O Clima sempre interferiu na vida humana, e o homem sempre teve curiosidade em saber o funcionamento dos fenômenos climáticos. Hoje com toda a tecnologia é possivel ver e prever o tempo com grande antecedência. Isso torna o ser humano menos vulnerável as intempéries, e pode planejar com mais segurança o seu futuro.
Horas depois da ruptura do dique que causou alagamento em cerca de
700 casas no bairro Sarandi, o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP)
investiga se uma ação intencional provocou a abertura de um vão de seis
metros da estrutura, construída com areia no Arroio Feijó, em Porto
Alegre. Apesar de dizer que não está focado nas causas, mas sim no socorro dos moradores, o prefeito José Fortunati afirma que o local diz que área de rompimento tem sinais de movimentação de pessoas. O diretor-geral do DEP, Tarso Boelter, também confirma a informação e
explica que a possibilidade de alagamentos na região levantou
discussões durante a semana entre técnicos de Porto Alegre e Alvorada,
por onde passa o Arroio Feijó. Boelter, diz que houve um pedido do
município vizinho para que o DEP abrisse uma comporta existente. A
solicitação buscava solucionar a cheia no manacial, causada pelas
recentes chuvas. Porto Alegre se opôs. — A abertura da comporta transferiria todo problema de Alvorada para
Porto Alegre. Por isso, foi acertado um bombeamento feito pela Corsan —
explica Boelter. Nesta semana, duas bombas que dragam a água do Rio Gravataí,
manancial que abastece o Feijó, começaram a funcionar. De acordo com o
prefeito de Alvorada, Sergio Maciel Bertoldi, foi acordado com o DEP a
vazão de água que seria transferida pelas bombas e se sabia que qualquer
outra atitude poderia alagar as casas. — Para nós é uma surpresa o que aconteceu. Se houve a interferência de alguém cabe uma investigação — aponta o prefeito. Enquanto as causas são estudadas, cerca de cem servidores da
prefeitura trabalham na reconstrução do dique, usando pedras em formato
de bola. Somente depois poderá ser feito todo o fechamento da estrutura,
com o uso de areia e caliças (restos de construção). Por causa da nova
previsão de chuva, o engenheiro Fausto Vasques, diretor de conservação
do DEP, acredita que os reparos continuarão ao longo da semana até que a
reconstrução definitiva fique pronta.
HOJE, 01 DE SETEMBRO Tempestade Tropical Kiko, com ventos de 112 km/h e deslocamento no sentido norte a 4 km/h com pressão atmosférica de 993 hPa. Tempestade Tropical Kiko Ventos de 96 km/h e deslocamento no sentido a 3 km/h, pressão atmosférica de 1000hPa, próximo ao México.
Chuvas da noite deixam carros submersos em João Pessoa
Segundo Aesa, choveu 95,6 milímetros na capital em um período de 8h. Já em Cabedelo, as precipitações somaram 101,6mm.
Do G1 PB
Carros ficaram submersos por conta das chuvas em alguns pontos de João Pessoa (Foto: Walter Paparazzo/G1)
As chuvas desta sexta-feira (30) trouxeram transtornos aos moradores de João Pessoa.
Em alguns pontos da capital paraibana, carros ficaram quase que
submersos em uma rua paralela à Epitácio Pessoa. De acordo com a Central
de Reclamações e Informações da Superintendência Executiva de
Mobilidade Urbana (Semob), às 8h20 o único ponto que registrava
congestionamento de veículo era a rotatória do Altiplano, no sentido
bairro-Centro. No entanto, pontos de lentidão de trânsito estavam sendo
registrados em várias vias da capital.
Segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa) da Paraíba,
entre as 23h de quinta-feira (29) até as 7h desta sexta-feira (30)
choveu 95,6 milímetros em João Pessoa. A medição do órgão também
registrou 101,6mm em Cabedelo, na região metropolitana da capital. Até
as 8h30, os dados de Campina Grande ainda não tinham sido fechados. De
acordo com a meteorologista Marle Bandeira, "estão previstas chuvas
ocasionais na faixa litorânea e esparsas no Agreste e Brejo do estado".
O coordenador da Defesa Civil municipal, Noé Estrela, informou que
apenas uma ligação foi registrada pelo órgão durante a madrugada.
Moradores da Comunidade Santa Bárbara acionaram o órgão por conta de
algumas casas estarem alagadas em virtude da obstrução de uma galeria de
águas pluviais. Até as 8h30 desta sexta-feira, uma equipe da Defesa
Civil estava no bairro São José monitorando a área.
“Podemos dizer que existem algumas casas alagadas por causa do
estreitamento do Rio Jaguaribe e por causa da formação de algumas
plantas”, explicou. Comunidades que apresentam riscos de desabamento de
barreiras, como a Saturnino de Brito e o Timbó também deverão receber a
visita da Defesa Civil municipal.
Ele garantiu que vai acionar outras secretarias, como a da
Infraestrutura (Seinfra), para solucionar o problema. “A ação da Defesa
Civil deve ocorrer em parceria com outros órgãos. Acreditamos que a
retirada do lixo do rio, que tem muito, e o corte da vegetação, irão
solucionar o problema”, completou.
Já em Campina Grande, a Defesa Civil registrou apenas um ponto de
alagamento, no bairro do Santa Rosa, segundo o coordenador Ruiter
Sansão. Também houve a queda de um teto de gesso em um prédio da
prefeitura, localizado no Terminal Rodoviário Cristiano Lauritzen, a
'Rodoviária Velha'. Não houve feridos. O Corpo de Bombeiros não
registrou chamados em Campina Grande.
30/08/2013 18h00
- Atualizado em
30/08/2013 18h00
Parte de teto de igreja desaba após chuvas e vento no interior da Bahia
Acidente foi na madrugada desta sexta-feira (30); ninguém se feriu. Mínima em Ibirataia chega aos 19º nesta sexta.
Do G1 BA
Apesar do susto, ninguém se feriu, segundo a polícia (Foto: Giro em Ipiaú)
Parte do teto da Igreja Batista Independente de Ibirataia,
a cerca de 350 km de Salvador, desabou na madrugada desta sexta-feira
(30). Segundo as informações da polícia, apesar do susto, ninguém se
feiru. A PM informou ainda que as primeiras informações indicam que a
chuva e o vento forte teria causado o acidente.
De acordo com as informasções do Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet), a mínima em Ibirataia nesta sexta pode chegar aos 19º, com
possibilidades de chuva a qualquer momento do dia.
Chuva e vento forte podem ter causado o acidente, segundo a polícia (Foto: Giro em Ipiaú)
'É a maior tragédia dos últimos anos em Porto Alegre', diz Defesa Civil
Rompimento de dique provocou alagamento no Sarandi, na Zona Norte. Secretário Ernesto Teixeira orienta moradores a abandonarem casas.
Do G1 RS
Cerca de 500 casas na Zona Norte de Porto Alegre estão alagadas, diz a Defesa Civil
(Foto: Vanessa Felippe/RBS TV)
O rompimento de cerca de seis metros no dique de contenção que represa
as águas do Rio Gravataí, que provocou o alagamento das vilas Asa
Branca, Brasília e Elisabete, no Bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre,
é a maior tragédia dos últimos anos em Porto Alegre, segundo Ernesto
Teixeira, secretário do Gabinete de Defesa Civil da capital. A água
continua subindo. Até o momento não há feridos, mas cerca de 500 casas
foram atingidas e os moradores tiveram que procurar abrigo.
"O que causou isso ainda não se sabe. Pode ter sido acidental ou
provocado por ação humana. Não tem como precisar. Mas isso inundou todo o
Bairro Sarandi. É a maior tragédia dos últimos anos na capital", disse à
Rádio Gaúcha o secretário da Defesa Civil.
Até o meio da manhã, os moradores atingidos pela cheia estavam sendo
encaminhados para a Igreja Santa Catarina. Como a enchente está chegando
ao local, os desabrigados estão sendo levados agora para a Escola
Liberato Salzano, também no Sarandi. A orientação da Defesa Civil aos
moradores do bairro é para juntar o que puder e abandonar as casas.
"Se a água estiver chegando ao pátio, é bom empilhar os objetos mais
valiosos e sair. A SMOV está com DMAE e o DEP tentando arrumar o rombo
no dique", disse o chefe da Defesa Civil.
Um novo boletim da Defesa Civil será divulgado ao meio-dia deste
sábado. Caminhões da prefeitura chegam ao local com pedras grandes. As
pedras são colocadas onde houve o rompimento para tentar diminuir o
fluxo da água.
Centenas de pessoas tiveram que abandonar casa
no Sarandi (Foto: Vanessa Felippe/RBS TV)
As doações estão sendo recebidas na Escola Municipal Liberato Vieira da
Cunha e nos postos do Mercado Público e da Fasc, na Avenida Ipiranga,
310. Voluntários da área da saúde podem se apresentar na Escola
Municipal Liberato Vieira da Cunha, na Rua Xavier de Carvalho, nº 274,
Bairro Sarandi.
As causas do acidente estão sendo apuradas. O trecho fissurado passa
por reconstrução com areia e brita. Como medida de segurança, a CEEE
interrompeu a transmissão de energia elétrica na região durante a noite e
o início da manhã, mas o fornecimento foi normalizado. Não há registro
de feridos.
Imagem das 11h de 31 de agosto, mostra tempo se instabilizando sobre o Rio Grande do Sul. Podem ocorrer temporais.
JORNAL ZERO HORA
Nuvens no céu 31/08/2013 | 05h02
Chuva ameaça recomeço no Vale do Sinos
Pode haver precipitações entre domingo e segunda-feira nas regiões das enchentes
Maria Clara Rodrigues (E) chorou na volta para casa, sexta-feira, em São Leopoldo
Foto:
Charles Dias / Especial
Depois da chuva que alagou bairros inteiros de cidades como São Leopoldo, Novo Hamburgo, São Sebastião do Caí e Esteio, as vítimas da enchente começam a tentar voltar à rotina. Mas pode haver nova precipitação entre domingo à noite e
segunda-feira, conforme a Somar Meteorologia, o que seria novamente
motivo de preocupação. — A área mais chuvosa no Estado para os próximos dias será a
Noroeste, principalmente em Santa Rosa. Na Grande Porto Alegre, deve
cair entre cinco milímetros e 10 milímetros no período. Para efeito de
comparação, entre os dias 23 e 28 de agosto, choveu 241 milímetros no
Litoral Norte, na região de Caraá, onde fica a nascente do Rio dos Sinos
— explica o meteorologista Gustavo Verardo, da Somar. Ele complementa: — Isto não vai acontecer desta vez. Cairá somente uma chuva leve. Se confirmado o volume reduzido de precipitação, será uma boa notícia
para a Defesa Civil e as prefeituras. Em São Leopoldo, os agentes de
saúde do município visitarão, a partir de segunda-feira, todas as
regiões atingidas para instruir a população na limpeza correta das
residências e contra a transmissão de doenças — os efeitos da
leptospirose aparecem de três a sete dias depois da contaminação. Defesa Civil fará arrecadação de roupas no fim de semana A campanha de vacinação em massa contra o tétano e a hepatite deve
continuar neste final de semana, no Centro de Eventos do município. Se a
chuva apertar, a prefeitura avisará, via Defesa Civil, a população das
áreas de risco para que saia de suas casas. Na mesma linha, a Defesa Civil do Estado vai armar uma megaoperação
de arrecadação de alimentos, roupas e materiais de higiene neste final
de semana, nos postos de arrecadação espalhados pelo Estado (redes de
supermercado Zaffari e concessionárias de veículos San Marino). Em Porto
Alegre, haverá postos de coleta de donativos na Usina do Gasômetro, no
Parque da Redenção e nos shopping centers Bourbon Ipiranga, Barra
Shopping Sul e Iguatemi. Aos atingidos desta semana, resta torcer para pouca ou nenhuma chuva.
Nos bairros Parque Imperatriz e Feitoria, em São Leopoldo, centenas de
moradores começam a contabilizar os prejuízos. Maria Clara Rodrigues, 41
anos, chorou após chegar em casa pela primeira vez depois de tê-la
abandonado, na segunda-feira, quando a chuva alcançou a janela. Na
sexta-feira, a moradora da Feitoria abriu a porta e viu um cenário
desolador. — Eu perdi tudo, não tenho mais casa. As madeiras estão todas podres.
Mal dá para abrir a porta. O sofá, minha cama, a estante, os armários,
tudo. Onde eu vou morar? — lamentou a operária de uma fábrica de bolsas,
ao lado da nora, Franciele Veríssimo Rodrigues, 21 anos. Franciele tentou consolá-la: — Fica tranquila, Clara. Podem ficar na nossa casa quanto tempo vocês quiserem. Nós vamos ajudar vocês.
Como se observa na imagem em movimento das 14h de 30 de agosto, continua a descer umidade da região equatorial e amazônica em direção ao sul. A previsão é de chuvas e trovoadas para o final de semana e segunda-feira no RS. No restante do Brasil, ar seco e quente continua a predominar.
Nem as águas dos rios baixaram e já se instabiliza sobre o RS agora a tarde. Imagens das 16h de 30 de agosto mostram as nuvens cirrus e cirrustratos cubrindo Porto Alegre e ao fundo o Guaíba sem ondas porque não há vento. Plano como um espelho.
DO CLIMATEMPO TEMPESTADES TROPICAIS NO PARÁ
Temporal em Belém
30 de agosto de 2013 às 15:52 por Josélia Pegorim
Nuvens
muito carregadas, formadas pelo calor e umidade alta, se desenvolveram
na tarde desta sexta-feira no nordeste do Pará. Estas nuvens provocaram
fortes pancadas de chuva com rajadas de vento em raios. O aeroporto de
Belém, capital do Pará, o aeroporto local registrou uma rajada de vento
de 64 km/h. Estas nuvens ainda podem se formar no fim de semana no
nordeste do Pará.
João Pessoa: metade da chuva de agosto em 24h
30 de agosto de 2013 às 11:46 por Josélia Pegorim
Áreas
de instabilidade se intensificaram sobre o litoral da Paraíba
espalhando nuvens carregadas que provocam grande volume de chuva nesta
sexta-feira. Na capital, João Pessoa,
em 24 horas choveu um pouco mais do que a metade do que normalmente
chove durante o mês de agosto. Entre 9h do dia 29 e 9h do dia 30 de
agosto, o Instituto Nacional de Meteorologia registou 103,2 mm. Este
volume de chuva corresponde a 51% da média de chuva para agosto em João Pessoa que é de 202 mm. O total acumulado no mês era de aproximadamente 230 mm, até 9 h do dia 30 de agosto. As áreas de instabilidade enfraqueceram no fim da manhã e a tendência
é de diminuição da chuva. Ainda chove de forma constante por mais
algumas horas, mas com fraca a moderada intensidade. As imagens de satélite mostram a diminuição da nebulosidade sobre a região de João Pessoa.
A
maior enchente do Rio Grande do Sul é considerada a de 1941, porém se
não houvessem os diques de contenção que existe em São Leopoldo hoje,
essa seria a maior.
ZERO HORA - DIÁRIO GAÚCHO
Enchente em São Leopoldo é a maior desde 1965
Prefeitura monta gabinete de gestão de crise e vai pedir decreto de emergência; escolas da rede pública fechadas
Ponte da BR-116 está apenas a 60 cm do nível da água do rio dos Sinos
Foto:
Charles Dias / Especial
Em uma reunião que terminou por volta das 12h desta quarta-feira, a
prefeitura de São Leopoldo montou um gabinete de gestão de crise contra a
enchente no Rio dos Sinos que ameaça boa parte dos bairros São Geraldo,
Independência e Rio dos Sinos. Membros do Corpo de Bombeiros, Brigada
Militar, segurança pública, assistência social, defesa civil, além do
próprio prefeito Aníbal Moacir da Silva, trabalharão no monitoramento
dos atingidos e dos prejuízos causados pela maior enchente desde 1965,
quando as cidades de São Leopoldo e Novo Hamburgo ficaram abaixo d'água.
— Em 1984, o rio chegou a um patamar semelhante, mas agora está
pior. Desde 1965, quando houve a tragédia, não vinha tanta água. Mas a
situação está se estabilizando — explicou Arno Kayser, presidente do
Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio dos Sinos, ressaltando que a
medição está estável nas últimas horas.
A prefeitura diz que no
ano de 1965, quando ainda não haviam sido construídos os diques de oito
metros de altura, que canalizam a água por 200 metros, o índice chegou a
6,48 metros. Caso os diques tivessem sido construídos, a enxurrada de
1965 atingiria 15 metros de altura. A enchente deste ano está com menos
da metade do volume d'água daquele ano. O último nível apontado no
início desta tarde marcou 6,15 metros.
O gabinete fará o
levantamento dos problemas oriundos da enchente e o enviará na manhã
desta quinta-feira para o Piratini. A expectativa, conforme a assessoria
da prefeitura de São Leopoldo, é que a situação de emergência seja
decretada no mesmo dia.
Não há aulas na rede municipal e estadual de ensino desde esta manhã. Só devem voltar na sexta-feira. A ponte 25 de julho,
que liga a zona norte da cidade ao centro de São Leopoldo, está fechada
desde a terça-feira à noite. Há três famílias desabrigadas e outras 500
famílias desalojadas no município.
Ponte da BR-116A
ponte que passa sobre o Rio dos Sinos na BR-116 está sob vigilância
cuidadosa da Polícia Rodoviária Federal e prefeitura de São Leopoldo. O
secretário de Segurança Pública e Defesa Comunitária, Carlos Alberto
Azeredo, afirma que a estrutura exige monitoramento.
— É a
estrutura que mais nos preocupa. Essa ponte é a menor de todas as que
passam pelo rio e fica justamente na BR-116. A água está a 60 cm de
chegar na rodovia, enquanto nas outras ainda há um espaço de 1,30 metro.
Se acontecer dessa água chegar aos carros que passam na BR-116, aí vai
ser um grande problema — disse.
Vale do Sinos29/08/2013 | 18h57
Moradores antigos dizem nunca terem passado por uma enchente semelhante
Nível da água em São Leopoldo deve demorar 72 horas para baixar
A prefeitura e o presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do rio dos Sinos confirmaram na última quarta-feira que a
enchente deste ano é a maior desde a de 1965. Em muitos bairros, a água
ainda não baixou. O tenente-coronel Alexandre Teixeira dos Santos,
coordenador regional da Defesa Civil na Área Metropolitana, explica que o
nível do Rio dos Sinos tem baixado 10 centímetros a cada 12 horas e que
o vento continua soprando do norte, o que ajuda a aumentar a vazão das
águas.
– Acredito que, em São Leopoldo, ainda leve 72 horas para
que o nível da água baixe ao ponto de aliviar as casas. Em Alvorada,
outra região bem crítica (é uma planície), pode levar até 10 dias –
estima o tenente-coronel.
Com a enchente, as milhares de
residências construídas nas últimas décadas às margens do rio nada mais
são que um cartão postal macabro de um lugar onde a maioria dos vizinhos
se conhecem e gostam de viver, por ser mais tranquila que outras
localidades de São Leopoldo. Os moradores da Feitoria dizem nunca ter
sofrido algo parecido como agora.
Na rua Afonso Schaeffel desde
1981, Maria Toledo Rosa, 58 anos, lamenta o prejuízo causado pela
chuvarada. A artesã havia alugado há uma semana o espaço onde ficava a
sua mercearia, uma construção anexa à sua residência. Ela estima o
prejuízo em R$ 5 mil. Maria Toledo garante que nunca passou pela sua
cabeça que fosse acontecer algo do tipo na sua propriedade.
— Eu
aluguei para um conhecido instalar uma lanchonete que vende xis. Tinha
deixado tudo lá. Freezers, geladeira, mesas, balcão de tortas. Não
imaginei que a água chegaria na minha casa. Na única vez que chegou
perto, em 2008, a água ficou a 2 cm de entrar pela minha janela. Dessa
vez, ela invadiu e eu fiquei com água pela cintura. Se soubesse que
chegaria, tinha tirado tudo do primeiro andar da casa e da nossa
construção do lado — afirma, apontando para a sua antiga mercearia, onde
os inquilinos se estabeleceriam.
A incredulidade demonstrada por
Maria Rosa se espalha pela região. A prefeitura de São Leopoldo e o
Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos já
disseram que nada parecido aconteceu desde 1965. E, apesar do sol forte,
moradores ainda lutam para minimizar os estragos. Em bairros como
Feitoria e Scharlau, a água passava de um metro de altura em diversas
ruas. Com carros inundados e amarrados a pilares, barcos eram os meios
de locomoção mais vistos em ação.
Moradora da mesma rua que a
“comadre” Maria Toledo, a dona de casa Celita da Fontoura, 54, ouviu o
alerta da Defesa Civil um dia antes da enchente chegar, o que ocorreu na
última terça-feira. No entanto, ela e a família não quiseram sair de
casa por acharem que era um “aviso desnecessário”.
— Estou aqui
há 20 anos. A água chegava no máximo no meu pátio em algumas situações,
mas nunca passou disso. Eu achei que era exagerado esse alerta de ter
que sair de casa porque nunca tinha ocorrido uma enxurrada no lugar onde
eu moro, e acabei ficando. Na madrugada de terça foi um horror. Perdi
tudo — disse, emocionada, a mulher.
A Associação de Moradores do
Bairro Feitoria contabiliza 300 famílias que tiveram que sair de suas
residências. Em São Leopoldo, o bairro São Borja, na borda da avenida
Imperatriz Leopoldina, também teve centenas de famílias desalojadas. O
19º Batalhão de Infantaria Motorizada de São Leopoldo, o 16º, da mesma
cidade, e o 13º, de Cachoeira do Sul, mobilizaram um efetivo de 100
soldados para ajudar no resgate e organizar as doações nos centros
comunitários onde algumas famílias estão abrigadas.
Tempestade Tropical Kong-Rey --
A décima quarta tempestade do Oceano Pacífico Noroeste nasceu no
Domingo(25) e neste momento esta com 72km/h próximo ao Norte do Taiwan,
seguindo em direção ao Japão. Simulações atmosfericas indicam diminuição
de intensidade ao longo do trajeto.
--Tempestade Tropical Juliette--
A Tempestade Juliette que se formou nesta quinta(29) está com ventos de
63km/h e passa pela Costa do México próximo as ilhas de La Poza e
Rosarito. Foram emitidos alertas amarelos para rajadas de ventos e
chuvas fortes na região, Juliette passou por San Lucas e La Paz.
Tempestade arranca árvores e destelha casas em Santarém
Temporal caiu na madrugada desta quinta-feira, 29. Prefeitura de Santarém informou que providencia medidas de segurança.
Do G1 PA
Tempestade destelhou casas em Santarém. (Foto: Reprodução/ TV Tapajós)
A forte chuva desta madrugada de quinta-feira (29), provocou muitos estragos em Santarém,
oeste do Pará. Telhas, cercas e fiação elétrica foram arrancadas.
Árvores caíram e algumas casas ficaram totalmente destruídas. Moradores
ficaram assustados.
Na residência de madeira, onde Manoel Vieira é caseiro, parte da parede
e do telhado foram arrancados. Os esteios de sustentação ficaram
comprometidos, prestes a desabar. “Pensei que ia morrer todo mundo. Eu
tava deitado na cama e ele [temporal] me jogou na parede. Foi muito
rápido, mas destruiu tudo”.
Mochila foi lançada para cima de árvore.
(Foto: Reprodução/ TV Tapajós)
O autônomo Moacir Pimentel contou que viu o telhado de casa ser levado
pelos fortes ventos. “Tava chovendo e eu tava acordado quando de repente
a gente escutou o estalo grande, aí foi só aquela correria, a mulher
grávida e tudo. Acho que era aquele furacão que sai rodando. Ele pegou e
jogou o telhado. Arrancou de baixo pra cima. Até agora a gente tá em
pânico”,
Muitos objetos foram jogados a metros de distância. Uma mochila
amanheceu nos galhos da árvore e uma moto foi arrastada. Na família do
pedreiro Roberto dos Santos Lira, crianças ficaram feridas após serem
atingidas pelos objetos. “A cômoda ficou por cima do meu filho, e eu
tive que tirar ele debaixo, chorando, no escuro. Foi horrível”, completa
Roberto.
Caixa d'água foi destroçada.
(Foto: Reprodução/ TV Liberal)
“Não era um vento comum. No momento em que a gente se deparou tava sem
telha. Aí fomos para casa da minha sogra com a criança procurar um
lugar. Só Deus para nos dar força nesse momento”, conta a esposa de
Roberto, Juliana Branches.
A Defesa Civil do município foi ao local e fez o levantamento dos
prejuízos. Segundo a representante da equipe, todos foram surpreendidos
com o fenômeno. “Vamos analisar a situação. Algumas residências vão ser
desmanchadas porque corre o risco de desabar”, destacou a representante
da Defesa Civil, Eliene Amaral.
O prefeito de Santarém, Alexandre Von informou que as medidas já estão
sendo tomadas. “Nós já providenciamos aquisição de madeiras para
telhados de telhas, dá o suporte mínimo emergencial nesse momento para
aquelas famílias”. A secretaria de Agricultura do município (SEMAP) irá
resolver o problema do sistema de água de mais de 60 famílias que está
danificado. “No sentido de restabelecer o funcionamento da água, assim
como em outros bairros tiveram casos isolados, a Defesa Civil, a Semtras
e a Secretaria de Infraestrutura juntas estão atuado no sentindo de
minimizamos os serviços”, declara o prefeito Alexandre Von.
Cerca foi derrubada pela forte chuva. Moradores ficaram assustados. (Foto: Reprodução/ TV Tapajós)
Imagem das 17h de 29 de agosto. Importante fenômeno que eu observo, é que há dificuldade na formação dos furacões no Caribe nesse ano até o momento, e isso se deve a um "deslocamento" das nuvens para o hemisfério sul, tanto no Caribe/Atlântico como no Pacífico Central. Com isso, tem se intensificado as frentes frias na América do Sul, causando enchentes e muita neve. Em baixo ao lado, vemos as chuvas ocorridas hoje e confirmam isso, pois vemos chuvas nos dois extremos da América do Sul.
Imagem de 29 de agosto, mostra que instabilidades estão mais sobre o sul da Europa onde também está mais quente. Abaixo a previsão para o dia 29 de agosto.
Temperaturas do Mar Negro e Mediterrâneo que estão mais quentes, influenciam o clima com mais chuvas e calor.
¿Dónde esta el verano frío de 2013, como pronosticaba un canal francés de meteo? A finales de julio y principios de agosto,
temperaturas inusualmente altas dominaron Europa, desde el Mar
Mediterráneo al norte de Escandinavia y las Islas Británicas. El mapa
muestra las temperaturas entre 16 de julio y 11 de agosto de 2013 en
comparación con el promedio de 1981 a 2010 durante el mismo tiempo de
año. El mapa se basa en datos de reanálisis del Centro Nacional de
Predicción Ambiental de la NOAA. (Un “nuevo análisis” es una
reconstrucción perfecta de la climatología o clima del pasado con un
modelo coherente de previsión meteorológica y las observaciones u otros
datos de entrada del modelo que podrían no haber estado disponibles en
el momento.)
Las temperaturas superiores a la media aparecen de color rojo, y las
áreas con temperaturas inferiores a la media aparecen en azul. Uno de
los países especialmente afectados por la ola de calor de 2013 fue de
Austria. Citando el servicio meteorológico de Austria, informó que las
temperaturas alcanzaron o superaron los 40 ° C (104 ° F) el 8 de agosto,
superando el récord del país para una alta temperatura diaria.
Condiciones sofocantes en agosto siguieron las temperaturas que eran
casi tan altas como en el mes anterior. El Análisis Global del NCDC de julio 2013 informó que Austria
experimentó su segundo julio más caluroso, empatando con julio de 1983,
pero detrás de julio de 2006. La temperatura promedio nacional fue de
2.2 ° C por encima del promedio 1981-2010. La Alta Austria y Salzburgo
establecieron nuevos récords de temperatura máxima el 28 de julio. Julio 2013 no fue sólo segundo más cálido de Austria, sino también su
julio más seco desde los registros nacionales de precipitaciones, que
comenzaron en 1858, informó el NCDC. A nivel nacional, la precipitación
fue de sólo el 35 por ciento de la media de 1981 a 2010, y en algunas
partes del país, recibió tan sólo el 5 por ciento de la precipitación
normal para julio. Las condiciones de calor también afectaron a otras partes de Europa,
según el informe del NCDC. Julio de 2013 fue el tercero más cálido en
Reino Unido desde que los registros comenzaron en 1910, con temperaturas
de 1.9 ° C por encima del promedio 1981-2010. Julio 2013 fue también
en España el quinto más caluroso desde que los registros comenzaron en
1961, con temperaturas de 1.6 ° C por encima del promedio 1971-2000. El
1 de agosto, las temperaturas habían aumentado por encima de los 38 ° C
a través de partes de Hungría, Suiza, Italia, la República Checa, y
partes de la antigua Yugoslavia.
Relatório indica que todo o Brasil deverá ficar ao menos 3ºC mais
quente até o fim do século; chuvas podem aumentar 30% no Sul-Sudeste e
diminuir até 40% no Norte-Nordeste
Os
cientistas familiarizados com a obra do historiador inglês marxista
Eric Hobsbawm, falecido no ano passado, bem que poderiam tomar
emprestado o título de seu livro dedicado às transformações
político-econômicas do século XX e empregá-lo para descrever o cenário
climático previsto para o Brasil das próximas décadas. Se o assunto são
as mudanças climáticas, a era dos extremos (nome do livro de Hobsbawm)
apenas se iniciou e, segundo os pesquisadores, veio para ficar por um
bom tempo. Em razão do aumento progressivo da concentração de gases de
efeito estufa – em maio passado, os níveis de dióxido de carbono (C02)
atingiram pela primeira vez na história recente da humanidade as 400
partes por milhão (ppm) – e de alterações na ocupação do uso do solo, o
clima no Brasil do final do século XXI será provavelmente bem diferente
do atual, a exemplo do que deverá ocorrer em outras partes do planeta.
As projeções indicam que a temperatura média em todas as grandes
regiões do país, sem exceção, será de 3º a 6ºC mais elevada em 2100 do
que no final do século XX, a depender do padrão futuro de emissões de
gases de efeito estufa. As chuvas devem apresentar um quadro mais
complexo. Em biomas como a Amazônia e a caatinga, a quantidade estimada
de chuvas poderá ser 40% menor. Nos pampas, há uma tendência de que
ocorra o inverso, com um aumento de cerca de um terço nos índices gerais
de pluviosidade ao longo deste século. Nas demais áreas do Brasil, os
modelos climáticos também indicam cenários com modificações
preocupantes, mas o grau de confiabilidade dessas projeções é menor.
Ainda assim, há indícios de que poderá chover significativamente mais
nas porções de mata atlântica do Sul e do Sudeste e menos na do
Nordeste, no cerrado, na caatinga e no pantanal. “Com exceção da costa
central e sul do Chile, onde há um esfriamento observado nas últimas
décadas, estamos medindo e também projetamos para o futuro um aumento de
temperatura em todas as demais áreas da América do Sul”, diz José
Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que
trabalha com projeções futuras a partir de modelos regionais do clima.
“A sensação é de que as estações estão meio ‘loucas’, com manifestações
mais frequentes de extremos climáticos.”
A expressão significa que os brasileiros vão conviver tanto com mais
períodos de seca prolongada como de chuva forte, às vezes um após o
outro. Isso sem falar na possibilidade de aparecimento de fenômenos com
grande potencial de destruição que antes eram muito raros no país, como o
furacão Catarina, que atingiu a costa de Santa Catarina e do Rio Grande
do Sul em março de 2004. Nas grandes áreas metropolitanas, e mesmo em
cidades de médio porte, o avanço do concreto e do asfalto intensifica o
efeito ilha urbana de calor, tornando-as mais quentes e alterando seu
regime de chuvas.
Imagem de satélite do furacão Catarina perto da costa da região Sul: fenômeno bem raro no país
Esse quadro faz parte do mais completo diagnóstico já produzido sobre
as principais tendências do clima futuro no país: o primeiro relatório
de avaliação nacional (RAN1) do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas
(PBMC), criado em 2009 pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Entre 9 e 13 de setembro, o
relatório será divulgado durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças
Climáticas Globais, organizada pela FAPESP. Concebido nos moldes do
Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em
inglês) das Nações Unidas, que, aliás, vai divulgar a primeira parte de
seu quinto relatório no final de setembro, o PBMC reuniu 345
pesquisadores de diversas áreas para formular uma síntese inédita do
estado da arte da produção científica nacional sobre o tema.
O RAN1 é dividido em três partes, cada uma elaborada por um grupo de
trabalho distinto. A primeira traz as principais conclusões de estudos
feitos entre 2007 e o início deste ano que mostram a ocorrência das
mudanças climáticas no Brasil. A segunda detalha os impactos das
alterações climáticas no país, realçando vulnerabilidades e medidas de
adaptação à nova realidade. A terceira indica formas de reduzir as
emissões de gases de efeito estufa no território nacional (ver reportagem na página 22 sobre a segunda e a terceira partes do documento).
“Fizemos uma compilação crítica dos dados produzidos pelos estudos mais
recentes”, explica o meteorologista Tércio Ambrizzi, da Universidade de
São Paulo (USP), um dos coordenadores do primeiro grupo de trabalho do
PBMC sobre a produção científica nacional. “Há regiões do país, como o
Centro-Oeste, sobre as quais quase não há estudos. Também temos pouca
pesquisa sobre o paleoclima no Brasil.”
A maioria dos trabalhos sobre esse tema analisa o pólen fossilizado
de plantas do território nacional e apresenta datação de qualidade
irregular, segundo os especialistas. “Pesquisas sobre como era o clima
do passado na costa do Atlântico em torno do Brasil são ainda mais
raras”, afirma o paleoceanógrafo Cristiano Chiessi, da USP Leste, um dos
autores do relatório. “Precisamos investir nesse tipo de estudo para
sabermos o que é variação natural do clima e o que é decorrente da ação
humana.” Um modelo climático brasileiro
A divulgação do relatório do PBMC marca a incorporação de uma
sofisticada ferramenta para melhorar o entendimento do clima e fazer
projeções no país. O Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (Besm, na
sigla em inglês) é um conjunto de programas computacionais que permite
simular a evolução dos principais parâmetros do clima em escala global.
“O Brasil é hoje o único país do hemisfério Sul a contar com um modelo
próprio”, diz Paulo Nobre, do Inpe, um dos coordenadores do Besm. “Isso
nos dará uma grande autonomia para realizar as simulações que sejam de
nosso maior interesse.” Com o Besm podem ser feitas, por exemplo,
projeções sobre prováveis efeitos no clima no Brasil ocasionados por
alterações na circulação oceânica do Atlântico Tropical e nos biomas do
país. A Austrália também estava criando um modelo climático próprio, mas
preferiu juntar seus esforços aos do Centro Hadley, do Reino Unido. O
modelo brasileiro está sendo desenvolvido desde 2008 por pesquisadores
de diversas instituições que integram o Programa FAPESP de Pesquisa em
Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), a Rede Brasileira de Pesquisa em
Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) e o Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC).
Como
qualquer programa de computador, o Besm é uma obra aberta, a ser
aprimorada continuamente. Sua construção visa não somente a dotar o país
de um modelo que seja o estado da arte para representar o sistema
terrestre, mas também contribuir para a formação de uma nova geração de
cientistas capazes de manejar um poderoso instrumento dedicado à
previsão climática. A versão atual do Besm – que roda no supercomputador
Tupã da Rede Clima/PFPMCG, instalado na unidade do Inpe de Cachoeira
Paulista – já permite reproduzir vários fenômenos do clima global e
regional e prever cenários futuros. O modelo consegue, por exemplo,
reconstituir a ocorrência dos últimos El Niños e estimar o retorno desse
fenômeno climático. O El Niño é o aquecimento anormal das águas
superficiais do Pacífico Equatorial, uma alteração oceânica e
atmosférica que afeta o regime de chuvas em boa parte do planeta. No
Brasil tende a provocar secas na Amazônia e no Nordeste e intensificar a
pluviosidade no Sul. Simulações feitas com o Besm mostraram que o
hipotético desmatamento total da Amazônia aumentaria a intensidade dos
El Niños e reduziria a precipitação anual sobre a região Norte em até
40%.
Os cenários climáticos gerados pelo Besm foram aceitos neste ano pela
iniciativa internacional que reúne os dados produzidos pelos 20 modelos
globais até agora desenvolvidos, a fase 5 do Projeto de Intercomparação
de Modelos Acoplados (CMIP5, na sigla em inglês). Eles inauguram a
participação do Brasil no IPCC como nação fornecedora de projeções em
escala planetária das mudanças climáticas. As projeções geradas pelo
modelo nacional serão utilizadas para a elaboração do quinto relatório
sobre mudanças climáticas do IPCC.
O Besm ainda não fornece cenários tão detalhados como os gerados por
outros modelos globais e mesmo pelo modelo regional do Inpe, que enfoca o
clima na América do Sul e serviu de base para boa parte das projeções
do primeiro relatório do PBMC. Sua resolução espacial é de 200 por 200
quilômetros, enquanto a do modelo regional do Inpe, que por ora roda
“dentro” do modelo global do Centro Hadley, é usualmente de 40 por 40
quilômetros e pode chegar a 5 por 5 quilômetros. Apesar de estar em seus
primórdios, o Besm já produz simulações que traçam um panorama das
variações climáticas previstas para ocorrer no Brasil nos próximos 30
anos. Pesquisa FAPESP publica em primeira mão os resultados de
uma simulação inédita que mostra como a temperatura média anual da
atmosfera pode variar em todos os estados do país até 2035, com base nos
primeiros resultados da versão mais recente do modelo Besm. Os dados
indicam um Brasil mais quente em quase todas as latitudes. “Esse é o
primeiro resultado de cenário de aquecimento global futuro realizado
integralmente no país, sem depender das simulações obtidas por modelos
de outros países”, comenta Paulo Nobre, também um dos autores do RAN1.
Se a taxa de CO2, principal gás responsável por intensificar o efeito
estufa, mantiver a tendência atual e atingir os 450 ppm daqui a três
décadas, a temperatura média anual na maior parte do território
nacional, em especial nas áreas mais distantes da costa, deverá se
elevar até 1ºC. Apenas no Sul do país e em áreas setentrionais da região
Norte a temperatura apresenta tendência a se manter estável ou até
diminuir ligeiramente. “Esse resultado inicial leva em conta as
contribuições das tendências de ajuste de longo tempo da circulação
oceânica global e do aquecimento atmosférico decorrente do aumento
moderado de CO2 em escala planetária”, explica Paulo Nobre. “São
resultados preliminares. Precisamos rodar o modelo mais vezes para ter
um grau maior de confiabilidade dos resultados e, assim, podermos falar
mais especificamente de tendências climáticas para um estado ou uma área
menor.”
As previsões do Besm para a parte mais meridional do país são as
únicas que não concordam totalmente com as feitas pelo modelo regional
do Inpe, que projeta uma discreta elevação de temperatura na região Sul
até 2040. Até o final do século, no entanto, a maioria das projeções
sinaliza que o Rio Grande do Sul vai seguir a mesma tendência das demais
partes do país e se tornar mais quente. Com o aumento contínuo do CO2, a
passagem do tempo faz os modelos registrarem uma elevação progressiva
das temperaturas e exacerba a possibilidade de ocorrer mais ou menos
chuva numa região. O tamanho da gota de chuva
A versão mais recente do Besm conseguiu contornar, em parte, uma grande
limitação da modelagem climática: prever com razoável nível de exatidão a
pluviosidade na Amazônia, um traço determinante da região Norte sem o
qual uma floresta tropical tão densa e exuberante não se sustenta a
longo prazo. Na região Norte chove anualmente entre 2.500 e 3.400
milímetros, mais ou menos o dobro do que no Centro-Oeste, onde a
vegetação típica é o cerrado, com predomínio de gramíneas e presença
esparsa de pequenas árvores. “Todos os modelos climáticos globais
subestimam a chuva que cai na região amazônica”, diz Paulo Nobre.
Chuva na Amazônia: leste da região Norte pode ser a mais atingida por uma possível redução nos níveis de pluviosidade
A melhoria na previsão de pluviosidade sobre a floresta amazônica foi
obtida pela introdução de aprimoramentos sucessivos no componente
atmosférico do Besm, com destaque para a revisão de um parâmetro: o
tamanho médio do raio das gotas de chuva representadas nas nuvens
geradas pelo modelo. Antes as gotas de chuva simuladas pelo Besm tinham
raio médio de 1 milímetro. Agora adotam o valor de 1,4 milímetro. “O
modelo climático norte-americano CAM5, do NCAR (Centro Nacional para
Pesquisa Atmosférica) já usava esse valor médio de raio, mas os
resultados de suas projeções não corrigiram os totais pluviométricos
sobre a Amazônia de forma tão satisfatória como ocorreu com nosso
modelo”, afirma Paulo Nobre. “Ainda não simulamos com perfeição as
chuvas. No entanto, isso nenhum modelo climático faz por enquanto.”
Com as modificações introduzidas, o Besm deu um salto de qualidade.
Passou a simular melhor a formação dos ventos alísios que levam umidade à
Amazônia. Começou a registrar de forma mais adequada a variação de
temperatura do mar entre o Brasil e a África. Conseguiu ainda reproduzir
um importante mecanismo climático conhecido como Zona de Convergência
do Atlântico Sul, que regula a formação de chuvas no Sudeste e sul do
Nordeste. Formado por um conjunto de nuvens que pode se estender por até
5 mil quilômetros de extensão, orientado no sentido noroeste-sudeste, a
zona de convergência cruza o litoral brasileiro entre 18 e 25 graus de
latitude sul.
A diferença de desempenho tem uma explicação razoavelmente simples.
Cada modelo é composto por partes menores que tentam reproduzir o
funcionamento dos grandes componentes do clima, como a atmosfera, os
oceanos, a ocupação do solo e sua vegetação, o gelo do globo. Uma série
de dados e equações particulares faz cada componente funcionar de uma
maneira única e interagir com as demais partes do modelo. Por isso, ao
mexer num parâmetro como o raio médio das gotas de água na cobertura de
nuvens, um modelo pode melhorar seu desempenho enquanto outro pode
piorar ou não apresentar mudança significativa. “Os modelos têm mais
dificuldade de fazer projeções de chuvas do que temperatura”, comenta o
físico Alexandre Costa, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), um dos
autores do capítulo sobre nuvens e aerossóis (conjunto de diminutas
partículas sólidas ou líquidas em suspensão num gás) do primeiro
relatório do PBMC. “De acordo com o tamanho da gota de uma nuvem, pode
ocorrer mais ou menos chuva.” A favor de uma rede de dados ambientais
Para o físico Paulo Artaxo, da USP, um dos maiores especialistas no
processo de formação de aerossóis, o primeiro relatório do PBMC servirá
para o Brasil identificar áreas ainda carentes em termos de pesquisa,
além de fornecer um panorama sobre os estudos a respeito das mudanças
climáticas. “Temos um longo caminho a percorrer”, afirma Artaxo, membro
do conselho diretor do PBMC. “O IPCC tem 20 anos e está indo para seu
quinto relatório. Ainda não temos massa crítica de cientistas e falta
gente para tocar algumas áreas importantes.” O físico alerta que o
Brasil ainda não conta com uma rede nacional para coleta sistemática de
dados ambientais mais sofisticados do que somente medidas de temperatura
e pluviosidade. Na Amazônia há 12 torres que registram as trocas de
carbono e energia entre a floresta e a atmosfera e medem propriedades de
outros ciclos biogeoquímicos, uma iniciativa mantida pelo Programa de
Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia (LBA), uma bem-sucedida
parceria que há mais de duas décadas une pesquisadores do país e do
exterior. Fora da região Norte existem poucas torres no território
brasileiro, entre as quais uma no pantanal, outra no cerrado, uma
terceira nos pampas e uma no interior paulista. “Essa estrutura de
pequena escala não permite fazer uma radiografia nacional, por exemplo,
das emissões e da captura de C02 atmosférico”, diz Artaxo. “Na Europa e
Estados Unidos há centenas de torres que fornecem uma radiografia do que
está acontecendo com o funcionamento dos ecossistemas em decorrência
das mudanças climáticas.”
Para o climatologista Carlos Nobre, secretário de Políticas e
Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI e presidente do PBMC, os
dados disponibilizados pelo Painel Brasileiro servem para guiar as
políticas públicas de adaptação e mitigação das mudanças climáticas. “O
trabalho do painel não se encerrará com esse primeiro relatório de
avaliação, mas continuará e se tornará cada vez mais relevante”, afirma
Carlos Nobre. n Projeto
Brazilian model of the Global Climate System (nº 2009/50528-6); Modalidade Projeto Temático PFPMCG/Pronex FAPESP; Coord. Carlos Nobre/Inpe; Investimento R$ 571.200,00.
REVISTA PESQUISA FAPESP
Aquecimento global: adaptação a um clima antropogênico
Marina Dall'Anese*
Nos últimos anos temos presenciado a quebra de recordes históricos de
temperaturas em diversas partes do mundo, com registros de picos de altas e
baixas temperaturas. O mesmo pode-se dizer dos índices de umidade relativa do
ar, que colocam municípios em estado de alerta devido ao ar muito seco. Estes
são alguns dos fenômenos que terão sua frequência e intensidade aumentadas com
o avanço das alterações climáticas derivadas de ações humanas, ao qual
denominamos de clima antropogênico.
A onda de frio que atingiu o Brasil no mês de julho, mesmo
tendo um caráter natural, já que fenômenos semelhantes têm ocorrências comuns
durante o inverno, provavelmente teve sua intensidade aumentada devido às
alterações nas correntes atmosféricas, alteração esta ocasionada pelo
aquecimento global. O mesmo pode-se dizer da onda de calor que está causando
mortes e prejuízos na Europa e na Ásia.
Quando uma região sofre por alguns dias com temperaturas
muito maiores ou menores do que a média para a época, a população sofre com desconfortos.
No entanto, quando esse quadro se instala por tempo maior, os danos refletem-se
diretamente na falta de estrutura para suportar tais condições, causando
prejuízos econômicos (principalmente relacionados à agricultura), de saúde e
até mesmo mortes. Se as diversas previsões feitas sobre as consequências do
aquecimento global se concretizarem, como está acontecendo, é este cenário
preocupante que se instalará em diversas regiões do planeta.
As alterações climáticas proporcionam ainda a ocorrência de
outros fenômenos naturais que afetam a sociedade humana, como o derretimento
das calotas polares - que está diretamente relacionado ao aumento do nível dos
oceanos. A combinação destes fatores ocasionará consequências catastróficas
relativas aos ecossistemas naturais deles dependentes, mas também irá obrigar
milhões de pessoas a migrarem de suas casas, cidades e mesmo países em busca de
condições apropriadas de sobrevivência - exigindo que medidas sejam adotadas
para suprir as necessidades básicas desses refugiados ambientais que, segundo a
Organização Internacional para as Migrações da ONU, em 2050 haverá até 1 bilhão
destes refugiados.
Estima-se que o aquecimento global ocasionará ainda impactos
diretos e indiretos na saúde. Morbidade e mortalidade ocasionadas pelas ondas
de calor e de frio e pela redução drástica da umidade, por exemplo, são
consequências diretas do aquecimento global. O aumento da intensidade de
enchentes – relativo ao aumento da temperatura em certas regiões do planeta -
poderá significar elevação na intensidade de doenças infecciosas, especialmente
aquelas com ciclo de transmissão dependente da água. Outros exemplos são a
possibilidade de aumento da incidência de desnutrição, devido às perdas de
produtividade na agricultura, e aumento de casos de estresse pós-traumático em
pessoas que presenciaram a ocorrência de eventos extremos.
Mas, diante de todas essas perspectivas negativas
relacionadas à saúde e sobrevivência humana, o que pode ser feito? Uma das
diretrizes do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, na
sigla em inglês) sobre as mudanças climáticas, além da redução das emissões de
gases de efeito estufa, é a adaptação. Precisamos nos preparar para sobreviver
às condições climáticas que ajudamos a instalar. Isso significa que as
previsões de alterações devem ser levadas em conta em todas as políticas
públicas, desde as relativas à saúde pública, passando pelas de moradia e
suprimento de necessidades básicas, até aquelas referentes à produção agrícola.
Há ainda um agravante: como em diversas outras situações, as
consequências do aquecimento global não serão distribuídas equitativamente mas
concentradas em regiões do mundo com altos índices de pobreza, como em certos
países em desenvolvimento no Pacífico Sul, e atingirão principalmente a parcela
mais pobre da população, residente em áreas de risco e com acesso a sistemas de
saúde, alimentação e moradia precários.
Sendo assim, a adaptação às novas condições climáticas será
efetiva quando tiver um caráter intersetorial, que permita uma visão holística
da situação, considerando todos os possíveis riscos, ações de mitigação para os
mesmos e enfoque nas regiões que mais sofrerão com as alterações. Deverá ainda
se preocupar com os movimentos migratórios e com o suprimento de serviços
básicos aos refugiados, tendo em vista uma distribuição mais igualitária de
recursos e insumos, em que as diferenças sociais sejam menos exacerbadas. Assim
esperamos.
* Marina Dall’Anese, gestora ambiental pela USP, é analista
de negócios da www.neutralilzecarbono.com.br e consultora da www.greendomus.com.br.
Imagem das 10h de 29 de agosto, mostra que massa de ar polar chega até Minas Gerais na Região Sudeste do Brasil causando geadas. 28/08/2013 20h37
- Atualizado em
28/08/2013 20h37
Geada causa surpresa em Valparaíso e prejuízo no campo para agricultores
Plantações não suportaram a queda brusca de temperatura. Combinação da baixa temperatura e a alta umidade favorece gelo.
Do G1 Rio Preto e Araçatuba
O frio registrado nas últimas madrugadas na região noroeste paulista
não causou apenas surpresa aos moradores, tão acostumados com o calor. O
frio gerou também prejuízo no campo, onde a combinação de temperaturas
muito baixas e umidade em elevação resultou em geada em algumas cidades
e plantações inteiras foram perdidas.
O produtor Damião Ferreira de Souza levou um susto quando viu a roça de feijão pela manhã. Dois hectares da plantação, em Valparaíso
(SP) estão perdidos por causa da geada. As plantas estavam na época da
florada e a colheita seria feita em setembro, um prejuízo de mais de R$ 5
mil. Ele também perdeu duas toneladas da colheita de melão e melancia.
A plantação não suportou a queda brusca de temperatura, resultado de
uma frente fria que chegou a região no começo da semana. Em Valparaíso,
os termômetros da estação meteorológica de uma faculdade marcaram 0ºC.
A combinação da baixa temperatura e a alta umidade de ar, que madrugada
estava em 90%, favoreceu a formação dos cristais de gelo, que queimam a
parte externa e congela o interior da planta. O efeito climático
atingiu outras propriedades. O empresário Jean Carlos de Oliveira perdeu
50 hectares de pastagem, destruídos pela geada.
O frio também foi sentido em outras cidades. O clima transformou a paisagem de São José do Rio Preto
(SP). Durante a manhã desta quarta-feira (28) foram registrados 8ºC e a
umidade do ar provocou neblina. Uma fina camada de gelo também se
formou sobre a grama. Em Araçatuba (SP) a temperatura foi ainda mais baixa e chegou a 5ºC.
Cristais de gelo queimam a parte externa e congela interior da planta (Foto: Reprodução / TV Tem)
Publicado em
28 de Agosto de 2013, ás 09h37min
Geada volta a ocorrer nas baixadas em Apucarana
No município a mínima foi de 2ºC e a sensação térmica chegou a -0,5ºC
As baixas temperaturas
registradas no Paraná desde o início da semana chegaram aos menores
níveis nesta quarta-feira (28). Segundo o Instituto Simepar, uma massa
de ar frio avança entre o norte da Argentina e o sul do Brasil
fazendo com que as temperaturas atinjam seus menores valores para esta
semana em algumas regiões do Estado e propiciando a formação de geadas.
A menor temperatura registrada no Estado
ocorreu em Pinhão, que atingiu a mínima recorde do ano com -3,9ºC. Em
Toledo e Curitiba, as mínimas ficaram em -2,7ºC, -0,4ºC,
respectivamente. Em Campo Mourão e Guarapuava as sensações térmicas
chegaram a -5ºC e -6ºC.
Em Apucarana voltou a gear nas baixadas. No município a mínima foi de
2ºC e a sensação térmica chegou a -0,5ºC entre as 6 e 7h da manhã. A
máxima prevista para esta quarta-feira na cidade é de 22ºC.
De acordo com o Simepar, apesar das temperaturas baixíssimas não há
possibilidade de neve no Estado. Para quinta-feira (29) a previsão é de
mais geadas em quase todo o Paraná. Somente o Litoral não deve
apresentar o fenômeno. Por lá, foram registradas as maiores temperaturas
do amanhecer desta quarta, com 8,4ºC em Paranaguá e 8,2ºC em Guaratuba.