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quinta-feira, 14 de março de 2013

MUDANÇAS NO CLIMA ALTERA PAISAGENS

 
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NASA: Vegetação ganha espaço no Ártico devido ao aumento das temperaturas

Um estudo internacional patrocinado pela Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA) analisou dados dos últimos 30 anos e concluiu que a elevação das temperaturas globais está a fazer com que a vegetação que era apenas encontrada no extremo sul do ecossistema ártico nos anos 1980 já possa ser vista 700 quilómetros mais ao norte. Por Fabiano Ávila do Instituto CarbonoBrasil
A elevação das temperaturas globais está a fazer com que a vegetação que era apenas encontrada no extremo sul do ecossistema ártico nos anos 1980 já possa ser vista 700 quilómetros mais ao norte. Imagem: NASA
Publicado neste domingo no periódico Nature Climate Change, o trabalho, realizado por 21 investigadores de sete países, utilizou imagens de satélites para confirmar o avanço da vegetação e registou ainda um aumento de 10% no crescimento das plantas no Ártico nas últimas três décadas.
“O crescimento das plantas no Ártico durante o início dos anos 1980 era equivalente ao das terras localizadas na latitude 64º norte. Hoje, apenas 30 anos depois, é igual ao de 57º graus norte”, afirmou o coautor Terry Chapin, da Universidade do Alasca. Cada grau de latitude significa 111,133km.
O estudo também descobriu que a diferença entre as temperaturas do verão para o inverno está a reduzir-se, sendo registados invernos cada vez mais amenos.
Todas essas transformações ameaçam o equilíbrio deste que é um dos mais vulneráveis ecossistemas terrestres. Espécies animais, como o urso polar, são automaticamente atingidas pelas mudanças, que alteram a distribuição de alimentos e a presença de gelo marinho, que é necessário para a locomoção desses animais.
Além dos impactos no próprio Ártico, o aquecimento da região acaba afetando o clima em todo o planeta.
“O aquecimento reduz o gelo marinho e a cobertura de neve, aumentando assim a absorção de calor por parte do Ártico. Isso dá início a um ciclo de aumento de temperaturas e ainda mais perda de gelo, amplificando continuamente o aquecimento global”, declarou o coautor Ranga Myneni, da Universidade de Boston.
O degelo do Ártico é um dos componentes mais controversos das mudanças climáticas, já que é visto por alguns como um aspeto positivo delas.
A Rússia, por exemplo, terá um acesso muito mais fácil a toda a riqueza mineral da região, incluindo petróleo. Também, com o desaparecimento de parte do gelo marinho, se abrirão novas rotas comerciais para todas as nações do extremo norte do planeta.



O épico aquecimento global: da temperatura mais fria a mais quente em um século

Por em 11.03.2013 as 16:00
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De acordo com o climatologista Shaun Marcott, o aquecimento global impulsionou o clima da Terra de uma das suas décadas mais frias desde a última Idade do Gelo para uma de suas décadas mais quentes em apenas um século.
Um pico de calor como esse nunca aconteceu antes, pelo menos não nos últimos 11.300 anos dos quais temos registro.
A nova descoberta é um bom indicador de quão rápido a mudança climática causada pelo homem progrediu – um século é um período muito curto de tempo para tal aumento.

Os registros e a análise

A Terra estava muito fria na virada do século 20. A década de 1900-1909 foi mais fria do que 95% dos últimos 11.300 anos. Já na virada do século 21, ocorreu o oposto. Entre 2000 e 2009, o planeta esteve mais quente do que cerca de 75% dos últimos 11.300 anos.
A gama de temperaturas (de frias a quentes) produzida desde a revolução industrial é quase a mesmo que a dos 11.000 anos antes da revolução começar – ou seja, a mudança aconteceu muito mais rapidamente.
Os cientistas da Universidade Estadual do Oregon e da Universidade de Harvard (ambas nos EUA) acreditam que, se não fosse por influências artificiais, a Terra estaria em uma fase muito fria agora, e ficaria ainda mais fria.
Variações na forma como a Terra está inclinada e sua órbita ao redor do sol formam um padrão de fases de aquecimento planetário, seguido de fases de resfriamento através dos milênios.

“Se tivéssemos que prever a temperatura com base em onde estamos em relação à posição do sol e como estamos inclinados, poderíamos prever que estaríamos esfriando mais, mas não estamos”, disse Marcott.
Em vez disso, o planeta está aquecendo. Em 2100, a Terra estará mais quente do que nunca. Se as emissões continuarem a aumentar como estão previstas, as temperaturas globais vão subir “bem acima de qualquer coisa que já vimos nos últimos 11.000 anos”, explicou Marcott.

A pesquisa

Para obter uma visão sobre as temperaturas globais de muito tempo atrás, os pesquisadores estudaram 73 amostras de sedimento e gelo polares, tomadas de todo o globo. Produtos químicos encontrados em fósseis nessas amostras abrangem várias épocas e são bons indicadores de temperaturas históricas na Terra.
Os cientistas queriam colocar as tendências da temperatura global em uma perspectiva de longo alcance. Isso porque os críticos das pesquisas sobre mudanças climáticas se queixam de que elas geralmente cobrem os últimos 1.500 a 2.000 anos, e portanto são muito limitadas.
Eles argumentam que estudos mais curtos não levam em conta que o aquecimento que a Terra está vendo hoje poderia ter acontecido naturalmente milhares de anos atrás.
Apesar destes estudos mais curtos se basearem em métodos que são muito diferentes da nova pesquisa, nos dois mil anos em que se sobrepõem, os resultados têm sido basicamente os mesmos.
“Nossos dados mostram que estes estudos [mais curtos] não perderam nada”, disse Marcott. E os resultados paralelos corroboram a precisão da nova pesquisa também.
Para chegar a tal conclusão, os cientistas escolheram o período de tempo conhecido como Holoceno para abranger sua pesquisa, porque é a mais recente fase natural quente da história da Terra. Começou no final da última Idade do Gelo, cerca de 11.500 anos atrás, e ainda estamos nele.
O Holoceno foi também a época da realização humana, o início da civilização moderna. Padrões climáticos estáveis ajudaram as pessoas a fazer tudo o que queriam, em parte porque elas não tinham mais que combater o frio de uma Idade do Gelo.
Nesse período, iniciamos a agricultura, que estendeu nossa expectativa de vida e aumentou a população da Terra. Em seguida, construímos cidades e estradas, desenvolvemos a arte, línguas e leis. Formamos impérios e nações. Eventualmente, inventamos máquinas, caindo na era industrializada, impulsionada por motores e turbinas, que são alimentados por combustível. Assim começou os efeitos dos gases (efeito estufa) nas mudanças climáticas causadas pelo homem.
Segundo Marcott, o principal gás culpado é o dióxido de carbono, e seus níveis saltaram nos últimos 100 anos. Nos 11.000 anos anteriores, tais níveis mudaram apenas “muito lentamente”.
Marcott está preocupado com a capacidade das pessoas de se adaptar a um clima talvez drasticamente alterado. A última vez que a Terra esteve tão quente quanto é projetada para estar em 2100 foi antes da última Idade do Gelo começar, mais de 130.000 anos atrás. Esse período está muito longe no tempo para que seja possível recolher dados confiáveis sobre ele.
Por conta disso, Marcott não quis especular sobre como o mundo vai se parecer em 2100 caso o aquecimento global continue. “Mas certamente espero que possamos evitar isso”, concluiu.[CNN]

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