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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

COMENTÁRIO SOBRE OS DESCRENTES NO AQUECIMENTO GLOBAL

21/01/13 03:00 - Opinião1

Aquecimento global: ceticismo no clima

Felipe Bottini
Na década de 90, era corriqueiro aparecer algum cientista, seja lá o que for esse título genérico, negando o aquecimento global. Ao invés de se valerem de metodologias propositivas que pudessem comprovar tal tese, simplesmente afirmavam a não existência do aquecimento global com base em desqualificar os métodos científicos que diziam justamente o contrário. Era como negar que um automóvel pudesse se deslocar por conta de um problema de metodologia na costura do banco de couro!
Pior do que ser sem sentido, ensejava até um entendimento de má conduta científica com o objetivo único de aproveitar um momento em que muitas dúvidas existem e se promover de forma inadequada e perigosa para a credibilidade da ciência. Alguns desses cientistas, patrocinados por indústrias de grande emissão, tinham também evidentes interesses em ocultar o aquecimento global, ainda que pudesse existir, não podendo ser classificados como céticos, já que o princípio básico do ceticismo é a imparcialidade, e nesses casos, passaram longe disso.

O tempo passou e cada vez mais os modelos de explicação do aquecimento global apresentados pelo IPCC começaram a ser refinados e com poder de explicar com mais e mais precisão tal efeito, o que poderia ter desanimado os céticos, ou negadores do aquecimento global, e sua já frágil bandeira. Ao contrário, a evidência científica os estimulou a defender a seguinte ideia: sim, o aquecimento global existe, mas não é decorrência da atividade humana. E por conta de um ou outro erro de precisão dos modelos atuais, como a revisão do Met Office (centro de meteorologia britânico) que projetava aumento de temperatura até 2017 de 0.54 graus e após revisão ajustou o número para 0.43, tentam desconstruir trabalhos sérios e definitivos que comprovam o aquecimento global pela atividade humana.

Ainda que não seja especialista em clima, o leitor pode recorrer ao bom-senso na análise de dados e dos fatos para aceitar a tese científica comprovada de que o aquecimento global existe.

O acúmulo de CO2 na atmosfera, desde a revolução industrial, passou de 280 até 296 ppm (partes por milhão), diferença de 116 pp,. nos 500 mil anos anteriores à revolução industrial, o acúmulo foi de 180 para 280 ppm, diferença de 100 ppm. Assim, em 500 mil anos, antes da ação industrial, acumulou-se 100 ppm na atmosfera. A aritmética é simples: um acúmulo de 0.0002 ppm ao ano em média.

No período posterior à revolução industrial (iniciado há aproximadamente 140 anos), o acúmulo foi de 116 ppm. Assim, o acúmulo foi de 0.8285 ao ano. Isso significa que o acúmulo de CO2 na atmosfera foi acelerado em 4142 vezes (da última vez que escrevi sobre isso a aceleração era de 3100 vezes), em relação ao acúmulo normal de CO2 pelos processos naturais.

Pois bem, não precisamos ser especialistas para perceber que há um tremendo desequilíbrio e, ainda que não tenhamos conhecimento das consequências em detalhes, não é nada prudente não tomar o cuidado de reduzir drasticamente as emissões e menos ainda, perder tempo na agenda da contestação dos fatos.

Não quero com isso dar a sensação de ser antidemocrático, cada um fala e escreve o que quer, mas quero ver se terão coragem de dizer a seus filhos e netos, quando tudo der errado, que fizeram tudo o que podiam! Não fizeram.

O autor, Felipe Bottini, é economista e consultor especial do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas
Fonte:
http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=227028
 
BBC BRASIL

Órgão revê previsão de aquecimento global

Atualizado em  8 de janeiro, 2013 - 17:30 (Brasília) 19:30 GMT

Porta-voz do centro britânico destaca que ainda há tendência a longo prazo de aquecimento global
O Met Office, o centro nacional de meteorologia britânico, revisou uma de suas previsões sobre o quanto o mundo ficará mais quente nos próximos anos. A nova projeção calcula que o aumento na temperatura pode ser menor do que o previsto anteriormente.
Segundo o novo estudo, é provável que, até 2017, a temperatura aumente 0,43º C em relação à média calculada a longo prazo – enquanto a projeção anterior sugeria o aquecimento global de 0,54º C.
O centro afirma que a mudança ocorreu porque foi usado um novo tipo de modelo de computador, que utiliza parâmetros diferentes. Se a nova previsão se mostrar correta, a temperatura média global teria permanecido praticamente a mesma por cerca de duas décadas.
Para os chamados céticos, que acreditam não haver provas suficientes para provar a existência de um aquecimento global, uma aparente estabilização das temperaturas representa um sinal de que os alertas sobre a ameaça do aquecimento global foram exagerados.
Alguns blogueiros ligados ao mundo científico disseram achar suspeito que o Met tenha publicado os dados no dia 24 de dezembro, sem nenhuma divulgação prévia. Já o centro afirmou que levou em conta a importância da transparência, e, por isso, divulgou os dados assim que eles foram obtidos.

Décadas anteriores

Um porta-voz do Met Office disse, no entanto, que "a nova previsão definitivamente não sugere temperaturas mais baixas, já que ainda há uma tendência a longo prazo de aquecimento global, se compararmos com os anos 50, 60 e 70".
"Nossa previsão é a de temperaturas que estarão próximas ao níveis recordes que vimos nos últimos anos."
As previsões são baseadas em uma comparação com a média de temperatura global no período entre 1971 e 2000.
O modelo anterior projetava que o período de 2012 a 2016 seria 0,54º C mais quente que a média – com uma margem de erro de 0,36 a 0,72º C.
Já o novo modelo prevê um aumento cerca de 20%, de 0,43º C - com uma margem de 0,28% a 0,59%.
Essa temperatura seria apenas um pouco mais alta do que o ano recorde, 1998, quando acredita-se que o fenômeno conhecido como El Niño tenha causado mais calor.
Cientistas climáticos do Met Office e de outros centros vêm tentando entender o que está acontecendo no período mais recente.
A explicação mais óbvia baseia-se em uma variação natural, com ciclos de mudanças na atividade solar, na temperatura e nos movimentos dos oceanos.

Experimental

O porta-voz afirmou ainda que como a variação natural é baseada em ciclos, esses fatores podem mudar em algum ponto.
O centro britânico procurou ressaltar que o novo projeto é resultado de um trabalho experimental lançado em 2004 e que ele não altera as projeções de longo prazo do órgão. O estudo atual teria como objetivo preencher a lacula entre as previsões do tempo diárias e as que analisam as mudanças climáticas em um século.
No entanto, essa é uma área da ciência que está em expansão e é altamente complexa, já que envolve vários fatores naturais e outros criados pelo homem, como o efeito estufa, em um momento em que ainda não foram esclarecidas questões-chave ligadas a temperatura, especialmente nas áreas profundas do oceano.
Um dos objetivos de tentar projetar o clima nesse período de tempo é fazer com que seja possível checar rapidamente a precisão dos modelos usados atualmente.
Um estudo publicado em novembro no periódico Climate Dynamics, escrito por cientistas do Met Office e de outros 12 centros de pesquisas internacionais, alia diferentes modelos para produzir uma previsão para a próxima década.
"Uma projeção climática que leva em conta o período de uma década é algo ainda imaturo ou fatores externos que atuam na mudança climática ainda incertos podem levar a erros grosseiros nas previsões", diz o documento.
No entanto, o estudo conclui que, "na ausência de erupções vulcânicas, a temperatura global deve continuar a aumentar, sendo que cada ano a partir de 2013 tem uma probabilidade de 50% de exceder o recorde em questão."
Análises e críticas às previsões do Met Office ou da ciência climática em geral devem ganhar força à medida que se aproxima a próxima reunião climática da ONU (IPCC), em setembro.
* O segundo parágrafo da matéria foi alterado para ficar mais claro que a diferença se refere a uma projeção a longo prazo.
  

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