Nasa afirma que temperaturas de 2012 sustentam tendência de aquecimento
Temperatura da superfície global em 2012, incluindo terra e água, foi 0,56ºC superior à média registrada entre 1951 e 1980
O ano de 2012 esteve entre os dez mais quentes já registrados no mundo, disseram duas agências científicas do governo norte-americano na terça-feira (15), menos de uma semana após o ano passado ter sido declarado o mais quente da história do território contíguo dos EUA.
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A Nasa (agência espacial dos EUA) e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (Noaa) divulgaram conjuntamente dois relatórios sobre as temperaturas globais em 2012. A comparação mostrou que a Terra continua a ter temperaturas mais quentes que nas décadas passadas. A Nasa apontou o ano passado como o nono mais quente desde o início dos registros, em 1880, enquanto a Noaa avaliou-o com o décimo mais quente.
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A diferença nos dois rankings pode se dever ao fato de a Nasa ter feito extrapolações das temperaturas em áreas onde não há estações meteorológicas, especialmente perto dos polos, segundo James Hansen, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais, da Nasa, em Nova York.
A temperatura da superfície global em 2012, incluindo terra e água, foi 0,56ºC superior à média registrada entre 1951 e 1980. Isso foi suficiente para causar um aumento nas máximas extremas do ano passado, segundo Hansen.
2012 foi também o 36º ano consecutivo com temperaturas superiores à média do século 20 no planeta, segundo cientistas das duas agências.
Os cientistas enfatizam que os padrões climáticos acarretam em flutuações na temperatura média de ano para ano, mas o aumento contínuo dos níveis de gases de efeito estufa na atmosfera da Terra assegura um aumento a longo prazo na temperatura global. De acordo com comunicado da Nasa, cada ano que passa não necessariamente será mais quente do que no ano anterior, mas no curso atual de aumento de gases de efeito estufa, os cientistas acreditam que cada década tende a ser mais quente que adécada anterior.
Ele também especulou que o aumento na poluição atmosférica em países como China e Índia pode contribuir para refletir a luz solar, mantendo as temperaturas menos elevadas.
Apesar dos indícios de que as emissões humanas de dióxido de carbono seriam a principal causa do aquecimento global, alguns céticos insistem que o fenômeno é natural, e há quem questione inclusive se as temperaturas estão subindo.
A Noaa disse em seu relatório que muitas regiões do mundo ficaram mais quentes do que a média em 2012, o que inclui a maior parte das Américas, da Europa, da África e da Ásia.
Exceções a essa tendência incluem Alasca, oeste do Canadá, Ásia Central, partes do Pacífico oriental e equatorial, Atlântico sul e partes do oceano Antártico.
(Com informações da Reuters)
Fuligem é o segundo fator humano causador de aquecimento global
Por AFP
A fuligem é o segundo fator humano causador do aquecimento
global, depois do dióxido de carbono, e seu impacto nas mudanças
climáticas tinha sido profundamente subestimado, revelou um novo estudo.No relatório publicado esta terça-feira no 'Journal of Geophysical Research: Atmospheres', os pesquisadores admitem que as as incertezas sobre o impacto da fuligem são "substanciais", o que quer dizer que sua influência pode ser inclusive maior do que se tinha pensado até agora.
A nova estimativa do impacto ambiental da fuligem, que está baseada em novos modelos de computação, é o dobro do calculado em 2007 pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, vinculado à ONU.
A fuligem é gerada pela combustão incompleta de petróleo, carvão, madeira ou outros combustíveis. As fontes de emissão vão de motores a diesel até os fogões a lenha.
Para o novo estudo, os cientistas levaram em conta o acúmulo de fuligem na atmosfera e a quantidade de calor do sol absorvido pelas partículas.
A fuligem permanece na atmosfera de sete a dez dias, o que significa que os esforços para reduzir a quantidade de suas emissões podem ter um impacto rápido e dramático no aquecimento global.
Em contraste, limitar o aquecimento reduzindo as emissões de dióxido de carbono é um objetivo a mais longo prazo, se for levado em conta o acúmulo de gás causador de efeito estufa na atmosfera, onde pode permanecer durante décadas.
A incerteza sobre o impacto da fuligem se baseia no fato de que os cientistas não compreendem totalmente como ela interage com as nuvens.
A fuligem é o maior objetivo da Climate and Clean Air Coalition to Reduce Short-Lived Climate Pollutants (Coalizão Clima e Ar Limpo para reduzir os contaminantes de curta duração), uma iniciativa multinacional apoiada por Estados Unidos, Canadá e México, entre outros países.
O estudo sobre a fuligem foi publicado no mesmo dia do anúncio por cientistas americanos de que as temperaturas estiveram acima da média em 2012 pelo 36º ano consecutivo. O ano passado foi o nono ou o décimo mais quente desde que começaram os registros, dependendo da forma como tenham sido feitas as medições.
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