DIÁRIO DA RÚSSIA
Verão com neve na Rússia
Yakutia registras temperaturas próximas de zero grau Celsius
O inverno russo parece não querer ir embora. O país já está no verão, mas a neve tomou conta da paisagem da Yakutia na noite de segunda-feira, 24. E o frio fora de época deverá continuar, uma vez que os meteorologistas não acreditam que a temperatura irá “esquentar” em um curto período.
O Serviço de Hidrometeorologia da Rússia informou que durante esta semana os termômetros deverão ficar entre 10 e 14 graus Celsius pela manhã e à tarde, enquanto à noite a temperatura ficará próxima a zero grau. A madrugada de quarta-feira, 26, porém, deverá ser ainda mais fria.
11/06/2013 - 03h00
Avalanches e enchentes mantêm a Suíça em alerta
Publicidade
DO NEW YORK TIMES
Marco Bomio se lembra daquela manhã de domingo, em junho de 2006, como
se fosse ontem. Bomio, 59, diretor de escola e guia de montanha, estava
em um serviço religioso em uma pastagem na montanha. "De repente vimos
uma nuvem imensa", disse ele. "Normalmente seria neve. Mas em junho?
Então vimos que não era neve. Era poeira de rocha: parte da montanha
tinha desmoronado."
Grindelwald, com 3.800 habitantes, fica no sopé de uma muralha de picos alpinos que se ergue a mais de 4.000 metros. A região abriga duas das maiores geleiras da Suíça, Grindelwald Superior e Inferior, que há milênios se insinuam pelas gargantas alpinas em direção à cidade.
Com o aquecimento global, as geleiras estão derretendo. Antes chegavam à borda da cidade, mas hoje terminam bem alto nas montanhas. Além disso, sua água glacial esverdeada está formando lagos. No verão, quando o derretimento se acelera, as enchentes ameaçam a área.
A avalanche presenciada por Bomio mostra que o encolhimento das geleiras remove uma espécie de escora que sustenta partes das montanhas, ameaçando a região com deslizamentos de rochas.
Grindelwald é um exemplo claro do que está acontecendo hoje com as geleiras suíças, que são mais de cem, grandes e pequenas. Enquanto a Grindelwald Inferior encolhia, seu gelo deixou de sustentar a parede leste do pico Eiger, uma montanha de 4.000 metros. O aquecimento reduz o efeito do permafrost, que antes agia como uma espécie de cola, unindo a massa das montanhas.
Naquele dia em 2006, um pedaço de 535 mil m3 do Eiger caiu da face leste, provocando a nuvem de poeira que assustou Bomio.
Desde 1997, Ruth Meier dirige o Hotel Gletscherschlucht (o nome significa "garganta da geleira") em um ponto onde a água da geleira inferior derrete e escorre por uma garganta profunda e estreita. No século 20, a geleira se estendia pela garganta, que tem cerca de um quilômetro de comprimento. Até perto da Primeira Guerra Mundial, blocos de gelo escavados dela eram usados no resfriamento de restaurantes e cozinhas, até em Paris. Mas hoje um grande lago de água derretida da geleira se formou acima da garganta.
Para evitar uma potencial inundação que ameaçaria a aldeia abaixo, disse Meier, um túnel de US$ 15 milhões com mais de um quilômetro foi concluído em 2010 para canalizar o excesso de água. Antes disso, explicou, as enchentes de verão empurravam blocos de gelo gigantescos pela garganta. "Em julho e agosto, parecia que havia tanques de guerra descendo."
No último século, as geleiras recuaram cerca de 200 metros, segundo o geólogo Hans-Rudolf Keusen, cuja empresa, a Geotest, ajudou a projetar o túnel de escoamento. "Depois de 1980, foi muito rápido", disse. "Nos últimos 30 anos, a temperatura média nos Alpes aumentou 1,5 graus Celsius."
Todo ano, cerca de 800 mil visitantes da Europa, América e Ásia embarcam em trens e sobem do centro da cidade até Jungfraujoch, uma área entre dois picos a mais de 4.000 metros de altitude, conhecida como "o topo da Europa".
O turismo representa "mais de 80% da economia", disse Bruno Hauswirth, que administra a agência de turismo local.
Hauswirth, 45, vê as mudanças nas montanhas como uma oportunidade. Guias turísticos como Bomio estão se beneficiando dos resultados do aquecimento global ao organizar "excursões de aquecimento" para explicar seus efeitos. "Aqui você pode visualizar a coisa, pode vê-la e senti-la", disse Hauswirth.
O túnel de escoamento da garganta é uma reação. As trilhas de caminhadas também estão sendo deslocadas para evitar áreas de risco, disse Herbert Zurbrügg, secretário da cidade de Grindelwald. Ele disse que radares estão sendo instalados para rastrear movimentos nas montanhas, para que os poucos destinos turísticos, como locais de acampamento, possam ser esvaziados, se necessário. "Estamos em uma situação vantajosa", disse. Ele fez uma pausa e então acrescentou: "Mas nunca se sabe".
Nenhum comentário:
Postar um comentário