Parece que sim. O aumento da temperatura, faz aumentar velocidade do movimento do ar. Também deve aumentar a corrente de jato na troposfera, aumentando com isso, a velocidade das Frentes Frias e movimento dos ciclones. Se observa bem isso, nas imagens de satélites.
Como se vê na imagem abaixo, nuvens são puxadas do Brasil para a África e rapidamente cruza o deserto do Saara em direção ao Oriente Médio.
Vejam como tudo é empurrado ou puxado com grande velocidade:
Outros fatos se confirmam na observação de especialistas da aeronáutica.
Especialista liga mudança climática a aumento de turbulências em voos
Piloto afirma que medida mais urgente a ser adotada é manter passageiros com cintos atados durante todo o percurso
03 de abril de 2010 | 23h 38
Mariana Lenharo - Jornal da Tarde
A sensação vai desde um leve friozinho no estômago até o
mais terrível desespero diante da iminência de uma queda. Os
passageiros não passam ilesos por uma turbulência em voo mas, por culpa
do aquecimento global, devem começar a se acostumar com a frequência
cada vez maior com que elas vêm acontecendo, como a que deixou 20
feridos no dia 25 de maio de 2009 em um voo da TAM procedente de Miami
meia hora antes de pousar em Guarulhos. A questão foi levantada por especialistas das áreas de meteorologia, aviação civil e engenharia aeronáutica. “O aquecimento global dá origem a um número maior de fenômenos atmosféricos extremos, dentre eles os que são responsáveis pela turbulência aeronáutica”, diz Rubens Villela, meteorologista do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).
Villela é o autor de um artigo publicado no ano passado pela revista Aero Magazine, em que questiona qual tem sido a causa da recorrência do aumento de turbulências. “Seria mais um sinal da comprovada mudança climática global?” Ele cita sete ocorrências de repercussão mundial só em 2009, sem contar o acidente do voo 447, da Air France, que matou 228 pessoas.
Desde que o homem começou a voar, as turbulências já se apresentavam como obstáculos. Elas ocorrem por causa das mudanças de velocidade e direção do ar. A movimentação é semelhante à agitação da superfície do mar, mas não se pode vê-la.
Existem duas principais causas para a turbulência em voo: a passagem das aeronaves por rotas próximas de cúmulos-nimbos, que são enormes nuvens de tempestade, ou o encontro de uma corrente de jato (ou jet stream), fluxos de ar fortes e estreitos.
Nos dois casos, o aquecimento global – que é o aumento da temperatura média do ar perto da superfície terrestre – atua como potencializador. Ele provoca um desequilíbrio maior entre a temperatura na superfície e nas camadas mais elevadas da atmosfera, estimulando a formação de cúmulos-nimbos, além de aumentar o contraste entre a temperatura dos polos e dos trópicos, intensificando as correntes de ar.
Apesar de ser um assunto recorrente entre pilotos e especialistas da área, ainda não existem estudos que comprovem esse fenômeno. “Ainda é difícil determinar com que intensidade e em que lugares isso ocorre”, afirma o engenheiro aeronáutico James Waterhouse, professor da USP de São Carlos. “Trata-se de uma conclusão qualitativa e não quantitativa.”
O meteorologista da Climatempo Marcelo Pinheiro concorda e reforça que ainda é preciso que se faça mais estudos sobre a influência do clima no aumento das turbulências. “Não dá para confirmar a teoria porque precisa-se pesquisar o assunto.”
Para o piloto George William Sucupira, presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (Appa), não há dúvida de que o clima está mudando e, com isso, as instabilidades nos voos têm aumentado. “Turbulências sempre ocorreram, porém isso está se tornando mais frequente. Antes, os casos eram mais isolados.”
O que muda para as companhias aéreas e para quem viaja de avião? “As providências envolvem a mudança na logística do transporte aéreo”, afirma o piloto Marcus Reis, coordenador dos cursos de Ciências Aeronáuticas e Gestão da Aviação da Universidade Estácio de Sá, no Rio.
Para Reis, a medida mais urgente a ser adotada é manter os passageiros com os cintos atados durante todo o voo. Ele afirma que os próprios pilotos já estão percebendo em quais zonas passaram a enfrentar mais turbulências e pedindo a mudança de rotas. Mas a operação que envolve custos, porque pode aumentar o tempo de voo e o consumo de combustível.
O fenômeno não é reconhecido pelos órgãos oficiais. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Centro de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e a Força Aérea Brasileira (FAB) preferiram não se manifestar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário