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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

22/07/13 16:00 - Geral

Combate à mudança climática é última prioridade, diz estudo

Denise Luna/Folhapress


O combate ás mudanças climáticas está no fim da lista das prioridades dos jovens brasileiros de 19 a 25 anos, revelou estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta segunda-feira (22).
 
De acordo com o estudo, assim como vem se assistindo nas manifestações de rua, educação de qualidade, com 85,2%, e melhoria dos serviços de saúde, com 82,7%, são as principais preocupações da juventude brasileira, enquanto o combate a mudanças climáticas aparece como prioridade para apenas 7,3% dessa faixa etária.
 
Governos honestos e atuantes ficaram em quarto lugar, com 63,5% dos entrevistados, atrás de alimentos de qualidade, com 70,1%. Em maio de 2013, o Ipea entrevistou mais de 10 mil pessoas para a pesquisa.
 
51 milhões
 
O Ipea identificou também que 51 milhões de pessoas estão na faixa entre 15 a 29 anos. Este número representa 26% da população total.
 
Segundo o Ipea, o patamar de 50 milhões deverá ser mantido até 2022, quando começará o declínio dessa população, a uma velocidade maior do que a média mundial. A partir de 2023 até 2042 a previsão é de decréscimo de 12,5 milhões de jovens no país.
 

Mudanças climáticas não põem em risco a existência da Terra, diz cientista

O rápido aumento da temperatura da Terra, observado no período atual, representa uma ameaça mais para a humanidade em si do que para o planeta, que já passou e sobreviveu a diferentes períodos de mudanças climáticas. A avaliação foi feita pelo climatologista Ulrich Glasmacher, professor da Universidade de Heidelberg, da Alemanha, na conferência que proferiu sobre aspectos geológicos e sociais das mudanças climáticas mundiais na semana passada, durante a 65ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Recife (PE).
De acordo com o pesquisador alemão, o planeta experimenta períodos de frio seguidos de ondas de calor há cerca de 450 milhões de anos. “O Cretáceo (há mais de 100 milhões de anos), por exemplo, foi um dos períodos mais quentes da Terra nos últimos 600 milhões de anos”, disse Glasmacher.

Os níveis de emissão de CO2 na atmosfera naquela época também eram muito altos, como pode ser observado em estudos com fósseis de formigas – inseto que respira o ar e, em seguida, expira o oxigênio, retendo um nível muito alto de CO em seu organismo –, explicou o pesquisador.

Há poucos dados, no entanto, sobre a atividade do Sol naquele período, que influencia a temperatura da Terra e poderia fornecer pistas de como será o clima do planeta no futuro, disse Glasmacher. “O que podemos dizer é que, toda vez que houve um período muito frio [de glaciação] na Terra, ele foi sucedido por um período muito quente”, afirmou.

As mudanças climáticas pelas quais a Terra passou, contudo, não colocaram em risco a sua existência e não causaram o desaparecimento em massa de espécies, ressaltou Glasmacher.

Segundo ele, nenhuma das extinções em massa ocorridas no planeta foi causada por mudanças climáticas, mas sim por vulcões, mudanças nas placas tectônicas, meteoritos ou cometas. E, em todos os casos, o planeta sobreviveu.

“Qualquer cenário previsto como fatal para o planeta é mentiroso e tem o objetivo de causar medo. Por mais devastador que as mudanças climáticas possam ser, a vida e o planeta vão sobreviver sem nós, humanos”, disse.

“O planeta fez isso no passado, quando os dinossauros foram extintos, e a vida na Terra continuou nos bilhões de anos seguintes. A questão, agora, é se a humanidade conseguirá sobreviver às mudanças climáticas globais”, ponderou.

Risco de extinção

Na avaliação de Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o risco de as mudanças climáticas causarem o desaparecimento do homem no planeta é, de fato, muito pequeno, uma vez que os humanos desenvolveram capacidades cognitivas que os tornaram uma das espécies mais adaptadas e adaptáveis da Terra.

Além disso, é muito improvável que a concentração de oxigênio no planeta seja modificada nos próximos milhões de anos por efeito das mudanças climáticas, a ponto de ameaçar a vida no planeta.

O problema é que as plantas só conseguem realizar fotossíntese sob uma temperatura de até 48 graus. Se a temperatura média continental atingisse essa faixa, haveria o risco de extinção em massa de espécies por causa da quebra da cadeia alimentar, ressalvou Nobre, que foi o apresentador da conferência de Glasmacher.

“Não que a temperatura média da Terra vá chegar a mais de 40 graus. Mas, se isso acontecesse, haveria o risco de interromper a fotossíntese das plantas e, com isso, o planeta seria muito diferente de hoje, com menos vida e mais desértico – ainda que plantas do deserto façam fotossíntese em um intervalo muito curto de tempo”, disse o pesquisador, que é membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).

Segundo Nobre, a maior preocupação sobre os possíveis impactos do aquecimento global observado no período antropocênico atual, contudo, não está relacionada ao valor final da temperatura suportada pelas espécies (48 graus), mas à velocidade com que a mudança está ocorrendo, o que poderá dificultar a adaptação de diversas espécies.

“Ter uma variação de cinco graus na temperatura em 200 anos, como acontece agora no Antropoceno, é algo muito raro e não ocorria há muito tempo. Muitas espécies não têm condições de se adaptar a uma mudança climática tão rápida”, afirmou Nobre.

“Se a temperatura levasse um milhão de anos para subir cinco graus, a extinção de espécies seria pequena. Já se isso acontecer em um período entre 50 e 100 anos a extinção será muito grande. E, se ocorrer em um prazo de 30 anos, 40% das espécies seriam extintas – o que, talvez, não possa ser considerada uma extinção em massa, mas é uma perturbação de uma dimensão que só meteoritos e vulcanismos causaram no passado”, comparou.

Relatório do IPCC

Nobre, que é integrante do grupo 2 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), confirmou que parte do quinto relatório de avaliação do órgão – intitulado AR5 – deverá ser publicado ainda este ano.

“O primeiro relatório, do grupo 1, deve sair ainda este ano, enquanto os relatórios dos grupos 2 e 3 serão divulgados em 2014”, disse Nobre à Agência FAPESP.

“No final de setembro haverá uma reunião para aprovação do Summary for Policymakers”, contou o pesquisador, se referindo a um resumo do relatório, voltado para formuladores de políticas públicas.

O grupo de trabalho 1 avalia os aspectos científicos do sistema climático e o fenômeno das alterações climáticas. Já o grupo de trabalho 2 examina a vulnerabilidade dos sistemas humanos e naturais impactados pelas alterações climáticas, as consequências dessas alterações e busca maneiras de adaptar-se a elas.

O grupo de trabalho 3, por sua vez, avalia o potencial para mitigar alterações climáticas e limitar a emissão de gases do efeito estufa.

Agência FAPESP 
 
 

atualizado às 04h43

Mudança climática ameaça 1/3 da vida polar marinha, aponta estudo

O estudo, realizado conjuntamente com a Divisão Australiana Antártica, alerta que os ecossistemas polares poderiam ser mais sensíveis à mudança climática do que se pensava anteriormente Foto: EFE
O estudo, realizado conjuntamente com a Divisão Australiana Antártica, alerta que os ecossistemas polares poderiam ser mais sensíveis à mudança climática do que se pensava anteriormente
Foto: EFE


Aproximadamente um terço da biodiversidade dos leitos marítimos polares estão ameaçados de extinção como consequência da mudança climática, assinala um estudo de uma universidade australiana divulgado nesta quarta-feira.

Segundo a pesquisa liderada por Graeme Clark, da Universidade de Nova Gales do Sul, a perda progressiva das calotas polares poderia gerar resultados nefastos para o ecossistema das regiões ao permitir uma maior penetração dos raios solares no leito marinho.

O estudo, realizado conjuntamente com a Divisão Australiana Antártica, alerta que os ecossistemas polares poderiam ser mais sensíveis à mudança climática do que se pensava anteriormente.

"Até uma pequena mudança na data da perda anual de gelo pode representar um momento crítico, capaz de desencadear outras mudanças generalizadas no ecossistema", expôs Clark em um comunicado emitido pela Universidade de Nova Gales do Sul.

"No litoral da Antártica, por exemplo, este fato pode fazer com que as comunidades dominadas pelos animais invertebrados, que são únicas e que estão adaptadas à escuridão, sejam substituídas por leitos de algas que se desenvolvem com a luz - fato que reduzirá significativamente a biodiversidade", apontou o investigador australiano.

Os invertebrados que habitam o leito marinho antártico, entre os quais se incluem espécies como as esponjas, animais musgo, ascídias e vermes, são importantes para o ecossistema porque contribuem com filtragem da água, reciclagem de nutrientes e fazem parte da cadeia alimentar desta região.

"Isto é só um exemplo do impacto ecológico em grande escala que os humanos podem impor através de aquecimento global, inclusive em lugares remotos como a Antártida", concluiu Emma Johnston, integrante do grupo de pesquisa.

EFE
 
 

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