•
• atualizado às 14h43
Temporal na Argentina deixa ao menos 57 mortos e 20 desaparecidos
Bairro inundado em La Plata (AFP, juan mabromata)
Ao menos 57 pessoas morreram na Argentina em um temporal sem precedentes registrado entre terça-feira e a madrugada de quarta, que atingiu principalmente a cidade de La Plata (63 km ao sul de Buenos Aires), onde 49 pessoas morreram e 20 continuam desaparecidas.
"As pessoas que perderam a vida em La Plata são 49, das quais 34 foram identificadas, e destas 22 tiveram seus corpos entregues aos seus familiares", disse nesta quinta-feira em uma coletiva de imprensa Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires, o maior distrito argentino cuja capital é La Plata.
No entanto, 20 pessoas ainda eram procuradas intensamente nesta quinta-feira nesta cidade de 900.000 habitantes, que lentamente retornava à normalidade em meio à angústia dos vizinhos pelas grandes perdas materiais deixadas pelas chuvas, as mais intensas do último século.
Os moradores dos bairros mais atingidos começavam a retornar pouco a pouco aos seus lares, onde tudo ficou destruído pela lama e pela água, que em algumas áreas chegou a quase dois metros de altura. As precipitações chegaram a 300 milímetros em algumas regiões, o dobro da média de todo o mês de abril.
"Estamos fazendo um levantamento final porque há cerca de 20 pessoas que ainda não foram localizadas", disse nesta quinta-feira em outra coletiva de imprensa o vice-ministro argentino de Segurança, Sergio Berni, ressaltando, no entanto, que "não foram recebidos pedidos de auxílio para resgatar pessoas" nas últimas horas.
Scioli detalhou que as pessoas retiradas após as inundações na região de La Plata são "1.000 e este número está diminuindo", depois que 2.500 vizinhos abandonaram suas casas inundadas e se alojaram em 33 centros espalhados pela cidade.
Nestes locais de ajuda longas filas se formaram nesta quinta-feira. As pessoas esperavam para receber colchões, fraldas, água mineral e outros artigos de primeira necessidade, constatou uma jornalista da AFP.
"Ouvi gritos lancinantes, vi corpos flutuarem. Não veio ninguém, nem bombeiros, nem policiais, nem militares", disse à televisão um morador de La Plata indignado pelo que considerou falta de ajuda oficial diante do desastre.
Em sua visita à região atingida, a presidente Cristina Kirchner afirmou que temia a ocorrência de saques. Cerca de 700 membros das forças de segurança foram mobilizados nos locais de risco e os habitantes de La Plata passaram uma noite tranquila, de acordo com Scioli.
Em La Plata e em sua periferia, cerca de 25.000 casas seguiam sem luz, disse o chefe de Gabinete do município, Santiago Martorelli.
Já na capital argentina, onde foram contabilizados seis mortos, a situação retornava nesta quinta-feira à normalidade em meio a um panorama desolador, segundo o secretário portenho do Meio Ambiente, Diego Santilli.
Outros dois mortos foram registrados na populosa periferia de Buenos Aires.
"Até ontem à noite 52.000 pessoas de seis bairros (da capital) estavam sem luz. Estamos tentando colaborar com as empresas de energia para que (a luz) volte o quanto antes", disse Santilli em uma entrevista à rádio FM Milenium.
O secretário também afirmou que "o panorama é desolador, com moradores que perderam bens materiais, suas coisas, sua história".
Agora "seguimos na linha de tentar repor o que resta; a água vem com tudo, sujeira, pedras", concluiu.
TEMPORAL ONTEM EM PELOTAS AS 16H
Nenhum comentário:
Postar um comentário