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terça-feira, 26 de novembro de 2013

CHUVAS MELHORAM ENERGIA NO NORDESTE

País

Chuvas devem melhorar produção de energia no NE

Elevação pode contribuir para desligamento das térmicas

Jornal do BrasilGabriella Azevedo*
As chuvas de fim de ano finalmente chegaram e devem contribuir para um cenário mais favorável para o sistema elétrico brasileiro. O Nordeste, que estava em alerta por conta do baixo nível do reservatório da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, responsável pelo abastecimento da região, deve respirar aliviado neste fim de ano, com a maior incidência de chuvas na cabeceira do Rio São Francisco neste mês de novembro. Se o cenário de chuvas se mantiver e o nível dos reservatórios atingir a capacidade necessária, o despacho das termelétricas pode ser reduzido, o que significa economia no bolso do consumidor brasileiro.
Na próxima quarta-feira (04/12), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), composto pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), da Agência Nacional do Petróleo (ANP), da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), se reúne mais uma vez em Brasília para realizar a avaliação mensal do sistema elétrico do país. A reunião avalia a situação dos reservatórios nacionais e determinará, se necessário, as medidas a serem tomadas, tais como a permanência da utilização das termelétricas ou a sua redução ou desligamento.
No caso de Sobradinho, até o mês passado, o reservatório estava com menos de 30% da sua capacidade ocupada, recebendo transmissão de energia principalmente do Sudeste e Sul, este último com 96% da sua capacidade total. As duas regiões têm enviado em torno de 3 mil MW médios ao Nordeste. A transferência já chegou a ser de 3,8 mil MW médios, mas desceu para 3 mil MW médios após a queimada no Piauí, que provocou o desligamento de uma linha de transmissão no estado, no mês de agosto deste ano.
Com menos energia sendo enviada, o CMSE havia determinado que a compensação energética fosse feita pelo despacho de térmicas, que geram os 800 MW médios restantes para atender o Nordeste. O atual despacho térmico total para o país tem sido da ordem de 10,5 mil MW médios, levando em conta um custo marginal de operação de R$ 260/MWh. Caso a previsão climática positiva se confirme, a redução do uso das termelétricas fica cada vez mais provável. 
No mês passado, o presidente da ONS, Hermes Chipp, já havia afirmado em coletiva de imprensa que as previsões meteorológicas, realizadas pela ONS em parceria com Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), apontavam para um fim do ano de chuvas, ao contrário do fim de 2012, que foi extremamente seco. O presidente havia afastado qualquer possibilidade de apagão e afirmou que a incidência de chuvas já se concentravam nas principais bacias do sistemas, incluindo a cabeceira do Rio São Francisco, e se estenderia pelo último trimestre do ano.

*Do programa de estágio do Jornal do Brasil

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