Amazônia está mais resistente a mudanças climáticas, diz estudo
06 de fevereiro de 2013 | 18h 46
ALISTER DOYLE - Reuters
A floresta amazônica está menos vulnerável do que se
acreditava a ser extinta por causa do aquecimento global, porque o
dióxido de carbono, um gás do efeito estufa, também funciona como
fertilizante espalhado por via aérea, segundo um estudo divulgado nesta
quarta-feira. O estímulo ao crescimento propiciado pelo CO2 provavelmente irá superar os efeitos nocivos da mudança climática previstos para este século, de acordo com os pesquisadores.
"Não estou mais tão preocupado com uma extinção catastrófica por causa da mudança climática provocada pelo CO2", disse Peter Cox, da Universidade de Exeter (Inglaterra), comentando o estudo publicado na revista Nature. "Nesse sentido, é uma boa notícia."
Cox também havia sido o autor principal de um estudo que teve grande repercussão em 2000, prevendo que a Amazônia poderia secar a partir de 2050, aproximadamente, e morrer por causa do aquecimento. Outros sugeriram que as queimadas poderiam transformar a selva em cerrado.
As plantas absorvem dióxido de carbono da atmosfera e o usam como ingrediente para desenvolver folhas, galhos e raízes. O carbono armazenado é devolvido à atmosfera quando a planta queima ou apodrece.
Um recuo da cobertura florestal amazônica, com a consequente liberação de uma vasta quantidade de carbono, poderia portanto agravar o aquecimento global, um fenômeno que pode provocar mais inundações, tempestades violentas e elevação do nível dos mares, por causa do degelo nas calotas polares.
"A fertilização pelo CO2 vai superar o efeito negativo sobre a mudança climática, de modo que as florestas vão continuar acumulando carbono ao longo do século 21", disse Cox sobre as conclusões dele e de outros cientistas radicados na Grã-Bretanha.
Os cientistas disseram que o estudo foi um passo à frente porque usou modelos comparativos do crescimento florestal em relação às variações nos níveis de CO2 atmosférico.
Chegou-se à conclusão de que os efeitos nocivos da mudança climática podem levar à liberação de 53 bilhões de carbono acumulados em terras tropicais, principalmente na Amazônia, a cada grau Celsius a mais na temperatura média do planeta.
Porém, a fertilização pelo CO2 supera as perdas na maioria dos cenários, podendo chegar a um aumento líquido de até 319 bilhões de toneladas de carbono armazenado até o fim do século. Atualmente, estima-se que haja 500 bilhões a 1 trilhão de toneladas de carbono armazenados nos trópicos.
O estudo diz que a mudança climática pode ser mais nociva para a Amazônia se outros gases do efeito estufa, como o ozônio e o metano, sem efeito fertilizante, assumirem um papel maior.
A pesquisa não levou em conta os efeitos negativos do desmatamento, principalmente as queimadas para dar lugar a atividades agrícolas, e que respondem por talvez 17 por cento das emissões humanas de gases do efeito estufa. O Brasil conseguiu, no entanto, reduzir drasticamente a perda florestal nos últimos anos.
Ao salientar a importância das árvores na absorção do CO2, o estudo pode também fortalecer os esforços pela criação de um mecanismo de mercado que recompense as nações que preservam as florestas tropicais, como parte de um novo tratado climático internacional a ser definido até o fim de 2015.
Energia e Mudança do Clima Global
O Impacto do Aquecimento Global
SEED Science
Nos últimos 425.000 anos a Terra passou por quatro eras de gelo, pontuadas por breves períodos de calor. Atualmente estamos em um desses períodos. A tendência no último século foi de uma temperatura global geralmente em ascensão. O consenso entre climatologistas é de que haverá um aumento contínuo durante o resto deste século. Certo. Mas qual é o problema? Um clima um pouco mais quente não faz mal a ninguém, certo? Na verdade, para pessoas que vivem em climas frios, o aquecimento global pode não ser uma coisa boa. Em algumas partes do mundo, a estação de plantio se tornaria mais longa, e as terras agrícolas, mais produtivas.
Sim, mas há um lado negativo no aquecimento global. Aqui estão alguns dos problemas.Mudanças no Nível do Mar
No ápice da última era do gelo, 18.000 anos atrás, os oceanos eram cerca de 120 m mais baixos do que são hoje. Grandes quantidades de água repousavam sobre a terra na forma de geleiras, que cobriam boa parte da América do Norte, Europa e Ásia.À medida que a era do gelo terminava, as geleiras derreteram, em sua maior parte, e a água proveniente delas voltou aos oceanos. Os níveis do mar subiram. Outro fator que afeta o nível do mar é a temperatura da água. A água, como a maioria das substâncias, se expande quando é aquecida. A água do mar expandida tem um volume maior, o que contribui para o aumento dos níveis dos mares.
Imagem baseada em dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)
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Mais de 100 milhões de pessoas vivem em terras a 1 metro do nível do mar. Alguns países localizados em ilhas, como Seychelles, na costa leste da África, estão, em sua maior parte, a menos de 1 metro acima do nível do mar. Estima-se que um aumento de 1 metro deixaria metade das terras de Bangladesh embaixo d'água. Embora existam variações locais no nível do mar, a pergunta principal é o que está acontecendo com o volume de água oceânica ao redor do mundo. O principal fator determinante é a quantidade de água em geleiras sobre terra, principalmente na Groenlândia e Antártida.
O que vai acontecer agora?
Embora a maioria das geleiras da era do gelo tenham se retraído, a Groenlândia e a Antártida permanecem cobertas de gelo com espessuras de 2.000 a 4.000 metros. O futuro desses bancos de gelo terá um impacto significativo nos níveis futuros dos mares. O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) relatou em 2001 que espera um aumento no nível do mar de até 66 cm até 2100, em função do derretimento de geleiras. Em um relatório de 2002, pesquisadores da Universidade do Colorado, EUA, analisaram o derretimento de geleiras ao redor do mundo. Eles calcularam que as geleiras estão derretendo mais rápido do que se imaginava, e que, até 2100, o nível do mar poderia subir até 89 cm. Porém, estudos mais recentes levantam dúvidas em relação a essas previsões. Dois estudos relatados em 2005 mostram que, durante o período de 1992 a 2003, a precipitação de neve aumentou em grandes porções do interior da Groenlândia e da Antártida. As geleiras estão derretendo nas bordas, mas estão ficando mais espessas no interior. A pergunta é como essas tendências contraditórias irão se equilibrar.
Esta imagem de satélite da Groenlândia mostra mudanças na espessura do gelo. As áreas em azul estão ficando mais finas. As áreas em cinza e amarelo estão ficando mais espessas. As áreas cinza irregulares nas bordas da massa terrestre não estão cobertas pela geleira. A imagem baseia-se em pesquisas por satélite da Groenlândia feitas durante a década de 1990. Este estudo da NASA indica uma perda líquida do gelo na Groenlândia, mas um estudo de 2005 realizado por uma equipe de pesquisadores liderados por Ola M. Johannessen, da Universidade de Bergen, Noruega, descobriu que o espessamento da calota de gelo longe das bordas era grande o suficiente, de forma que existe um ganho líquido em volume de gelo de ano a ano. Porém, estudos ainda mais recentes indicam que atualmente existe uma perda líquida de massa de gelo de ano a ano. |
Foto de Ben Holt, Sr., gentilmente cedida pela NASA
Gelo antártico |
Mudanças de Precipitação
Nos últimos 100 anos, muitas áreas secas ficaram ainda mais secas, e áreas úmidas ficaram mais úmidas. Muitos recordes climáticos de longa data foram quebrados nos anos recentes. Em 1992, os rios Danúbio e Elba estouraram suas margens na Europa central. A porção sul do deserto do Saara sofreu uma seca grave e de longa duração na década de 1990. As secas afetam diferentes partes do oeste dos Estados Unidos todos os anos. Em algumas localidades, a seca pode durar mais de um ano.
Imagem baseada em dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)
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Tempestades Tropicais
As tempestades tropicais se formam sobre águas quentes de oceanos próximos ao equador. A água mais quente resulta em mais tempestades, e tempestades mais intensas. Nos últimos anos houve um aumento tanto no número quanto na severidade de tempestades tropicais. A estação de furacões no Atlântico em 2005 foi particularmente devastadora, com três grandes tempestades — Katrina, Rita e Wilma —, que causaram danos extensos nos Estados Unidos e no México.Considera-se que a estação de tempestades tropicais do Atlântico se estenda de junho a novembro. Mas, em 2005, a Tempestade Tropical Zeta, a última da estação, se formou no fim de dezembro e durou até janeiro de 2006. É tentador atribuir o aumento na atividade das tempestades ao aumento nas temperaturas globais. Esse pode ser o caso, mas a situação é mais complicada. Houve ciclos de intensidade e frequência de tempestades no passado. As décadas de 1930 a 1950 foram um período de maior atividade de tempestades. Esse período foi seguido de várias décadas de relativa calma, e então veio o período de atividade mais intensa que estamos experimentando agora. Esses ciclos são em função de mudanças na precipitação de chuvas, correntes oceânicas e salinidade. Então há duas tendências, uma cíclica e uma de longo prazo. Ainda que a atividade de tempestades recue e flua como no passado, oceanos mais quentes provavelmente resultarão em mais tempestades, e tempestades mais intensas. As partes calmas do ciclo não serão tão calmas como no passado. Os períodos ativos provavelmente serão piores. As pessoas de algumas partes do mundo correm um risco maior de tempestades em combinação com um aumento nos níveis dos mares. O Golfo do México e a Baía de Bengala são locais onde o nível relativo do mar está subindo rapidamente. Eles também estão sujeitos a tempestades tropicais frequentes.
O Aquecimento Global Pode Causar Resfriamento?
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Circulação termohalina
Imagem gentilmente cedida pela NOAA.
Este é um diagrama simplificado da circulação termohalina global.
Correntes de superfície carregam água quente, enquanto as correntes
profundas são frias. A corrente quente que atinge o Atlântico Norte é
chamada de Corrente do Golfo. Ela é responsável por manter o oeste
europeu relativamente quente.Clique aqui para ver a animação. |
Tanto o aumento de salinidade quanto a redução de temperatura resultam em uma maior densidade da água. A água mais densa afunda e flui para o sul. O que isso tem a ver com o aquecimento global? O derretimento do gelo Ártico está adicionando água doce ao Atlântico Norte. Isso significa que as águas em latitudes norte estão ficando menos densas e, portanto, menos propensas ao afundamento. O resultado poderia ser uma diminuição na taxa de fluxo das correntes. Um fluxo reduzido na Corrente do Golfo teria um efeito menos aquecedor no oeste europeu. Houve algumas previsões de que a circulação termohalina poderia parar repentinamente, causando uma queda de temperatura de cerca de 8°C no oeste europeu em questão de poucas décadas. A maioria dos climatologistas acredita que isso seja bastante improvável. Contudo, poderia haver uma desaceleração da circulação, resultando em um leve efeito de resfriamento. Porém, como a temperatura global está subindo, o efeito líquido pode ser que o oeste europeu continue o mesmo, ou fique apenas um pouco mais quente. Como o clima é muito complicado, é difícil fazer previsões precisas. Tendências específicas são conhecidas, mas como elas interagem umas com as outras é menos certo.
O Que Podemos Esperar?
O sistema climático do mundo é complicado. É difícil fazer previsões precisas. Mas as tendências futuras estão se tornando cada vez mais claras: aumento nos níveis dos mares, tempestades mais frequentes e mais intensas e aumento nas secas em partes do mundo que já sofrem com a seca.Corrente do Golfo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A corrente do Golfo (Em inglês: Gulf Stream), é uma corrente marítima potente, rápida e quente do oceano Atlântico que tem origem no Golfo do México, escapa pelo estreito da Flórida e segue a costa leste dos Estados Unidos e a sua extensão até à Europa
torna os países do oeste deste continente mais quentes do que eles
seriam sem essa corrente. No entanto, contrariamente ao que muita gente
pensa, não parece ser a sua presença que provoca um grande diferencial
de temperatura no inverno (de 15 a 20 °C) entre a América e a Europa,
mas sim a diferença de direcção de transporte de calor pda Flórida, o navegador Ponce de León nota que seus navios são levados por uma importante e rápida corrente de água quente que vem do atual Mar das Antilhas. Mas devido à sua morte prematura, foi somente em 1777 que Benjamin Franklin realiza um primeiro estudo sobre a corrente do Golfo.Mecanismo
Na sua origem, a corrente do Golfo é gerada sobretudo pela força dos ventos; mas a sua extensão no Atlântico Norte é fundamentalmente mantida pela circulação termoalina. Essa circulação oceânica é tão profunda que não é influenciada pela atmosfera. Na realidade, ela dá a volta na Terra lentamente, pois necessita 500 anos para retornar ao seu ponto de partida. Para simplificar, vamos nos restringir ao oceano Atlântico. Ela é composta de dois tipos de correntes oceânicas: aquelas que são bastante profundas, e aquelas que são menos profundas, ditas "de superfície".A extensão da corrente do Golfo no Atântico Norte é uma dessas correntes oceânicas. O motor da circulação termoalina é a diferença de densidade devida à salinidade e à temperatura das águas. As águas do pólos são mais frias e menos salgadas, e as águas do equador mais quentes e mais salgadas. No Atlântico norte, a corrente do Golfo, que vai do equador em direção ao Pólo Norte, transporta o calor para toda a Europa ocidental. Chegando no Mar da Noruega, a água da corrente do Golfo, mais quente e mais salgada, encontra as águas frias e menos salgadas vindas do pólo; sendo mais densa devido à sua maior salinidade, ela desce em direção às profundezas do oceano.
É então uma corrente bem profunda que se forma. Ela se dirige ao equador, costeando a América do Norte. Chegando ao equador, as águas frias, menos salgadas e menos densas, sobem à superfície, onde se aquecem e completam o circuito da corrente do Golfo.
A corrente do Golfo é uma das mais fortes correntes marinhas conhecidas, transportando 1,4 Petawatts de potência. Movimenta-se com o fluxo impressionante de 30 milhões de metros cúbicos por segundo (m³/s). Após passar pelo Cabo Hatteras, esse fluxo aumenta para 80 milhões m³/s. O volume da corrente do Golfo ultrapassa facilmente o de todos os rios que deságuam no Atlântico combinados, o que significa um total de 0,6 milhões de m³/s.
A corrente do Golfo movimenta-se com uma velocidade relativamente elevada, velocidade média de 2 nós ou aproximadamente 3.6 km h com uma largura variando entre 100 a 200 km. A velocidade e largura tendem a aumentar ou diminuir em função dos ventos.
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