Sistemas Atmosféricos Atuantes Sobre o Nordeste
Zona
de Convergência Intertropical: A Zona de Convergência Intertropical -
ZCIT é o sistema meteorológico mais importante na determinação de quão
abundante ou deficiente serão as chuvas no setor norte do Nordeste do
Brasil. Normalmente a ZCIT migra sazonalmente de sua posição mais ao
norte, aproximadamente 12ºN, em agosto-setembro para posições mais ao
sul e aproximadamente 4oS, em março-abril.
A
ZCIT é uma banda de nuvens que circunda a faixa equatorial do globo
terrestre (Figura 1), formada principalmente pela confluência dos ventos
alísios do hemisfério norte com os ventos alísios do hemisfério sul. De
maneira simplista, pode-se dizer, que a convergência dos ventos faz com
que o ar, quente e úmido ascenda, carregando umidade do oceano para os
altos níveis da atmosfera ocorrendo a formação das nuvens.
A
ZCIT é mais significativa sobre os Oceanos e por isso, a Temperatura da
Superfície do Mar-TSM é um dos fatores determinantes na sua posição e
intensidade.
Frente Fria: Um outro importante mecanismo causador de chuvas no Nordeste do Brasil está ligado à penetração de Frentes Frias até as latitudes tropicais entre os meses de novembro e janeiro.
As
frentes frias são bandas de nuvens organizadas que se formam na região
de confluência entre uma massa de ar frio (mais densa) com uma massa de
ar quente (menos densa). A massa de ar frio penetra por baixo da quente,
como uma cunha, e faz com que o ar quente e úmido suba, forme as nuvens
e consequentemente as chuvas (Figuras 2 e 3).
Figura
2: Diagrama esquemático indicando a posição mais ao norte das frentes
frias que influenciam as chuvas no Nordeste do Brasil e a nebulosidade
associada a elas estendendo-se até oeste da Região Amazônica.
Fonte: Funceme
Fonte: Funceme
Figura 3: Imagem do satélite METEOSAT-7 mostrando o posicionamento de uma Frente Fria próxima ao sul do Estado da Bahia
Fonte:FUNCEME
Vórtice Ciclônico de Ar Superior: Os Vórtices Ciclônicos de Ar Superior - VCAS que atingem a região Nordeste do Brasil, formam-se no Oceano Atlântico entre os meses de outubro e março e sua trajetória normalmente é de leste para oeste, com maior freqüência entre os meses de janeiro e fevereiro.
Os
VCAS são um conjunto de nuvens que, observado pelas imagens de
satélite, têm a forma aproximada de um círculo girando no sentido
horário. Na sua periferia há formação de nuvens causadoras de chuva e no
centro há movimentos de ar de cima para baixo (subsidência), aumentando
a pressão e inibindo a formação de nuvens (Figuras 4 e 5).
Figura 4 - Diagrama esquemático da nebulosidade associada aos Vórtices Ciclônicos de Ar Superior-VCAS
Fonte: Kousky e Gan, 1980
Fonte: Kousky e Gan, 1980
Figura 5: Imagens do satélite METEOSAT-7, canal infra vermelho
Fonte: FUNCEME
Linhas de Instabilidade: As Linhas de Instabilidade-LI, que se formam principalmente nos meses de verão no hemisfério sul (dezembro a março), encontram-se ao sul da Linha do Equador influenciando as chuvas no litoral norte do Nordeste e regiões adjacentes e ocorrem no período da tarde e início da noite.
Fonte: FUNCEME
Linhas de Instabilidade: As Linhas de Instabilidade-LI, que se formam principalmente nos meses de verão no hemisfério sul (dezembro a março), encontram-se ao sul da Linha do Equador influenciando as chuvas no litoral norte do Nordeste e regiões adjacentes e ocorrem no período da tarde e início da noite.
As
Linhas de Instabilidade são bandas de nuvens causadoras de chuva,
normalmente do tipo cumulus, organizadas em forma de linha (Figura 6 ),
daí o seu nome. Sua formação se dá basicamente pelo fato de que com a
grande quantidade de radiação solar incidente sobre a região tropical
ocorre o desenvolvimento das nuvens cumulus, que atingem um número maior
à tarde, quando a convecção é máxima, com conseqüentes chuvas. Outro
fator que contribui para o incremento das Linhas de Instabilidade,
principalmente nos meses de fevereiro e março, é a proximidade da ZCIT.
Figura 6: Diagrama esquemático da nebulosidade associada às Linhas de Instabilidade: a)fevereiro a maio, b)agosto a novembro
Fonte:Funceme
Fonte:Funceme
Figura 7: Imagem do satélite METEOSAT-7mostrando uma Linha de Instabilidade desde o litoral do Estado do Maranhão até o Estado do Rio Grande do Norte.
Fonte: FUNCEME
Complexos Convectivos de Mesoescala: Os CCM´s são aglomerados de nuvens que se formam devido à condições locais favoráveis (temperatura, relevo, pressão, etc) e provocam chuvas fortes e de curta duração. Normalmente as chuvas associadas a este fenômeno meteorológico ocorrem de forma isolada (Figura 8).
Figura 8: Imagem do Satélite Meteosat-7 no canal infra vermelho: a) dia 21/01/96 às 21:00h local e b) dia 24/04/98 às 08:00h local.
Fonte:FUNCEME
Ondas de leste: As ondas de leste são ondas que se formam no campo de pressão atmosférica, na faixa tropical do globo terrestre, na área de influência dos ventos alísios, e se deslocam de oeste para leste, ou seja, desde a costa da África até o litoral leste do Brasil.
O
Estado do Ceará também recebe chuvas nos meses de junho, julho e
agosto, que são influenciadas por esse sistema atmosférico denominado
Ondas de Leste. Este sistema provoca chuvas principalmente na Zona da
Mata que se estende desde o Recôncavo Baiano até o litoral do Rio Grande
do Norte. Quando as condições oceânicas e atmosféricas estão favoráveis
as Ondas de Leste também provocam chuvas no Estado do Ceará,
principalmente na parte centro-norte do Estado.
Figura 9: Imagem do Satélite Meteosat-7 mostrando nebulosidade que está se deslocando desde a costa da África até o litoral leste do Brasil.
Fonte:FUNCEME
Fonte:FUNCEME
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