•
• atualizado às 13h41
Brasil vai montar base para cientistas na Antártida no final de 2014
A base garantirá a presença brasileira no continente, já que a Comandante Ferraz e os refúgios mantidos na Antártica ficam todos em ilhas
Ao mesmo tempo em que o governo brasileiro concentra
esforços na reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz, na Ilha
Rei George, destruída por um incêndio em fevereiro de 2012, cientistas
buscam consolidar a presença de pesquisadores do País mais ao Sul,
dentro do Continente Antártico.
Cientistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(Uerj), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) pretendem montar uma
base com capacidade para oito pesquisadores, no local onde já funciona o
módulo autônomo Criosfera 1, que opera sem a presença de cientistas, na
latitude 85 sul, a 500 quilômetros do Polo Sul.
A informação foi divulgada pelo pesquisador Heitor
Evangelista, da Uerj, coordenador do Criosfera. Segundo ele, um módulo
dormitório, com quatro beliches e uma cozinha, deverá ser instalado ao
lado do Criosfera a partir do final do ano que vem. Há ainda a
possibilidade de ter e um minimódulo, que funcionará como banheiro.
A estação garantirá a presença brasileira no continente,
já que a Comandante Ferraz e os refúgios mantidos pelo Brasil na
Antártica ficam todos em ilhas, fora da massa continental. O módulo
Criosfera 1 foi instalado em janeiro de 2012, para fazer pesquisas sobre
mudanças da atmosfera, do clima e da camada de gelo.
O módulo funciona sem a necessidade de pesquisadores,
com o auxílio de geradores solares e eólicos e de baterias, além de
equipamentos posicionados dentro e fora do contêiner. Os dados coletados
são enviados por satélite para o Brasil. Uma missão com pesquisadores
brasileiros foi enviada no final do ano passado para avaliar o
funcionamento do módulo e fazer coletas de mais materiais.
No entanto, o grupo precisou dormir, comer e improvisar
banheiros em barracas, que foram posicionadas no entorno do Criosfera 1.
Sob essas condições, explica Evangelista, não é possível ficar mais do
que um mês no local. "Hoje é muito difícil ficar mais do que 30 dias. Em
uma missão dessa de 30 dias, nas condições que você encontra lá, você
praticamente chega ao seu limite físico. Isso é muito comprometedor."
A instalação do módulo dormitório permitirá que os
pesquisadores permaneçam até três meses no local, durante o verão
antártico. "Será muito bom, porque vai permitir uma ampliação das
pesquisas", disse o cientista.
Hoje toda a operação logística do Criosfera é feita por
uma empresa privada, contratada pelo consórcio universitário que opera o
módulo de pesquisa. Os pesquisadores devem conversar com a Força Aérea
Brasileira (FAB) para pedir que pilotos brasileiros sejam capacitados e
aprendam a pousar seus aviões Hércules (que transportam os equipamentos)
no Continente Antártico, em uma pista de pouso existente na latitude
80, próximo à Criosfera 1.
Isso, segundo o cientista, baratearia os custos de
operação do Criosfera. "Queremos que a FAB faça algo que os chilenos já
fazem, que é pousar um Hércules na latitude 80. O pouso é feito no gelo.
É um tipo de gelo, formado na base das montanhas, que tem uma densidade
bem alta, o gelo azul. Nesse gelo azul, uma aeronave pode pousar com
rodas", disse Evangelista.
BBC BRASIL
Superfície congelada na Antártica aumenta, apesar do aquecimento
Atualizado em 1 de abril, 2013 - 08:29 (Brasília) 11:29 GMT
Na Antártica, o aquecimento global causou um efeito contraditório, um aumento da superfície congelada do mar.
A informação consta em um estudo publicado pela revista Nature Geoscience.Os responsáveis pelo estudo, cientistas do Real Instituto Heterológico dos Países Baixos, explicaram o fenômeno dizendo que o descongelamento dos grandes blocos libera água muito gelada, que acaba vindo à superfície e congelando novamente.
Observações na região antártica já vinham intrigando os cientistas ao mostrar aumento de 1,9% a cada década na superfície congelada, desde 1985.
O fenômeno que ocorre na Antártica é oposto ao que ocorre no Ártico, onde a superfície congelada vem diminuindo com o aquecimento global.
Nenhum comentário:
Postar um comentário