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sexta-feira, 26 de abril de 2013

EFEITO ESTUFA


atualizado às 17h14

Calor liberado por oceanos pode agravar efeito estufa, diz estudo

Pesquisadores dizem que o aquecimento global foi reduzido pelos mares, mas a liberação do calor absorvido pode acirrar mudanças no clima.

Os pesquisafores disseram que o calor absorvido pelo oceano vai voltar para a atmosfera como parte dos ciclos dos oceanos Foto: Jenny E. Ross / BBCBrasil.com
Os pesquisafores disseram que o calor absorvido pelo oceano vai voltar para a atmosfera como parte dos ciclos dos oceanos
Foto: Jenny E. Ross / BBCBrasil.com
Os efeitos da mudança climática podem se intensificar rapidamente se grandes quantidades de calor absorvidas pelos oceanos forem liberadas de volta para a atmosfera, afirmaram cientistas, depois de apresentarem uma nova pesquisa, apontando que os oceanos têm ajudado a mitigar os efeitos do aquecimento global desde o ano 2000.

Gases de efeito estufa vêm sendo emitidos para a atmosfera em ritmo cada vez mais rápido. E os dez anos mais quentes desde que os registros de temperatura começaram a ser realizados ocorreram todos de 1998 em diante. Mas a taxa na qual a superfície da Terra está se aquecendo diminuiu um pouco desde o ano 2000, levando os cientistas a procurarem uma explicação para o fenômeno.

Especialistas de França e Espanha afirmaram no domingo que os oceanos absorveram mais calor da atmosfera em torno do ano 2000. Isso ajudaria explicar a desaceleração do aquecimento global, ao mesmo tempo que sugere que a pausa pode ser apenas temporária.

"A maior parte desse excesso de energia foi absorvida na camada submarina que vai até os 700 metros de profundidade na fase inicial desta pausa de aquecimento, 65% tendo sido absorvidos nas regiões tropicais dos oceanos Pacífico e Atlântico", escreveram os pesquisadores na revista Nature Climate Change.

A chefe da equipe de pesquisa, Virginie Guemas, do Instituto Catalão de Ciências de Clima, disse que o calor absorvido pode voltar à atmosfera na próxima década, acelerando novamente o aquecimento do planeta. "Se depender apenas das variações naturais, a taxa de aquecimento logo poderá aumentar", alertou.

Caroline Katsman, do Instituto Real de Meteorologia da Holanda, especialista que não esteve envolvida no estudo, afirmou que o calor absorvido pelo oceano vai voltar para a atmosfera como parte dos ciclos dos oceanos, como os fenômenos de aquecimento e de resfriamento do Pacífico, respectivamente chamados de "El Niño" e "La Niña".

Implicações econômicas

Ela ressalta que o estudo confirmou pesquisas anteriores realizadas por seu instituto, mas que é improvável que seja a única explicação para a pausa do aquecimento, já que só se aplica ao período inicial da desaceleração, em torno do ano 2000.

O ritmo da mudança climática tem grandes implicações econômicas, já que quase 200 Estados concordaram em 2010 em limitar o aquecendo global para menos de 2ºC acima dos níveis pré-industriais, principalmente através de medidas para limitar a queima de combustíveis fósseis. As temperaturas já subiram 0,8ºC. Dois graus já são amplamente reconhecidos como um limite que poderá causar mudanças perigosas,como mais secas, deslizamentos de terra, inundações e elevação dos mares.

Alguns governos e os céticos do clima argumentam que a desaceleração da tendência de aquecimento é uma prova de que há menos urgência em agir. Os governos concordaram em cooperar para fechar até o final de 2015 um acordo global para combater as mudanças climáticas.

O ano passado foi o nono mais quente desde que os registros começaram, em 1850, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial da ONU, e 2010 foi o mais quente, à frente de 1998. Fora 1998, os dez anos mais quentes ocorreram todos a partir de 2000.

O estudo, baseado em observações e modelos de computador, demonstrou que os eventos climáticos naturais do fenômeno "La Niña" no Pacífico por volta do ano 2000 levaram águas frias à superfície que absorveram mais o calor do ar. Num outro conjunto de variações naturais, o Atlântico também absorveu mais calor.

Turbulências

Outra pesquisa, realizada por cientistas britânicos, indica que as alterações do clima poderão provocar um aumento de turbulências em viagens transatlânticas. Segundo escrevem Paul Williams (University of Reading) e Manoj Joshi (University of East Anglia), na edição online da revista Nature Climate Change, a partir de meados deste século pode aumentar a ocorrência das chamadas "turbulências de ar claro", ou seja, aquelas que ocorrem em um céu sem nuvens. Ao contrário das ocorridas perto de zonas atingidas por tempestades, tais turbulências são muito difíceis de serem previstas. Elas são causadas por correntes opostas de vento, através das quais até aviões de grande porte podem ser puxados abruptamente para cima ou para baixo.

Em sua análise, os pesquisadores se limitaram à zona de voo sobre a metade norte do Atlântico Norte nos meses de inverno de dezembro a fevereiro. Usando simulações de modelos climáticos, eles calcularam que a ocorrência de turbulências na região poderá aumentar de 40% a 170% nos próximos 40 anos. Além de poderem se tornar de 10% a 40% mais fortes. Como consequência, empresas aéreas podem ser obrigadas a planejar novas rotas para seus voos, aumentando o consumo de combustíveis e a duração das viagens.

Deutsche Welle Deutsche Welle 
 
 
Ambiente Energia

Estudo mostra impacto das mudanças climáticas no setor elétrico

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) divulga o Estudo Sobre Adaptação e Vulnerabilidade à Mudança Climática: o caso do setor elétrico brasileiro. Desenvolvido pela entidade de maio de 2011 a abril de 2013, com o apoio da Way Carbon, a publicação representa um esforço do setor empresarial para aprofundar a compreensão do tema, dada a sensibilidade da energia hidroelétrica à variação climática e a sua elevada participação na matriz elétrica nacional.
“Os resultados do estudo mostram o impacto das mudanças climáticas no médio prazo no cenário energético nacional. A atual estratégia de geração elétrica brasileira dissociada de uma percepção mais precisa das mudanças climáticas levará a um ambiente de ainda mais insegurança – energética, econômica e física”, explica a presidente do Conselho, Marina Grossi.
Caso o país continue com a estratégia de priorização de usinas a fio d’água – que causam menos impacto ambiental – a longo prazo, o resultado poderá ser prejudicial, aponta a publicação. Como os eventos climáticos tendem a aumentar, a segurança energética dessas usinas irá diminuir, e teremos que recorrer cada vez mais a outras fontes como as térmicas, mais caras e poluidoras.
O estudo foi elaborado a partir da análise de três usinas, com as seguintes características: geração de energia em uma usina de até 30 MW de potência instalada a fio d’água; uma usina de potência instalada de até 100 MW; e uma usina de potência instalada de mais de 1.000 MW, sendo essas duas últimas com reservatório. Foram utilizados dados dos últimos 80 anos de vazão dos rios onde essas usinas estão implantadas, sendo que as mesmas estão na bacia do Paraná e na bacia Atlântico Leste/Sudeste, na região de maior concentração de consumo elétrico nacional. Na primeira usina, o estudo prevê um déficit de abril a novembro em 2050.
Geralmente, estudos que tratam com mudanças climáticas tem uma previsão de longo prazo. Para permitir que o estudo seja aplicado às necessidades do planejamento corporativo, foram estudados cenários a médio prazo, em 2020 e 2050.
Para 2020, foi analisado o impacto e a exposição de cada usina, bem como suas sensibilidades e as variações de produção. Para 2050, a análise dessas variações de produção foi feita por meio de três cenários: cenário de mudança zero, que utilizou a condição de média histórica; cenário de mudança moderada e cenário de mudança extrema. Ficou clara a importância da diversificação das fontes de energia para garantir a complementariedade da geração de energia hídrica.
“A inclusão da preocupação climática na agenda de planejamento e definição estratégica de expansão do setor de energia brasileiro se mostrou indispensável”, afirma Marina Grossi.
 
 
 

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