31/08/2013 11h27
- Atualizado em
31/08/2013 11h28
'É a maior tragédia dos últimos anos em Porto Alegre', diz Defesa Civil
Rompimento de dique provocou alagamento no Sarandi, na Zona Norte.
Secretário Ernesto Teixeira orienta moradores a abandonarem casas.
Cerca de 500 casas na Zona Norte de Porto Alegre estão alagadas, diz a Defesa Civil
(Foto: Vanessa Felippe/RBS TV)
O rompimento de cerca de seis metros no dique de contenção que represa
as águas do Rio Gravataí, que provocou o alagamento das vilas Asa
Branca, Brasília e Elisabete, no Bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre,
é a maior tragédia dos últimos anos em Porto Alegre, segundo Ernesto
Teixeira, secretário do Gabinete de Defesa Civil da capital. A água
continua subindo. Até o momento não há feridos, mas cerca de 500 casas
foram atingidas e os moradores tiveram que procurar abrigo.(Foto: Vanessa Felippe/RBS TV)
"O que causou isso ainda não se sabe. Pode ter sido acidental ou provocado por ação humana. Não tem como precisar. Mas isso inundou todo o Bairro Sarandi. É a maior tragédia dos últimos anos na capital", disse à Rádio Gaúcha o secretário da Defesa Civil.
Até o meio da manhã, os moradores atingidos pela cheia estavam sendo encaminhados para a Igreja Santa Catarina. Como a enchente está chegando ao local, os desabrigados estão sendo levados agora para a Escola Liberato Salzano, também no Sarandi. A orientação da Defesa Civil aos moradores do bairro é para juntar o que puder e abandonar as casas.
"Se a água estiver chegando ao pátio, é bom empilhar os objetos mais valiosos e sair. A SMOV está com DMAE e o DEP tentando arrumar o rombo no dique", disse o chefe da Defesa Civil.
Um novo boletim da Defesa Civil será divulgado ao meio-dia deste sábado. Caminhões da prefeitura chegam ao local com pedras grandes. As pedras são colocadas onde houve o rompimento para tentar diminuir o fluxo da água.
Centenas de pessoas tiveram que abandonar casa
no Sarandi (Foto: Vanessa Felippe/RBS TV)
As doações estão sendo recebidas na Escola Municipal Liberato Vieira da
Cunha e nos postos do Mercado Público e da Fasc, na Avenida Ipiranga,
310. Voluntários da área da saúde podem se apresentar na Escola
Municipal Liberato Vieira da Cunha, na Rua Xavier de Carvalho, nº 274,
Bairro Sarandi.no Sarandi (Foto: Vanessa Felippe/RBS TV)
As causas do acidente estão sendo apuradas. O trecho fissurado passa por reconstrução com areia e brita. Como medida de segurança, a CEEE interrompeu a transmissão de energia elétrica na região durante a noite e o início da manhã, mas o fornecimento foi normalizado. Não há registro de feridos.
Imagem das 11h de 31 de agosto, mostra tempo se instabilizando sobre o Rio Grande do Sul. Podem ocorrer temporais.
JORNAL ZERO HORA
Nuvens no céu 31/08/2013 | 05h02
Chuva ameaça recomeço no Vale do Sinos
Pode haver precipitações entre domingo e segunda-feira nas regiões das enchentes
Maria Clara Rodrigues (E) chorou na volta para casa, sexta-feira, em São Leopoldo
Foto:
Charles Dias / Especial
Depois da chuva que alagou bairros inteiros de cidades como São Leopoldo, Novo Hamburgo, São Sebastião do Caí e Esteio, as vítimas da enchente começam a tentar voltar à rotina.
Mas pode haver nova precipitação entre domingo à noite e segunda-feira, conforme a Somar Meteorologia, o que seria novamente motivo de preocupação.
— A área mais chuvosa no Estado para os próximos dias será a Noroeste, principalmente em Santa Rosa. Na Grande Porto Alegre, deve cair entre cinco milímetros e 10 milímetros no período. Para efeito de comparação, entre os dias 23 e 28 de agosto, choveu 241 milímetros no Litoral Norte, na região de Caraá, onde fica a nascente do Rio dos Sinos — explica o meteorologista Gustavo Verardo, da Somar.
Ele complementa:
— Isto não vai acontecer desta vez. Cairá somente uma chuva leve.
Se confirmado o volume reduzido de precipitação, será uma boa notícia para a Defesa Civil e as prefeituras. Em São Leopoldo, os agentes de saúde do município visitarão, a partir de segunda-feira, todas as regiões atingidas para instruir a população na limpeza correta das residências e contra a transmissão de doenças — os efeitos da leptospirose aparecem de três a sete dias depois da contaminação.
Defesa Civil fará arrecadação de roupas no fim de semana
A campanha de vacinação em massa contra o tétano e a hepatite deve continuar neste final de semana, no Centro de Eventos do município. Se a chuva apertar, a prefeitura avisará, via Defesa Civil, a população das áreas de risco para que saia de suas casas.
Na mesma linha, a Defesa Civil do Estado vai armar uma megaoperação de arrecadação de alimentos, roupas e materiais de higiene neste final de semana, nos postos de arrecadação espalhados pelo Estado (redes de supermercado Zaffari e concessionárias de veículos San Marino). Em Porto Alegre, haverá postos de coleta de donativos na Usina do Gasômetro, no Parque da Redenção e nos shopping centers Bourbon Ipiranga, Barra Shopping Sul e Iguatemi.
Aos atingidos desta semana, resta torcer para pouca ou nenhuma chuva. Nos bairros Parque Imperatriz e Feitoria, em São Leopoldo, centenas de moradores começam a contabilizar os prejuízos. Maria Clara Rodrigues, 41 anos, chorou após chegar em casa pela primeira vez depois de tê-la abandonado, na segunda-feira, quando a chuva alcançou a janela. Na sexta-feira, a moradora da Feitoria abriu a porta e viu um cenário desolador.
— Eu perdi tudo, não tenho mais casa. As madeiras estão todas podres. Mal dá para abrir a porta. O sofá, minha cama, a estante, os armários, tudo. Onde eu vou morar? — lamentou a operária de uma fábrica de bolsas, ao lado da nora, Franciele Veríssimo Rodrigues, 21 anos.
Franciele tentou consolá-la:
— Fica tranquila, Clara. Podem ficar na nossa casa quanto tempo vocês quiserem. Nós vamos ajudar vocês.
Mas pode haver nova precipitação entre domingo à noite e segunda-feira, conforme a Somar Meteorologia, o que seria novamente motivo de preocupação.
— A área mais chuvosa no Estado para os próximos dias será a Noroeste, principalmente em Santa Rosa. Na Grande Porto Alegre, deve cair entre cinco milímetros e 10 milímetros no período. Para efeito de comparação, entre os dias 23 e 28 de agosto, choveu 241 milímetros no Litoral Norte, na região de Caraá, onde fica a nascente do Rio dos Sinos — explica o meteorologista Gustavo Verardo, da Somar.
Ele complementa:
— Isto não vai acontecer desta vez. Cairá somente uma chuva leve.
Se confirmado o volume reduzido de precipitação, será uma boa notícia para a Defesa Civil e as prefeituras. Em São Leopoldo, os agentes de saúde do município visitarão, a partir de segunda-feira, todas as regiões atingidas para instruir a população na limpeza correta das residências e contra a transmissão de doenças — os efeitos da leptospirose aparecem de três a sete dias depois da contaminação.
Defesa Civil fará arrecadação de roupas no fim de semana
A campanha de vacinação em massa contra o tétano e a hepatite deve continuar neste final de semana, no Centro de Eventos do município. Se a chuva apertar, a prefeitura avisará, via Defesa Civil, a população das áreas de risco para que saia de suas casas.
Na mesma linha, a Defesa Civil do Estado vai armar uma megaoperação de arrecadação de alimentos, roupas e materiais de higiene neste final de semana, nos postos de arrecadação espalhados pelo Estado (redes de supermercado Zaffari e concessionárias de veículos San Marino). Em Porto Alegre, haverá postos de coleta de donativos na Usina do Gasômetro, no Parque da Redenção e nos shopping centers Bourbon Ipiranga, Barra Shopping Sul e Iguatemi.
Aos atingidos desta semana, resta torcer para pouca ou nenhuma chuva. Nos bairros Parque Imperatriz e Feitoria, em São Leopoldo, centenas de moradores começam a contabilizar os prejuízos. Maria Clara Rodrigues, 41 anos, chorou após chegar em casa pela primeira vez depois de tê-la abandonado, na segunda-feira, quando a chuva alcançou a janela. Na sexta-feira, a moradora da Feitoria abriu a porta e viu um cenário desolador.
— Eu perdi tudo, não tenho mais casa. As madeiras estão todas podres. Mal dá para abrir a porta. O sofá, minha cama, a estante, os armários, tudo. Onde eu vou morar? — lamentou a operária de uma fábrica de bolsas, ao lado da nora, Franciele Veríssimo Rodrigues, 21 anos.
Franciele tentou consolá-la:
— Fica tranquila, Clara. Podem ficar na nossa casa quanto tempo vocês quiserem. Nós vamos ajudar vocês.
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