou virada com o teto para baixo
(Foto: Reprodução/RBS TV)
Casa virada, árvores arrancadas
Entre os destroços, famílias ficaram perplexas com o tamanho da destruição. Uma casa ficou irreconhecível, virada com o teto para baixo. "Levantou 2 metros de altura, derrubou os postes e caiu no meio da rua. Tinha um mês de uso e a casa já estava virada. Mas conseguimos fazer novo e 10 anos depois ainda está de pé", conta o policial Eduardo Pinheiro.
Em Balneário Gaivota, árvores foram arrancadas pela raiz e atingiram residências. O município de pouco mais de 5 mil habitantes foi 70% destruído pelo vento. "Eu perdi a casa, fiquei só com o terreno. Fiquei dois anos na colônia, mas com o passar do tempo consegui recuperar tudo. Na época foi muito triste", conta o pescador Vinícius Schefer.
Árvores foram arrancadas e caíram em cima de casas (Foto: Reprodução/RBS TV)Árvores foram arrancadas e caíram em cima de
casas (Foto: Reprodução/RBS TV)
Avistado dias antes
Dias antes de atingir a costa catarinense, o furacão foi avistado por meio dos modelos de meteorologia no dia 23 de março 2004. Os trabalhos de proteção aos atingidos começaram quando a Defesa Civil estadual foi comunicada sobre a formação do fenômeno.
"Foi quando a gente entrou em contato com uma organização americana, que passou algumas orientações e nós na ânsia de querer saber mais, eles disseram 'os olhos do mundo estão voltados para vocês. Naquele momento foi pavor, porque a gente calculou que 400 mil pessoas estavam dentro da área e a responsabilidade era muito grande", lembra emocionado Márcio Alves, ex-diretor da Defesa Civil Estadual.



Furacão Catarina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Furacão Catarina
Categoria 2  (EFSS)
Cyclone Catarina 2004.jpg
Furacão Catarina, em 24 de Março de 2004.
Formação: 24 de Março de 2004
Dissipação: 28 de Março de 2004
Vento mais forte (1 min): 95 nós (176 km/h, 109 mph)
Pressão mais baixa: Dados não disponíveis
Danos: 350 milhões U$
Fatalidades: 3-10 de forma direta
Áreas afetadas: Santa Catarina e Rio Grande do Sul
 Brasil
Furacão Catarina é um dos vários nomes informais para um ciclone tropical do Atlântico Sul que atingiu a região sul do Brasil no final de março de 2004. A tempestade se desenvolveu a partir de um ciclone extratropical de núcleo-frio praticamente estacionário em 12 de março. Quase uma semana depois, no dia 19 de março, a perturbação remanescente seguiu para leste-sudeste, mas em 22 de março, a formação de uma crista de alta pressão deixou o sistema novamente quase estacionário. A perturbação estava numa região com excelentes condições meteorológicas, com baixo cisalhamento do vento e com a temperatura da superfície do mar acima da média. A combinação dos dois levou a uma lenta transição do sistema de um ciclone extratropical para um ciclone subtropical em 24 de março. A tempestade continuou a obter características tropicais e se tornou uma tempestade tropical no dia seguinte, enquanto os ventos se intensificavam gradativamente. A tempestade atingiu ventos máximos sustentados de até 180 km/h, definido como de categoria 2 na escala de furacões de Saffir-Simpson, em 26 de março. Neste dia o ciclone ganhou informalmente o nome "Catarina" e também foi o primeiro ciclone tropical a ser registrado oficialmente no Atlântico Sul. As condições excepcionalmente favoráveis, extremamente incomuns no Atlântico Sul, persistiram e continuaram, e Catarina continuou a se intensificar, atingido o seu pico de intensidade com ventos de até 180 km/h em 28 de março. O centro da tempestade atingiu a costa mais tarde naquele dia, na altura entre as cidades de Passo de Torres e Balneário Gaivota, Santa Catarina. O Catarina se enfraqueceu rapidamente sobre terra firme e dissipou-se no dia seguinte.
Pelo Catarina ter se formado numa região que nunca, (de acordo com registros confiáveis) tinha registrado a presença de ciclones tropicais antes, os danos foram muito severos. Apesar de ser um evento meteorológico sem precedentes, as autoridades brasileiras tomaram as devidas ações e alertaram a população para a chegada da tempestade. A população acatou os alertas e avisos e deixaram suas residências ou decidiram enfrentar a tempestade seguros em suas casas. O Catarina destruiu cerca de 1.500 residências e danificou outras 40.000. Os prejuízos econômicos foram grandes, especialmente na agricultura de banana, onde 85% da produção foram perdidos, e de arroz, onde 40% das plantações foram perdidos. Apesar da inexistência de uma estrutura de alertas e avisos de ciclones tropicais, apenas três pessoas morreram e outras 75 ficaram feridas devido aos efeitos de Catarina no Brasil, número considerado bastante baixo em comparação a outros países afetados por ciclones tropicais. O prejuízos econômicos causados pelo Catarina chegaram a 350 milhões de dólares.

História meteorológica


Caminho da tempestade.
Uma perturbação formou-se ao longo do dia 19 de março de 2004, na costa do sul do Brasil, e deslocou-se a leste-sudeste, até o dia 22 de março, quando uma crista ao seu sudeste manteve estacionário. Com ventos excepcionalmente favoráveis incomum no nível superior e médio acima, as águas do litoral estavam ligeiramente quentes, a temperatura da água estava entre 24-26 °C, ele desenvolveu gradualmente, assemelhando-se uma Tempestade Subtropical durante o dia 24 de março. Localizado a 1.010 km a leste-sudeste de Florianópolis, ele dirigia-se lentamente para o oeste, e apareceu para se tornar uma tempestade tropical em 25 de Março.
Uma tempestade compacta, continuou dirigindo-se para o oeste, enquanto progressivamente se intensificava. A estrutura da tempestade continuou a melhorar e, devido a uma determinada característica do olho mostrando em satélites, a tempestade estava decidido a atingir a força equivalente a furacão em 26 de março. Um jornal brasileiro indicava um furacão ameaçando Santa Catarina. " Em parte devido a este título, a tempestade foi oficialmente nomeada de Catarina." Ela continuou a encontrar condições favoráveis, tendo atingido ventos de até 180 km / h durante a manhã do dia 27, o que tornou a tempestade o equivalente a um furacão de categoria 2 na escala Saffir-Simpson.
O Furacão atingiu o litoral sul de Santa Catarina e nordeste do Rio Grande do Sul com ventos de até 180 km/h durante a noite. O Catarina se dissipou rapidamente sobre a terra, nas condições normais de um ciclone tropical

Previsão

No ano de 2002, os climatologistas que trabalham com o supercomputador japonês chamado Earth Simulator, constataram que o aumento do aquecimento global, devido ao aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, provocaria o aparecimento de furacões no Atlântico Sul.

Preparativos


Furacão Catarina visto da EEI em 26 de março de 2004.
Em 27 e 28 de março de 2004 a população ao sul do Estado de Santa Catarina e a população ao nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, ambos no Brasil, foram alertadas para o fato de que se aproximava um ciclone. O que ninguém imaginava é que este seria o primeiro furacão historicamente registrado no Atlântico Sul. Apesar da incerteza no futuro da tempestade, as autoridades brasileiras tomaram as medidas adequadas para garantir a segurança dos moradores que viviam no litoral. A evacuação foi executada com êxito para os numerosos residentes ao longo da costa, embora algumas pessoas decidiram enfrentar a tempestade em suas próprias casas.

Rara Formação

Em virtude de seu caráter inédito e da complexidade na sua formação, houve muita polêmica quanto à classificação. Posteriormente, durante o Workshop sobre o Fenômeno Catarina realizado nos dias 28 e 29 de junho de 2005 no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os cientistas chegaram a um consenso, classificando o Catarina como um furacão na sua fase final, com rajadas de ventos de até 180 km/h.1
Pesquisadores do Grupo de Estudo de Desastres Naturais (GEDN) da Universidade Federal de Santa Catarina que realizaram observações "in loco" em Bal. Arroio do Silva (SC) durante a passagem do furacão, também verificaram que as características do Catarina eram típicas de um furacão. Por exemplo, a temperatura no "olho" era bem mais elevada do que nas bordas (parede de nuvens) e a pressão em seu núcleo era extremamente baixa. Além disso, os pesquisadores também estimaram os ventos mais fortes em torno de 180 km/h. Com base na avaliação dos danos foi possível estabelecer de forma mais precisa a intensidade do Catarina, que segundo a escala Saffir-Simpson, corresponde a um furacão de categoria 3, com ventos sustenidos de 178 km/h a 210 km/h. Mas, devido a falta de precisão, estabeleceu-se o furacão Catarina como categoria 2.

Impactos


Ciclone Catarina na costa.
Normalmente ocorre com os ciclones tropicais, o Catarina trouxe enchentes. O furacão danificou no mínimo 40.000 casas e 1.500 foram completamente destruídas. 85% do cultivo da banana e 40% da cultura de arroz também foram perdidos. Os danos totais foram estimados em U$ 350 milhões de dólares. Ele também matou pelo menos três pessoas e feriu pelo menos 75. Pelo menos 2.000 pessoas ficaram desabrigadas após a tempestade. Em Passo de Torres, muitos estaleiros foram destruídos, pois eles não foram projetados para suportar as diferenças de pressão causadas pelos ventos de Catarina. Os principais danos relatados foram telhados destruídos neste município. As áreas rurais (campos de milho, banana, arroz) receberam os maiores danos. Os produtores de arroz conseguiram recuperar parcialmente suas perdas, pois tinham colhido antes que o Catarina atingisse a costa.
No total mais de 100.000 residências foram danificadas em consequência do Catarina. Desses, 993 desabaram completamente. No setor comercial foi ligeiramente melhor, pois só 2.274 edifícios foram danificados e 472 desmoronaram. Entretanto, 397 edifícios públicos foram danificados e três foram destruídos. Estes são responsáveis por 26% do total de edifícios da região, e danos à propriedade de 29 milhões de reais (valores em 2004). Quatro quintos das casas danificadas tiveram algum tipo de falha ou colapso do telhado. A maioria dos danos foi atribuída à baixa qualidade da construção; nas residências de tijolo normalmente faltavam vigas, colunas, gesso etc. O extremo nordeste do Rio Grande do Sul e as cidades do sul de Santa Catarina foram as mais afetadas.

Vídeo mostra a formação e trajetória do Furacão Catarina. Imagens feitas no canal Vapor Dágua:
 

Vídeo mostra os estragos causados em Torres-RS pelo Furacão Catarina:
 

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