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terça-feira, 4 de junho de 2013

CHUVAS NA AMAZÔNIA

04/06/2013 09h58 - Atualizado em 04/06/2013 10h25

Chuva e vento forte causam prejuízos na região metropolitana de Belém

Árvores foram arrancadas, casas ficaram destelhadas e alagadas.
Sipam prevê chuva acompanhada de raios para a tarde desta terça-feira, 4.

Do G1 PA



Com a chuva forte, acompanhada de ventos, que caiu sobre a capital paraense na tarde da última segunda-feira (3), moradores do conjunto Icuí-Guajará, em Ananindeua, localizado na região metropolitana de Belém, contabilizaram diversos prejuízos. Nenhuma pessoa ficou ferida.
Com cerca de uma hora de duração, a chuva deixou os telhados de algumas residências danificados. Em uma das casas, parte das telhas foi arrancada pelo vento e atingiu um poste de energia, o que danificou o medidor de energia e deixou alguns imóveis sem luz elétrica.
Do lado de dentro de um prédio residencial, um dos apartamentos foi invadido pela água da chuva, após a cobertura ter sido arrancada com a força do vento. Em um dos quartos, parte do forro cedeu.
"Depois da ventania, na minha casa saíram umas telhas também. Eu corri para socorrer minha vizinha, ajudar a carregar alguns móveis, quando me disseram 'Olha, a casa da sua filha também foi destelhada'. Cheguei lá e vi que estava tudo caído", conta a dona de casa Luiziet Vilhena.
Além das casas, a chuva também atingiu árvores. Uma delas foi arrancada pela raiz, já os galhos de uma outra caíram sobre uma residência.
A doméstica Lúcia Ferreira conta que perdeu vários eletrodomésticos, além de uma cama. Todo o teto do imóvel foi arrancado de uma só vez. Assustada, ela relata que no momento, apenas conseguiu sair carregando o filho. "Foi rápido, os vizinhos vieram me ajudar. Em menos de segundos voou tudo", afirma.
A cobertura da casa de Cleonice Ferreira voou e foi parar na casa de uma vizinha, quase cinco metros à distância do endereço. Com o impacto, parte das telhas e da caixa d´água da moradora foram quebrados.
Novas chuvas
De acordo com Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), o mês de junho será marcado pela incidência de chuvas pontuais à tarde e à noite. A previsão é que na tarde desta terça-feira (4) caiam novas chuvas na região metropolitana de Belém, podendo vir acompanhadas por raios.

Em caso de emergência, a orientação é ligar para o Corpo de Bombeiros nos telefones 190 ou 193.


A CRÍTICA  UOL

Cheia já é a oitava maior registrada no Amazonas

As informações são do alerta de cheia feito pelo Serviço Geológico do Brasil. Cota atingiu nessa segunda-feira(03), 29,28m



Lixo ainda é o principal legado da cheia; igarapé do 40, na fronteira dos bairros Cachoeirinha, Betânia e Santa Luzia
Lixo ainda é o principal legado da cheia; igarapé do 40, na fronteira dos bairros Cachoeirinha, Betânia e Santa Luzia (Antonio Lima)

O nível do rio Negro chegou nessa segunda-feira(03) a 29,28 metros e já é o oitavo maior da história, podendo atingir a cota de 29,71 metros até o final deste mês, conforme foi anunciado nessa segunda-feira(03) no Terceiro Alerta da cheia feito pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Se isso acontecer, será a terceira maior enchente, ficando atrás das cheias de 2012, a maior de todos os registros, com 29,97 e de 2009, com 29,77 metros.
De acordo com Daniel Oliveira, do CPRM, além das chuvas nas calhas do rio Negro e nas regiões Norte e Noroeste do Amazonas, a cota do Negro em Manaus é influenciada também pela cheia do Solimões, que sobe e represa o Negro. Com a continuidade da subida das águas, os moradores das áreas próximas às margens de igarapés como o do 40, no bairro da Betânia, Zona Sul, têm que sair de casa, e na Feira da Manaus Moderna, no Centro, Zona Centro-Sul, as águas obrigam os clientes a andar sobre engradados colocados sobre o asfalto. O lixo é outro fator que contribui para o mal estar dos moradores atingidos pelas águas. O odor de esgoto sanitário chega a dar ânsia de vômito nas pessoas, reclama uma moradora, que caminha com um pano protegendo o nariz.
De acordo com o CPRM, como 75% das cheias que aconteceram desde 1902, quando começou o registro, finalizaram no mês de junho, espera-se que o mesmo aconteça desta vez. “Hoje, esta enchente já é considera grande”, afirmou Daniel. A expectativa é que a subida das águas se estabilize nos próximos dias, já que os últimos registros indicam apenas um centímetro de elevação a cada dia.
Neste nível, as águas invadem mais de 14 bairros, registra a Defesa Civil do município, que apresentou ontem um balanço parcial dos atendimentos realizados na Operação Enchente.
A Prefeitura informa ter cadastrado mais de 1,7 mil famílias. Pelo menos 800 estão na fila para receber aluguel social. Outra medida é a construção de pontes para facilitar o acesso das pessoas às moradias nas áreas alagadas. Pelas contas apresentadas, já são mais de quatro mil metros de pontes em toda a cidade.
Pelos dados divulgados pelo CPRM, nas últimas três maiores cheias, a permanência da cota acima de 29 metros, que é a cota de emergência, foi de 50 dias. Neste ano, essa cota foi detectada há 12 dias e seguindo as estatísticas, faltariam 38 dias para as águas começaram a baixar.

Amazônia, mãe do clima do Brasil


As leis da natureza agem e respondem rapidamente às agressões ambientais
Lago Maracarana  na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Amazonas (Cortesia de Eduardo Guimarães Rizzo)
Lago Maracarana na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do 
Uatumã, Amazonas (Cortesia de Eduardo Guimarães Rizzo)
A água na atmosfera, que chamamos vapor de água, provém de um ciclo contínuo. Os rios, que se formam por precipitações pluviais, formam por sua vez nuvens como consequência de sua evaporação. Deste modo, a água da chuva retorna para a atmosfera através da evaporação da água e da transpiração das plantas que ela mesma alimenta.
A Amazônia é uma região de alta umidade, devido às altas temperaturas da região e sua frondosa e extensa vegetação. Na realidade, tudo está interconectado, a Amazônia, seus rios e a atmosfera são como uma grande bacia hidrográfica alimentando-se reciprocamente e se vinculando estranhamente através dos mecanismos da chuva.
Deste modo, se mudamos o curso de um rio com um reservatório, também se muda a região de evaporação de suas águas, unindo-se aos denominados “rios suspensos” de vento que fluem através da atmosfera. As tormentas que se produzem no Brasil e em muitos países vizinhos são alimentadas por estes rios que fluem através da atmosfera média e alta. A conexão destas tormentas com estes “rios suspensos” representa um fator de suma importância na configuração de precipitações intensas, que inclusive ocasionaram desastres no Brasil nos últimos anos.
A agressão à Amazônia, principalmente através do desmatamento, pode causar mudanças no regime das chuvas em grande parte do território brasileiro. Nos últimos anos, os meios de comunicação vincularam quase todos os desastres naturais com o aquecimento global. A elevação da temperatura do planeta pode influir em alguns fatores climáticos “locais”. Porém, o desmatamento pode oferecer uma reação muito mais severa.
Quão grave pode ser um crime ambiental? Pode uma simples empresa madeireira e uma área desmatada para uso pecuário devastar todo um estado, como os eventos do ciclone “Catarina” em Santa Catarina (Brasil) ou nos Estados Unidos? Podem fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro ocasionar a morte de centenas de pessoas?
Não é tão simples, porque a atmosfera tem um mecanismo mais complexo. No entanto, esses danos ambientais podem alterar o fluxo do ciclo hidrológico, aumentando muitas vezes a intensidade das chuvas que, em condições normais, seria mais branda.
Na lei brasileira, os crimes ambientais são geralmente punidos levemente. No entanto, as leis da natureza são implacáveis e sem apelação. Elas não esperam até que um tribunal decida se alguém é culpado ou não. Elas simplesmente respondem, e respondem rapidamente.
 Para saber mais sobre a Amazônia, clique aqui.
Fernando Nunes Lopes é bacharel em meteorologia.

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