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quarta-feira, 24 de abril de 2013

MUDANÇA CLIMÁTICA

Mudança climática aumenta curso d’água de rio e prejudica ilha indiana

Erosão nas margens de rio fez com que fazenda fosse para dentro d’água. Cientistas afirmam Brahmaputra será importante no estudo do impacto da mudança climática

The New York Times | - Atualizada às
The New York Times
Ganes­h Hazar­ika perdeu parte de sua propriedade com a erosão
Não muito tempo atrás, Ganesh Hazarika cultivava arroz, legumes e ervilhas perto das margens do rio Brahmaputra em um pequeno lote. Mas um dia o rio levou tudo isso embora. De forma constante e sem piedade, o rio erodiu as margens até que sua fazenda caiu na água.
A erosão é um problema crescente para os agricultores em toda a Índia, mas a situação de Hazarika é incomum: sua terra ficava em Majuli, uma das maiores ilhas interiores do mundo, um antigo centro religioso que é lar de cerca de 170.000 pessoas e dezenas de mosteiros. O mesmo rio que cerca a ilha e a sustenta há séculos, agora está metodicamente destruindo-a.
"Não há nada permanente aqui", disse Hazarika, em uma manhã recente, perto de um pequeno templo para onde os moradores planejam se mudar este mês como medida de precaução contra a erosão. "Isso muda a cada ano."
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Para muitos ambientalistas e cientistas, o Brahmaputra é um laboratório importante no estudo do impacto da mudança climática, com grande parte da atenção voltada para o deságue do rio, em Bangladesh, onde o aumento das águas devem reorientar radicalmente um dos estuários mais importantes do mundo e potencialmente deslocar milhões de pessoas nas próximas décadas.
Mas quilômetros acima, o Brahmaputra também está se provando difícil de prever. Inundações sazonais são sempre um problema e isto tem se intensificado nos últimos anos no nordeste do Estado indiano de Assam. A erosão é uma preocupação em Assam, já que o rio regularmente muda de curso levando areia e outros sedimentos do Himalaia em um processo simultâneo de construção e destruição: novos leitos aparecem ao mesmo tempo em que os antigos lugares habitados são agredidos pelas correntes do rio.
A mudança climática está contribuindo para estas mudanças mais significativas, embora alguns cientistas afirmem que o Brahmaputra é naturalmente instável por causa da atividade sísmica e a forma trançada do rio. A erosão de Majuli tornou-se o exemplo mais drástico do poder implacável do rio e as autoridades locais, tentando proteger os mosteiros e crescente população da ilha, que responderam por aterros de construção e outras medidas de proteção.
Ao longo das margens de Majuli, em uma área conhecida como Salmara, o Brahmaputra se estende até o horizonte, aparentemente infinito. No seu ponto mais largo, o rio pode chegar a mais de 10 quilômetros de diâmetro. A borda da ilha termina em um penhasco de 60 metros, por isso muitos moradores dizem estar planejando se mudar para dentro da ilha este mês por causa da erosão.
"Minha casa caiu na água", disse Puna Bhuyan, um agricultor de 70 anos. Ele disse que havia se mudado três vezes desde 2000. "Estamos preocupados com a nossa subsistência. Como podemos oferecer para nossas famílias? Essa incerteza está sempre lá. "
Estimar exatamente quanta erosão tem ocorrido é uma questão de debate. Dados coletados em 1901 sugeriam que a ilha tinha mais de 1020 quilômetros quadrados, mas este número pode ter incluído outras ilhas vizinhas e leitos de rios. Um estudo de 2004 concluiu que Majuli tinha corroído a 163 quilômetros quadrados, em 2001.
Por Jim Yardley


16/04/2013 05h30 - Atualizado em 16/04/2013 05h30

Mudança climática ameaça lebre que se camufla na neve, diz estudo

Pelos da lebre-americana mudam de cor ao longo do ano.
Com maior temperatura, animal ficaria mais exposto a predadores.

Do G1, em São Paulo

Lebre-americana camuflada na neve durante o inverno (Foto: Jupiterimages/Photos.com/AFP/Arquivo)Lebre-americana camuflada na neve durante o inverno (Foto: Jupiterimages/Photos.com/AFP/Arquivo)
Um estudo publicado nesta segunda-feira (15) nos Estados Unidos alerta para um efeito direto que a mudança climática pode ter sobre espécies de animais que se camuflam. A pesquisa foi feita com a lebre-americana, uma espécie típica da América do Norte, que corre sérios riscos caso a temperatura global suba ao longo do próximo século.
A lebre-americana muda a cor de seus pelos de acordo com a estação para se camuflar. Durante o inverno, ela é branca, para que seus predadores não possam vê-la na neve. No verão, ela fica marrom, cor que a disfarça melhor na terra e entre as árvores.
A equipe de Scott Mills, da Universidade de Montana, nos Estados Unidos, monitorou 148 lebres selvagens ao longo de três anos, e viu que o animal não tem nenhum controle sobre essa troca. Os pelos mudam de cor naturalmente de acordo com um padrão fixo, independentemente das condições do ambiente.
Com isso, caso passe a nevar menos – como preveem vários modelos científicos –, a lebre continuará tendo pelos brancos em boa parte do ano e ficará mais exposta aos predadores. Os especialistas aplicaram projeções climáticas já feitas anteriormente e concluíram que esta é uma ameaça real à espécie.
O número de dias em que as lebres vão passar em terrenos sem neve, mas com os pelos brancos, vai aumentar bastante. No fim do século, os animais poderão passar até 69 dias por ano com a camuflagem inadequada – um número oito vezes maior do que acontece atualmente.
Segundo os pesquisadores, existem pelo menos outras nove espécies que usam mecanismos de semelhantes de camuflagem e que também poderiam ser atingidas pela mudança climática neste sentido. O estudo foi publicado pela “PNAS”, revista da Academia Americana de Ciências.

Dia da Terra: A face da mudança climática (vídeo, fotos)

Mount Cook, Nova Zelândia (Cortesia da Rede Dia da Terra)
O Dia da Terra, segunda-feira 22 de abril, foi o Dia Internacional da Mãe Terra. Uma campanha de mídia social com o tema “A face da mudança climática” compilou fotos de todo o mundo no website da Rede Dia da Terra.
“‘A face da mudança climática’ é manter nossos oceanos limpos e seguros por toda a vida”, diz o comentário na foto de uma menina saltando alegremente no oceano, enviada de Ixtapa, Guerrero, México.
Um casal está de pé numa praia em Bruxelas, Bélgica (bem-vestidos para o clima de primavera ainda frio), enquanto a mulher estende uma mão cheia de conchas do mar. A legenda diz, “O mar está mudando e precisa de nossa ajuda.”
Outra foto mostra uma bomba d’água em Samashpur, Bangladesh. A postagem afirma que “‘A face da mudança climática’ é valorizar os limitados recursos naturais.”
Flores amarelas e laranja vibrantes em Karachi, Paquistão, são apresentadas com as palavras, “‘A face da mudança climática’ é estar aberto a mudar seus hábitos.”
Uma joaninha repousa na mão de uma mulher em Tirana, Albânia. “‘A face da mudança climática’ é apreciar as pequenas criaturas da Terra.”
Uma menina segura um diário com algumas palavras escritas, em Gilbert, Arizona, EUA, “‘A face da mudança climática’ é cada pessoa fazer algo para ajudar.”

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