REVISTA VEJA
Aquecimento global
Estudo mostra que mudança climática deve aumentar os períodos de chuva pesada e seca na Terra
Simulação realizada por pesquisadores da Nasa mostra como aumento da temperatura deve mudar o regime de chuvas no planeta
Simulação de período de 140 anos mostra que o aumento da
concentração de dióxido de carbono na atmosfera deve mudar a frequência
com que as regiões do planeta recebem chuva pesada (azul), moderada
(amarelo) e nenhuma chuva (marrom escuro).
(NASA's Goddard Space Flight Center Scientific Visualization Studio)
Simulação de período de 140 anos mostra que o aumento da
concentração de dióxido de carbono na atmosfera deve mudar a frequência
com que as regiões do planeta recebem chuva pesada (azul), moderada
(amarelo) e nenhuma chuva (marrom escuro).
(NASA's Goddard Space Flight Center Scientific Visualization Studio)
Segundo os resultados, as regiões úmidas do planeta, principalmente as que se localizam no Oceano Pacífico e nas regiões de monções da Ásia, devem ver um aumento na precipitação intensa; enquanto as áreas áridas localizadas mais longe dos trópicos devem se tornar ainda mais secas. "Em resposta ao aquecimento, o ciclo global da água passa por uma competição gigantesca pela umidade, resultando em um padrão de aumento nas chuvas pesadas, diminuição das chuvas moderadas, e secas prolongadas em certas regiões", afirma William Lau, pesquisador do Centro de Voos Espaciais Goddard, da Nasa, e autor do estudo, que foi aceito para publicação na revista Geophysical Research Letters.
O modelo projetado pelos cientistas prevê que, para cada aumento de um grau Fahrenheit (cerca de 0,56 grau Celsius), a queda de chuva pesada deve aumentar globalmente em 3,9%, enquanto a de chuva leve deve aumentar 1%. No entanto, a quantidade total de chuva no planeta não vai mudar, pois a chuva moderada deve diminuir em 1,4%. Segundo os cientistas, um período de chuva pesada é definido como o mês em que cai, em média, 0,889 centímetros de chuva por dia. O período de chuva leve é aquele que recebe 0,025 centímetros por dia, e o de chuva moderada é aquele que recebe entre 0,102 e 0,229 centímetros.
Tempestades e secas — As áreas que devem ter o maior aumento na quantidade de chuvas pesadas são as regiões próximas ao Equador, principalmente no Oceano Pacífico e nas regiões de monções no sudeste asiático. Enquanto isso, algumas regiões fora dos trópicos vão passar a receber menos chuvas — algumas passando por longos períodos sem nenhuma precipitação. Segundo os modelos climáticos analisados, para cada um grau Fahrenheit de aquecimento, a duração dos períodos de seca deve aumentar, globalmente, em 2,6%.
No Hemisfério Norte, as principais áreas a serem atingidas pela seca incluem os desertos e regiões áridas dos Estados Unidos, México, Norte da África, Oriente Médio, Paquistão e Noroeste da China. No Hemisfério Sul, as secas se tornarão mais comuns na África do Sul, no Noroeste da Austrália e Nordeste do Brasil.
Segundos os cientistas da Nasa, os eventos que terão maior impacto na sociedade serão a diminuição nas chuvas moderadas e as secas, uma vez que devem acontecer em regiões habitadas por muitas pessoas. "Ironicamente, as regiões que irão começar a ter maiores quedas de chuva deverão sofrer um impacto menor, pois, excetuando-se as regiões de monções na Ásia, se encontram sobre oceanos", diz William Lau.
Os pesquisadores basearam sua análise em simulações de períodos de 140 anos realizadas a partir de 14 modelos climáticos. A simulação começa com concentrações de CO2 de cerca de 280 partes por milhão — similar aos níveis pré-industriais e bem abaixo das 400 partes por milhão vistas hoje em dia — e aumentou o valor em 1% ao ano. Essa taxa de crescimento no concentração de CO2 é consistente com a projetada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Relatório em andamento do Painel
Intergovernamental da Mudança Climática alarma o secretário-geral Ban
Ki-moon, que conclama países ricos e pobres a se unir na busca de
soluções
Chefe da ONU diz que ritmo da mudança climática é "alarmante"
por Brett Young, Reuters
publicado
,
última modificação
27/05/2009 10:26
© 2009 Thomson Reuters.
Sem medidas urgentes para conter aquecimento global, urgentes medidas seguem necessárias para conter o aquecimento global
Helsinque (Reuters) - O impacto da mudança climática está acelerando
em um ritmo "alarmante" e medidas urgentes devem ser tomadas, disse
nesta quarta-feira (27) o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
"O que é assustador é que os cientistas estão agora revendo suas previsões, reconhecendo que o impacto da mudança climática está acelerando em um ritmo muito mais rápido", disse Ban, referindo-se ao novo relatório que está em andamento do Painel Intergovernamental da Mudança Climática.
"Isso é muito sério e alarmante. É por isso que eu tenho pedido que se nós tomarmos qualquer ação, devemos agir agora, não importa de onde você venha. Países ricos e pobres, nós devemos resolver essa questão juntos", disse Ban.
O pedido por urgência feito pelo chefe da ONU repete seu discurso em uma conferência de negócios no último fim de semana na Dinamarca. Líder mundiais se encontraram em Copenhague para discutir políticas climáticas de longo prazo, antes de uma conferência da ONU em dezembro com o objetivo de formalizar um novo acordo que substitua o Protocolo de Kyoto.
"O que é assustador é que os cientistas estão agora revendo suas previsões, reconhecendo que o impacto da mudança climática está acelerando em um ritmo muito mais rápido", disse Ban, referindo-se ao novo relatório que está em andamento do Painel Intergovernamental da Mudança Climática.
"Isso é muito sério e alarmante. É por isso que eu tenho pedido que se nós tomarmos qualquer ação, devemos agir agora, não importa de onde você venha. Países ricos e pobres, nós devemos resolver essa questão juntos", disse Ban.
O pedido por urgência feito pelo chefe da ONU repete seu discurso em uma conferência de negócios no último fim de semana na Dinamarca. Líder mundiais se encontraram em Copenhague para discutir políticas climáticas de longo prazo, antes de uma conferência da ONU em dezembro com o objetivo de formalizar um novo acordo que substitua o Protocolo de Kyoto.
EUA devem aprovar lei sobre mudança climática
por Tom Doggett, Reuters
publicado
,
última modificação
20/05/2009 18:38
© 2009
Washington (Reuters) - Os democratas do Comitê de Energia e Comércio
da Câmara dos Deputados contam com um número suficiente de votos para
aprovar uma legislação histórica a fim de impor limites e reduzir as
emissões de gases-estufa nos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa
da Reuters com deputados que integram o conselho.
A legislação, que os líderes democratas pretendem colocar em votação no comitê esta semana, cortaria os gases que provocam o efeito estufa até 17 por cento abaixo dos níveis de 2005 até 2020.
O ponto principal da legislação é um sistema de limitação e comercialização ("cap and trade") que gradativamente reduziria a quantidade de gases-estufa provenientes de fábricas, siderúrgicas, refinarias de petróleo e outras empresas ao exigir licenças para as emissões.
Dos 59 membros do comitê da Câmara, a Reuters verificou que 30 deputados, todos democratas, votariam pelo "sim" ou tendiam a apoiar o projeto de lei. O resultado da pesquisa foi baseado em declarações dos próprios deputados ou de assessores.
Há 36 democratas e 23 republicanos no comitê.
O principal republicano integrante do painel, o deputado Joe Barton, deixou subentendido que todos os membros republicanos do comitê votariam contra o projeto. Mas ao menos um, a deputada Mary Bono Mack, da Califórnia, poderá apoiar o projeto. Ela é um "possível sim e um possível não", de acordo com um assessor. A Reuters não pesquisou outros membros republicanos do comitê.
Seis membros democratas do comitê pesquisados pela Reuters manifestaram preocupação com o projeto, demonstraram pouco apoio à medida ou permaneciam indecisos. São eles: John Barrow, da Geórgia; Eliot Engel, de New York; Jim Matheson, de Utah; Charlie Melancon, da Louisiana; Mike Ross, do Arkansas; e Zack Space, de Ohio.
29 de abril de 2013 - atualizado as 17:00
Para o mês de abril, a média histórica do rio Acre é de 9,8 metros e, segundo o secretário de Meio Ambiente do Acre, Edegard de Deus, a perspectiva é do rio baixar mais. “A preocupação gira em torno, ainda, da baixa quantidade de chuvas. A média histórica para o mês é de 186 milímetros e, até agora, estamos com 74 milímetros”.
O Rio Acre alcançou seu menor nível em setembro de 2011, com 1,55 metro.
Em entrevista exclusiva ao portalamazonia.com, o pesquisador Davi Friale contou que a atual situação é um clico climático natural da região que depende, principalmente, da atividade solar. “O Sol tem vários ciclos de atividades com altas, médias ou baixas emissões de radiação. Estas radiações afetam diretamente o clima da Terra e, por isso, a cada 60 anos, ocorrem eventos extremos em toda a atmosfera”, explicou.
Segundo Friale, uma forte massa de ar seco, impulsionada por pressões atmosféricas altas localizadas no centro-norte da Argentina, deixou o tempo seco e ensolarado na primeira quinzena de abril. “Por conta do resfriamento global que começa a ganhar força, poderosas massas de ar seco começam a se formar e se instalar em vários pontos do planeta e, como consequência das chuvas que caíram nos últimos meses, a umidade do ar baixou em várias regiões”.
Caso não ocorra nenhuma alteração meteorológica, o Acre e toda a Amazônia Ocidental poderão enfrentar a maior seca dos últimos 50 anos, ainda em 2013. “A grande seca de 2005 foi prevista e amplamente anunciada ainda no mês de abril, só que com menor intensidade”, reiterou.
Medidas do Governo
Segundo Edegard de Deus, o executivo estadual planeja medidas para amenizar a forte estiagem caso as previsão aconteçam. “A seca aumenta os focos de calor. Temos que conscientizar a população para que, por exemplo, não faça queimadas e economize a água”, comentou.
Dados do Inpe, do início do ano até a última quinta-feira (25), houve 92 focos de calor no Acre – 49 apenas em abril. A maior parte dos focos está localizada na região oeste do Acre, na cidade de Tarauacá e em Envira, no Amazonas.
A legislação, que os líderes democratas pretendem colocar em votação no comitê esta semana, cortaria os gases que provocam o efeito estufa até 17 por cento abaixo dos níveis de 2005 até 2020.
O ponto principal da legislação é um sistema de limitação e comercialização ("cap and trade") que gradativamente reduziria a quantidade de gases-estufa provenientes de fábricas, siderúrgicas, refinarias de petróleo e outras empresas ao exigir licenças para as emissões.
Dos 59 membros do comitê da Câmara, a Reuters verificou que 30 deputados, todos democratas, votariam pelo "sim" ou tendiam a apoiar o projeto de lei. O resultado da pesquisa foi baseado em declarações dos próprios deputados ou de assessores.
Há 36 democratas e 23 republicanos no comitê.
O principal republicano integrante do painel, o deputado Joe Barton, deixou subentendido que todos os membros republicanos do comitê votariam contra o projeto. Mas ao menos um, a deputada Mary Bono Mack, da Califórnia, poderá apoiar o projeto. Ela é um "possível sim e um possível não", de acordo com um assessor. A Reuters não pesquisou outros membros republicanos do comitê.
Seis membros democratas do comitê pesquisados pela Reuters manifestaram preocupação com o projeto, demonstraram pouco apoio à medida ou permaneciam indecisos. São eles: John Barrow, da Geórgia; Eliot Engel, de New York; Jim Matheson, de Utah; Charlie Melancon, da Louisiana; Mike Ross, do Arkansas; e Zack Space, de Ohio.
29 de abril de 2013 - atualizado as 17:00
Amazônia ameaçada de enfrentar maior seca dos últimos 50 anos, em 2013
Alerta é do meteorologista Davi Friale. Estiagem pode superar seca histórica de 2005, caso volume de chuvas não aumente na região.
Anne Moura - jornalismo@portalamazonia.com
RIO BRANCO – Há apenas um mês, o nível do Rio Acre, em Rio Branco, chegou à marca de 15,33 metros e desabrigou 382 famílias em 13 bairros da capital.
Na medição desta segunda-feira, o manancial estava em 3,90 metros – o
menor nível das últimas quatro décadas para esta época do ano. O cenário
pode apontar para a maior seca que a Amazônia Ocidental já viveu, nos
últimos 50 anos. O alerta é do meteorologista Davi Friale.Para o mês de abril, a média histórica do rio Acre é de 9,8 metros e, segundo o secretário de Meio Ambiente do Acre, Edegard de Deus, a perspectiva é do rio baixar mais. “A preocupação gira em torno, ainda, da baixa quantidade de chuvas. A média histórica para o mês é de 186 milímetros e, até agora, estamos com 74 milímetros”.
O Rio Acre alcançou seu menor nível em setembro de 2011, com 1,55 metro.
Em entrevista exclusiva ao portalamazonia.com, o pesquisador Davi Friale contou que a atual situação é um clico climático natural da região que depende, principalmente, da atividade solar. “O Sol tem vários ciclos de atividades com altas, médias ou baixas emissões de radiação. Estas radiações afetam diretamente o clima da Terra e, por isso, a cada 60 anos, ocorrem eventos extremos em toda a atmosfera”, explicou.
Segundo Friale, uma forte massa de ar seco, impulsionada por pressões atmosféricas altas localizadas no centro-norte da Argentina, deixou o tempo seco e ensolarado na primeira quinzena de abril. “Por conta do resfriamento global que começa a ganhar força, poderosas massas de ar seco começam a se formar e se instalar em vários pontos do planeta e, como consequência das chuvas que caíram nos últimos meses, a umidade do ar baixou em várias regiões”.
Caso não ocorra nenhuma alteração meteorológica, o Acre e toda a Amazônia Ocidental poderão enfrentar a maior seca dos últimos 50 anos, ainda em 2013. “A grande seca de 2005 foi prevista e amplamente anunciada ainda no mês de abril, só que com menor intensidade”, reiterou.
As previsões do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
para o mês de maio são pouco animadoras. De acordo com o secretário
Edegard de Deus, o problema ainda não deve ser resolvido. “As previsões
são de quase nenhuma chuva no mês de maio, no máximo, chuvas esparsas”,
revelou.
Friale explicou que, ainda na primeira quinzena de maio, uma forte
frente fria deve chegar ao Acre e, logo em seguida, uma intensa massa de
ar seco que deve deixar os dias ensolarados por um bom tempo. “É bom
ficar atento, já que as condições meteorológicas atuais indicam que uma
seca severa poderá atingir o Acre e as regiões próximas”, finalizou.Medidas do Governo
Segundo Edegard de Deus, o executivo estadual planeja medidas para amenizar a forte estiagem caso as previsão aconteçam. “A seca aumenta os focos de calor. Temos que conscientizar a população para que, por exemplo, não faça queimadas e economize a água”, comentou.
Dados do Inpe, do início do ano até a última quinta-feira (25), houve 92 focos de calor no Acre – 49 apenas em abril. A maior parte dos focos está localizada na região oeste do Acre, na cidade de Tarauacá e em Envira, no Amazonas.
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