Monte Bromo, Indonésia
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Erupções vulcânicas explicam redução do aquecimento global, diz estudo
Partículas
expelidas por vulcões teriam compensado parte da emissão de gases de
efeito estufa. Para pesquisadores, humanos contaram com a "sorte", já
que erupções ajudaram a manter aTerra mais fria.
Dos 14 anos mais quentes já registrados, 13 foram neste século. Mas desde 1988, o ritmo do aumento da temperatura da Terra está mais devagar. As contas dos cientistas não fecham: a velocidade do aquecimento global está muito inferior ao nível de emissões de gases estufa. Essa fase de "silêncio" ficou conhecida como hiato.
Um estudo publicado neste domingo (23/02) na Nature Geosciense ajuda a explicar o mistério. As erupções vulcânicas registradas desde 2000 compensariam a diferença entre o aquecimento global previsto e o observado para este século. As partículas despejadas na atmosfera pelos vulcões são capazes de refletir a luz solar e, assim, manteriam a Terra mais fria.
Simulações climáticas feitas com dados de satélites sugerem que as cerca de 20 erupções ocorridas nos últimos 13 anos foram responsáveis por até 15% da diferença entre o aquecimento previsto segundo o alto nível de emissões e o de fato registrado.
"Esse 'hiato' no aquecimento desde 1988 tem uma série de causas diferentes. O resfriamento causado pelas erupções vulcânicas é apenas uma delas", pontuou Ben Santer, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, um dos co-autores do estudo.
Uma questão de sorte
Para os cientistas, os humanos contaram com a sorte na última década. O estudo não pode ser usado para apoiar a falta de iniciativa das nações para cortar as emissões de gases estufa. "Nós tivemos sorte por observar um resfriamento natural que, parcialmente, contrabalanceou o aquecimento provocado pelo homem", comentou Santer.
"Não não sabemos como a atividade vulcânica vai se desenvolver nas próximas décadas e, por isso, não sabemos quanto tempo essa sorte vai durar." Segundo o estudo feito por pesquisadores dos Estados Unidos e Canadá, outros motivos para a desaceleração do aquecimento global podem ser uma maior absorção do calor pelos oceanos, ou um declínio da atividade solar.
Os autores ainda não têm uma dimensão da magnitude do efeito dos vulcões. Para reduzir essas incertezas, será necessário aprimorar os modelos de simulação climática e as observações sobre as propriedades específicas dos gases expelidos nas erupções vulcânicas.
"Os vulcões dão apenas um alívio temporário à pressão implacável do aumento contínuo de emissão de gases de efeito estufa", analisa Piers Forster, da Universidade de Leeds.
Divergências
Céticos do aquecimento global apontam a desaceleração do aquecimento da Terra observado nos últimos anos como uma prova de falhas nos modelos usados para prever o fenômeno global. Eles alegam que há um exagero quanto ao efeito da retenção do calor a partir da emissão dos gases estufa, mas os autores do estudo discordam.
Grande parte dos especialistas em mudanças climáticas concordam que o planeta está excedendo o limite de aquecimento de dois graus Celsius, estabelecido em negociações climáticas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
Em 2013, o nível de gás carbônico na atmosfera ultrapassou a marca de 400 partes por milhão (ppm), nível nunca experimentado por seres humanos. As concentrações de CO2 na atmosfera crescem de três a quatro partes por milhão a cada ano, especialmente por causa da queima de combustíveis fósseis.
Dos 14 anos mais quentes já registrados, 13 foram neste século. Mas desde 1988, o ritmo do aumento da temperatura da Terra está mais devagar. As contas dos cientistas não fecham: a velocidade do aquecimento global está muito inferior ao nível de emissões de gases estufa. Essa fase de "silêncio" ficou conhecida como hiato.
Popocatepetl, Mexico
Um estudo publicado neste domingo (23/02) na Nature Geosciense ajuda a explicar o mistério. As erupções vulcânicas registradas desde 2000 compensariam a diferença entre o aquecimento global previsto e o observado para este século. As partículas despejadas na atmosfera pelos vulcões são capazes de refletir a luz solar e, assim, manteriam a Terra mais fria.
Simulações climáticas feitas com dados de satélites sugerem que as cerca de 20 erupções ocorridas nos últimos 13 anos foram responsáveis por até 15% da diferença entre o aquecimento previsto segundo o alto nível de emissões e o de fato registrado.
"Esse 'hiato' no aquecimento desde 1988 tem uma série de causas diferentes. O resfriamento causado pelas erupções vulcânicas é apenas uma delas", pontuou Ben Santer, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, um dos co-autores do estudo.
Uma questão de sorte
Para os cientistas, os humanos contaram com a sorte na última década. O estudo não pode ser usado para apoiar a falta de iniciativa das nações para cortar as emissões de gases estufa. "Nós tivemos sorte por observar um resfriamento natural que, parcialmente, contrabalanceou o aquecimento provocado pelo homem", comentou Santer.
"Não não sabemos como a atividade vulcânica vai se desenvolver nas próximas décadas e, por isso, não sabemos quanto tempo essa sorte vai durar." Segundo o estudo feito por pesquisadores dos Estados Unidos e Canadá, outros motivos para a desaceleração do aquecimento global podem ser uma maior absorção do calor pelos oceanos, ou um declínio da atividade solar.
Os autores ainda não têm uma dimensão da magnitude do efeito dos vulcões. Para reduzir essas incertezas, será necessário aprimorar os modelos de simulação climática e as observações sobre as propriedades específicas dos gases expelidos nas erupções vulcânicas.
"Os vulcões dão apenas um alívio temporário à pressão implacável do aumento contínuo de emissão de gases de efeito estufa", analisa Piers Forster, da Universidade de Leeds.
Divergências
Céticos do aquecimento global apontam a desaceleração do aquecimento da Terra observado nos últimos anos como uma prova de falhas nos modelos usados para prever o fenômeno global. Eles alegam que há um exagero quanto ao efeito da retenção do calor a partir da emissão dos gases estufa, mas os autores do estudo discordam.
Grande parte dos especialistas em mudanças climáticas concordam que o planeta está excedendo o limite de aquecimento de dois graus Celsius, estabelecido em negociações climáticas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
Em 2013, o nível de gás carbônico na atmosfera ultrapassou a marca de 400 partes por milhão (ppm), nível nunca experimentado por seres humanos. As concentrações de CO2 na atmosfera crescem de três a quatro partes por milhão a cada ano, especialmente por causa da queima de combustíveis fósseis.
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