Contrariando as previsões do CPTEC INPE e muitos outros meteorologistas, a Região Sul teve chuva abaixo da média em Janeiro e nos últimos dias, não choveu em muitos lugares como mostra no mapa acima. As chuvas estão bem irregulares e limitam-se as regiões centro-oeste e sudeste com maior intensidade.
No gráfico acima da Bacia do Rio Jacuí no Rio Grande do Sul, vemos que choveu mais que janeiro de 2011 com a La Niña, mas mesmo assim, não atingiu a média.
50 parques previstos
Ceará terá 209% a mais de potência eólica até 2016
30.01.2013
Cada vez mais consolidado como um dos protagonistas do setor de energia eólica no País - ao lado de Bahia, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul - o Ceará se prepara para, nos próximos três anos, aumentar em cerca de 209% a sua capacidade de geração de luz elétrica por meio dos ventos.
Atualmente, o Estado possui 19 parques eólicos em operação, com uma potência total estimada em 588,8 MW, o que corresponde a 32% da capacidade de geração de todas as energias do Ceará FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR
Isso significa que, em 2016, o Estado deverá ter, em operação, uma potência total de 1,82 GW, resultado da soma entre os atuais 588,8 MW e mais 1,23 GW que estão por vir, através de 19 parques eólicos que estão em construção e outros 31 que ainda não tiveram suas obras iniciadas (mas já foram contratados), totalizando 50 empreendimentos previstos, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
A estimativa é de que 19 destes 50 iniciem suas atividades ainda 2013, 19 em 2014 , 11 em 2015 e apenas um em 2016.
Entre os municípios que receberão as obras, quase todos litorâneos, destacam-se Trairi, com 11 deles (256,4 MW), e Tianguá, com sete (210 MW).
Segundo informações da Abeeólica, os parques eólicos que estão em construção no Ceará representam 17,46% do total de parques que está sendo construído no País. Já os parques eólicos que foram contratados para o Estado correspondem a 27,29% do total contratado em todo o Brasil.
Representatividade
Quando tudo estiver pronto e funcionando, os ventos cearenses serão donos de uma potência bem superior à demanda média de energia elétrica de todo Estado em horários de pico, que, durante o ano passado, ficou registrada em 1,117 GW/h, segundo dados da Companhia Energética do Ceará (Coelce).
É importante esclarecer que isso não quer dizer que a potência eólica de 1,82 GW prevista para 2016 conseguiria, sozinha, abastecer o Estado, pois, em média, os parques produzem 40% da sua capacidade.
Atualmente, com 19 parques em operação, a eólica do Ceará corresponde 32% de toda a capacidade de geração de energia do Estado e a 38% desse tipo de energia no País.
Domicílios
Levando em conta essa produção média de 40%, os 1,23 GW prometidos até 2016 seriam capazes de abastecer quase três milhões de domicílios que consomem cerca de 120 kW/h (a média para uma residência com uma sala, três quartos, dois banheiros e uma família formada por cinco pessoas). A mesma equação aponta que a soma do que o que está em operação com o que vem por aí abasteceria aproximadamente 4,3 milhões de imóveis do mesmo estilo.
Vantagens
Diante do drama de distribuição de energia elétrica que o País tem vivido, pautado principalmente pelo medo de um novo apagão e da possibilidade de um racionamento, as renováveis entram em cena, ganhando força nas discussões entre especialistas da área.
Os motivos são dois: os reservatórios de água permanecem em baixos níveis, e as termelétricas, que funcionam como um plano B, operam em capacidade máxima, demandando altos custos.
Diante desta situação, o presidente da Câmara Setorial de Energia Eólica do Ceará, Adão Linhares, reforça que o setor tem se mostrado como uma sólida alternativa na matriz energética brasileira. "Apesar das termelétricas serem uma alternativa mais prática em época de poucas chuvas, já que são usinas movidas a combustível, a energia eólica funciona muito melhor de maneira complementar, pois, quando os recursos hídricos são baixos, há mais vento, e vice-versa. Além disso, é uma energia barata e limpa, ao contrário das termelétricas", defende.
Linhas atrasadas
O principal gargalo no setor tem sido a demora na instalação de linhas de transmissão em 50 empreendimentos no Brasil, oito deles no Ceará. A presidente da Abeeólica, Élbia Melo, aponta três motivos para os atrasos, todos resultado, segundo ela, de segmento ainda "inexperiente" no País. "Em primeiro lugar, houve um descompasso, porque a licitação, para quem faz essas instalações, vem ocorrendo um ano depois dos leilões dos parques. Em segundo lugar, previa-se que essas obras terminassem em dois anos, mas, depois, viu-se que eram necessários três anos. E em terceiro lugar, tem havido um pouco de despreparo por conta das empresas gestoras dos parques", afirma.
As linhas de transmissão são de responsabilidade da Companhia Hidrelétrica de São Francisco (Chesf), que, em entrevistas, vem alegando atrasos na liberação de licenças ambientais.
Novos leilões
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) planeja realizar, até 2022, mais dois leilões de energia nova A-5 (que contrata energia para começar a ser entregue em cinco anos), uma rodada A-3 (para energia que inicia a entrega em três anos) e um leilão de energia de reserva. Antes disso, as regras de contratação devem ser alteradas para que os mesmos erros não se repitam.
Importância
"A eólica funciona melhor de forma complementar, pois quando os recursos hídricos são baixos, há mais ventos e vice-versa".
Adão LinharesPresidente da Câmara Setorial do Ceará
"As linhas de transmissão estão atrasando por fatores que mostram a inexperiência de um setor ainda novo no País".
Élbia MeloPresidente da Abeeólica
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